O "X" da questão
Top 10 Provas para Correr no Brasil
Publicados
2 anos atrásem
De
Darlan SouzaCamaradas, costumo falar que correr por correr eu corro na frente da minha casa, o que vale é experienciar mais do que a corrida, viver o lugar, experimentar novos olhares, sabores, ouvir as pessoas, aprender sobre cultura para poder expandir nossa visão, indo muito além do correr per se.
Assim elenco aqui para todos vocês as 10 maiores experiências de provas de corrida que tive no Brasil e que você já teve ou poderia ter em algum momento de sua jornada na corrida no Brasil:
– Uphill Marathon
O que fazer: Treinar muito, organizar ao máximo a logística e descansar muito dias antes.
O que não fazer: Subir ladeira desesperadamente em todos os treinos, não se nutrir adequadamente ao longo da preparação e subestimar a Serra.
– São Silvestre
O que fazer: Curtir, a prova é pra isso. Treinar descidas e não só subidas. Se hospedar na região da Av. Paulista.
O que não fazer: Buscar o kit na última hora, querer correr forte em meio a multidão e por fim não vivencia esta experiência única.

– Maratona de Manaus
O que fazer: Chegar antes para aclimatar, se hidratar muito devido a umidade relativa do ar, ficar uns dias depois para viver tudo que a região oferece (em especial o Rio Amazonas).
O que não fazer: Esperar performance, pegar voos com muitas conexões e ir sem tempo para curtir o local.
– Volta da Pampulha
O que fazer: Treinar sempre em terreno plano, acostumar com o calor e aproveitar a culinária mineira.
O que não fazer: Correr com celular na mão, não dosar o ritmo na prova plana e por fim se hospedar longe da largada.
– Maratona de Brasília
O que fazer: Se hidratar muito, passear pela região depois da prova, e olhar toda arquitetura.
O que não fazer: Pensar só na corrida, beber pouca água e pegar voos com muitas conexões.
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– Maratona de Florianópolis
O que fazer: Treinar muito para ter boa performance, tirar boas fotos na ponte Hercílio Luz, pegar uma praia.
O que não fazer: Correr acima do seu ritmo pela empolgação, desprezar o seu condicionamento e não se hospedar próximo da largada.
– Maratona do Rio
O que fazer: Viver ao máximo o Rio pós-prova, se hospedar perto da largada e chegada, visitar a feira com calma.
O que não fazer: Passear antes da prova, pegar muito sol antes e não curtir o percurso.
– Maratona de São Paulo
O que fazer: Treinar bem para fazê-la, estar preparado para o percurso duro, treinar no Parque do Ibirapuera dias antes da prova.
O que não fazer: Calcular errada a rota da logística, pois em São Paulo tudo é longe, ser negligente no percurso e não curtir a região da Paulista e a noite paulistana.
– Maratona de Porto Alegre
O que fazer: Treinar muito para performar muito, comer um bom churrasco depois da prova, visitar Gramado, tomar um chimarrão e ir ao jogo do Grêmio (Uhuu).
O que não fazer: Não levar roupa de frio, correr acima do que treinou e comer muito antes da prova.
– Cabanos Marathon
O que fazer: Treinar bem e se hidratar muito, chegar antes pois o clima é muito úmido e quente. Usar óculos de sol e viseira.
O que não fazer: Não viver tudo que o norte do país oferece, deixar de tomar um bom açaí com cupuaçu.
E aí o que vocês acharam?
Por: Darlan Souza

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O suor é seu aliado ou inimigo?
O "X" da questão
Pipocas e Piratas na corrida de rua – Vocês não são bem-vindos (Parte II)
Publicados
3 semanas atrásem
06/10/2025De
Darlan SouzaDesculpem, mas vocês não são bem-vindos e prejudicam todo o evento. Sim, eu sei, já disse isso antes – em 2023, para ser exato, quando escrevi sobre o tema pela 1ª vez. Pode parecer taxativo, redundante até, mas infelizmente é necessário repetir: o alerta precisa ser dado, e dado com ênfase, porque o problema persiste. A corrida, esse esporte que une determinação, suor e comunidade, não merece ser desrespeitado por alguns. Vamos aprofundar isso, atualizando o debate com o que vimos em edições recentes, especialmente na centenária Corrida Internacional de São Silvestre, nossa prova mais icônica no Brasil, com seus 15 km de tradição e emoção.
Para muitos corredores, uma das maiores recompensas ao cruzar a linha de chegada – especialmente em provas de longa distância, como meias e maratonas – é receber aquela medalha simbólica. Um pedaço de metal que, monetariamente, vale pouco, mas carrega um valor sentimental imensurável. É o troféu de meses de dedicação, de treinos árduos, de superação pessoal. Nos EUA, por exemplo, é comum exibi-la orgulhosamente pelo resto do dia, ganhando descontos em lojas e restaurantes, além de elogios sinceros de desconhecidos. Mas e quando essa conquista é maculada por quem ignora as regras?
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De uns anos para cá, o fenômeno dos “pipocas” ou “piratas” – corredores não inscritos que se infiltram nas provas – tem se tornado uma praga. Já vimos isso em eventos renomados no Brasil e no mundo, incluindo a Maratona de Boston em 2023, onde quem chegou após 5h15min ficou sem medalha, graças à escassez causada por infiltrados. Eu mesmo fiquei sem medalha em uma maratona em POA/RS em 2014 devido a entrada de pipocas na prova que se adonaram das nossas medalhas, menos mal que a organização enviou via correio para minha casa, dias depois.
Enfim, os irregulares, sempre encontram maneiras criativas e não convencionais: entrando no percurso pelo km 1, copiando números de peito alheios ou até imprimindo falsificações em casa, após bisbilhotar kits postados nas redes sociais por corredores legítimos. É uma invasão que vai além do desrespeito; é um risco calculado que afeta todos.
Mas e se você perdeu o prazo de inscrição ou não tem o índice qualificatório? A frustração é compreensível, especialmente em provas de alta demanda como a São Silvestre, que em edições recentes atraiu estimados 150 mil interessados para apenas 50 mil vagas – metade da demanda da Maratona de Tóquio, que vê mais de 300 mil candidaturas para o mesmo número de spots. Não vamos entrar no mérito do grande desafio da organização em promover este evento único (100ª), da infelicidade em falhar nos controles do sistema de inscrições. Sabemos que há outras alternativas justas e comprovadas que poderiam ter sido ou podem ser adotadas, como o modelo de pré-inscrição com sorteio. Imagine: todo interessado faz uma inscrição preliminar (talvez pagando um valor simbólico que beneficia uma instituição de caridade ou a própria fundação), e então aguarda o sorteio oficial das vagas oferecidas. Isso já acontece em edições da Uphill Marathon e nas Majors Marathon, promovendo igualdade e evitando o caos das inscrições corridas.
Outra via comum e legítima é adquirir vagas por meio de agências credenciadas pela organização. Provas grandes reservam pacotes para essas agências, grupos ou assessorias esportivas, facilitando o acesso para quem ficou de fora do sorteio. Eu mesmo, em minha trajetória como corredor maratonista, comprei a maioria das minhas inscrições dessa forma – fui sorteado apenas para a Maratona de Chicago. No fim, tudo comum e normal, desde que dentro das regras.
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Aqui o X da questão: todo ano, surgem golpistas oferecendo possíveis “inscrições” ou “repassando” vagas depois que a prova encerrou as inscrições oficiais. Outros dizem ter acesso a um suposto “segundo lote” – isso não existe, é golpe puro. Eles criam perfis falsos nas redes sociais, investem em links patrocinados e se infiltram em grupos de mensagens (como WhatsApp ou Telegram) oferecendo vagas milagrosas. Não caia nessa! Eles te mostram comprovantes de inscrição falsos (adulterados digitalmente), você paga via Pix ou transferência, e eles somem com o dinheiro. Isso é crime, estelionato, e acontece a cada edição de grandes provas ou eventos. Denuncie perfis suspeitos às plataformas e à polícia se necessário; proteja sua carteira e sua paz de espírito.
O que não é normal é optar pela pirataria. Nada justifica correr na pipoca. A rua, embora pública, é alugada para o evento (já falamos isso em nosso podcast) – e o custo é alto, como qualquer consulta na prefeitura pode revelar. Há um cálculo preciso de capacidade: quantos corredores o percurso suporta com segurança, quantos postos de hidratação, quantas ambulâncias e equipes médicas são necessárias. Tudo baseado no número de inscritos oficiais. Um infiltrado não só utiliza os recursos – como água, que pode faltar para quem pagou e se preparou –, mas também compromete o fluxo da prova. Imagine o ritmo de um atleta recreacional determinado sendo interrompido por aglomerações desnecessárias, ou pior: quedas envolvendo idosos, distraídos com celulares ou novatos vivendo sua primeira experiência. Não estraguemos o sonho de alguém por capricho pessoal.
E se o pior acontecer? Um colapso no percurso por parte de um pipoca pode sobrecarregar o sistema médico, projetado para os inscritos. Ambulâncias e atendimentos não são infinitos; eles são dimensionados para um público controlado. No caso da São Silvestre, a Fundação Casper Líbero, detentora da marca, vai além: legalmente, impede o uso indevido do nome para promover provas paralelas, produtos ou serviços. Já processou corredores desavisados que citaram a marca para ganhos pessoais ou protestos. Qualquer insatisfação deve ser canalizada para a gestora ou órgãos competentes, não para redes sociais em busca de engajamento vazio. Ninguém aguenta mais gente chata virtualmente; se necessário for, reclame nos canais certos.
Quer treinar no percurso, no dia e na hora da prova, rever amigos, sentir a vibe?
Definitivamente não faça isso!
Escolha outras avenidas, parques ou praças. Vá ao local só após seu treino, para apoiar atrás das grades de proteção. Nada de entrar no percurso para “correr junto” ou pedalar – é proibido e prejudicial. Se um dia você correu na pirataria, pare agora. Algumas organizadoras, exaustas de desconfortos, já recorreram à justiça contra insistentes, e o resultado não é legal e gera muito desgaste a todos.
Seja um corredor legal: quando inscrito, corra com tudo; quando não, apoie com entusiasmo. Leve bandeiras, apitos, faixas, ofereça bebidas, comida e música da lateral. Incentive, vibre, faça a festa que impulsiona o esporte. Assim, todos ganham – e o mercado running continua sendo essa paixão coletiva, sem desconfortos ou deselegância.
Dica final: São Silvestre é prova para correr leve, no ritmo que o percurso oferece devido a elevada concentração de pessoas, de idosos, novatos e pessoas curtindo o percurso, nada de falar em pace, ritmo, RP e tentar acelerar o ritmo, tentar atropelar as pessoas no percurso, acotovelar idosos e pessoas com necessidades especiais para tentar ser veloz. Quer bater RP, vá pra outra prova não na São Silvestre, ali o contexto é outro, é prova run for fun e não uma prova de velocidade. Você é atleta recreacional, em uma prova recreativa, comporte-se como tal e não como um atleta de elite.
Vamos nessa, de forma responsável, respeitosa, ética e verdadeira!
Quem ficou de fora, vá torcer e vibrar, ou assista na TV!
Para quem conseguiu se inscrever, nos vemos na 100ª São Silvestre, pois eu estou inscrito e faremos a maior festa correndo devagar e curtindo toda vibe que a prova oferece!
Por: Darlan Souza

O "X" da questão
E agora mestre? Compro a original, a genérico ou a similar?
Você sabe a diferença entre eles na hora de decidir o que comprar?
Publicados
3 meses atrásem
31/07/2025De
Darlan SouzaEsta semana surgiu uma grande dúvida na sessão de treinos quando estavam falando sobre higiene do sono e os medicamentos indicados para melhorar o repouso noturno. Havia uma prescrição de melatonina 0,21 (mg) e citamos sobre o consumo da melatonina regular e logo surgiu um outro assunto interligado a isso, mas ainda mais profundo, sobre qual seria a melhor melatonina e qual seria a diferença entre uma marca ou outra e ainda sobre a diferença entre os originais, os genéricos e similares. O simples de fato de um laboratório ser mais famoso que outro, ou basear-se apenas em preço seria pouco para sustentar a argumentação. Conversamos que seria melhor buscar além da orientação médica, buscar as leis, as resoluções e como elas classificavam tudo isso, buscar bases sólidas e recomendações mais robustas e com evidências científicas, afinal estamos falando de medicamento e isso deve ser levado a sério.
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Sabemos que a introdução de um novo fármaco no mercado envolve um longo e dispendioso processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D), e isso já responde em partes a nossa recorrente pergunta: O que faz um medicamento “original” ser mais caro que os outros?
Basicamente o processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) engloba muitas etapas, desde quando um grupo de trabalho específico de um laboratório específico formado por pesquisadores descobre uma nova substância ativa (o princípio farmacológico), ele investe milhões de dólares (ou euros) e anos de pesquisa, e ocorrem etapas como: estudos pré-clínicos (em células e animais) para avaliar segurança; ensaios clínicos em três fases (com humanos), para comprovar eficácia e segurança em diferentes populações. Esses custos — de pessoal altamente especializado (pesquisadores e manutenção dos grupos de pesquisa), todos os testes, os ensaios regulatórios e os possíveis fracassos — são então “reembolsados” pelo preço elevado do produto de referência, que fica protegido por patente. Assim, os laboratórios investem muitos anos em estudos pré-clínicos e ensaios clínicos de fases I, II e III, destinados a comprovar, de forma rigorosa, a eficácia, a segurança e a qualidade do composto. Esses custos, somados aos gastos com registro de patentes — que asseguram exclusividade de comercialização por cerca de 20 anos — e à ampla estratégia de marketing, conferem ao medicamento de referência (ou original) um preço significativamente elevado.
Dos anos 2000 até hoje, a regulação evoluiu com resoluções da ANVISA aqui no Brasil, alinhando-se aos padrões internacionais (FDA, EMA), tornando o processo cada vez mais robusto. No Estados Unidos, por exemplo, os genéricos hoje representam cerca de 90% das prescrições, reduzindo enormemente o custo para o sistema de saúde. Na União Europeia, cada país tem sua agência (EMA como órgão central), mas todos seguem normas similares de bioequivalência.

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Quando o prazo de patente expira, abre‑se espaço para que outros fabricantes lancem medicamentos genéricos e similares. No Brasil, a Lei nº 9.787/1999 regulamentou esse processo ao instituir o conceito de genéricos e estabelecer que eles devem apresentar a mesma substância ativa, forma farmacêutica, via de administração, dosagem e indicação terapêutica do original. Posteriormente, as Resoluções da Diretoria Colegiada da Anvisa — em especial as RDC 35/2012 (bioequivalência de genéricos), RDC 58/2014 (bioequivalência de similares), RDC 73/2016 e RDC 318/2019 (critério para excipientes e qualidade) — detalharam os requisitos técnicos para comprovar a equivalência terapêutica.
Segundo a denominação comum brasileira (DCB), o medicamento similar – é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. O medicamento genérico – medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI; e o próprio medicamento de referência (original) – produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro;
Entendemos então que tecnicamente, o princípio ativo de referência, genéricos e similares é estritamente idêntico em estrutura química e dose. As variações ocorrem, sobretudo, nos excipientes — substâncias inativas que conferem forma, estabilidade, palatabilidade e controle de liberação ao medicamento. Enquanto o laboratório originador desenvolve formulações próprias, protegidas por patente, fabricantes de genéricos e similares utilizam excipientes alternativos, desde que comprovem, por meio de estudos de biodisponibilidade e bioequivalência, que não há alteração significativa na absorção e no efeito terapêutico do fármaco.
A bioequivalência é mensurada por parâmetros farmacocinéticos — área sob a curva (AUC) e pico de concentração plasmática (Cmax) — cujos intervalos aceitáveis situam‑se entre 80% e 125% em relação ao original. Esse rigor garante que o paciente que receberá o medicamento, de fato, a mesma quantidade de princípio ativo em sua corrente sanguínea, assegurando eficácia clínica indistinta entre as diferentes versões. A comprovação desses parâmetros dispensa genéricos e similares de ensaios clínicos de fase III, reduzindo custos e, consequentemente, preços.
Além do princípio ativo, a forma farmacêutica e o processo de manufatura também podem variar sem comprometer o efeito terapêutico. Alterações na granulometria, compressão do comprimido ou técnicas de revestimento entérico influenciam apenas o perfil de dissolução e a velocidade de absorção, não alterando a dose total liberada. Essas sutilezas explicam diferenças mínimas de início de ação ou tolerabilidade gastrointestinal entre laboratórios, sem afetar a eficácia global do medicamento.
Do ponto de vista do consumidor, a escolha entre original, genérico ou similar deve considerar quatro critérios principais: a dose declarada — especialmente em compostos de microdosagem, como a melatonina; os excipientes — para evitar intolerâncias; o perfil de liberação — imediato ou prolongado; e a procedência do fabricante — priorizando empresas e farmácias autorizadas pela Anvisa e mais conceituadas no mercado com seus processos. No caso da melatonina, um genérico 0,21 mg de liberação imediata pode ser tão eficiente quanto a versão de referência, desde que atenda aos requisitos regulamentares e apresente biodisponibilidade comprovada. Cabe lembrar que alguns laboratórios incluem outros itens no medicamento, que pode mudar a forma e a velocidade de absorção.
Para você entender mais, o que são os excipientes e a biodisponibilidade:
Os excipientes (lactose, amido, estearato, corantes etc.) podem variar sem afetar o efeito final, mas podem alterar ligeiramente:
- Velocidade de absorção (tempo até começar a agir).
- Sensação de gosto ou eventual péssima digestão em intolerantes.
“XXV – Biodisponibilidade – indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina.” Por exemplo, um genérico de melatonina (0,21 mg) pode usar um tipo diferente de desintegrante (amido vs. croscarmelose), o que faz com que o comprimido se desfaça um pouco mais rápido ou mais devagar no estômago — mas, no fim, a mesma quantidade de melatonina será absorvida.
A trajetória dos genéricos remonta à aprovação do Hatch–Waxman Act nos Estados Unidos, em 1984, que inspirou políticas similares em diversas jurisdições. No Brasil, a Lei 9.787/1999 marcou o início formal de tal regime, seguido por publicações da Anvisa que alinharam o país a padrões internacionais, como os do FDA e da EMA. Atualmente, os genéricos respondem por mais de 70% das prescrições nacionais, refletindo não apenas economia para o Sistema Único de Saúde, mas também a maturidade técnica e regulatória do setor. A diferenciação de preços entre originais, genéricos e similares decorre dos investimentos em P&D, patentes e marketing dos primeiros, em contraste com a eficiência regulatória e econômica dos últimos. Todos são avaliados — de forma obrigatória e transparente — pela Anvisa, conforme a Lei 9.787/1999 e as RDCs 35/2012, 58/2014, 73/2016 e 318/2019. Essa estrutura assegura que o usuário, ao escolher sua embalagem de melatonina ou qualquer outro fármaco, opte por segurança, qualidade e custo‑benefício comprovados.
Resumindo tudo isso, podemos inferir que os originais são caros porque custearam toda pesquisa, os ensaios clínicos e o marketing. Já os genéricos e similares são mais baratos, pois reutilizam toda a evidência de eficácia e segurança, provando apenas que o fármaco se comporta da mesma forma no corpo. Independente disso, cabe lembrar que todos são regulados pela ANVISA, conforme as rigorosas normas e leis: Lei 9.787/1999 e as RDCs 35/2012, 58/2014, 73/2016 e 318/2019.
Para escolher o melhor – seja um genérico, similar ou o medicamento de referência – avalie: dose e tipo de liberação (imediata ou retardada), excipientes, especialmente se você tiver intolerâncias, marca e procedência: prefira laboratórios consolidados ou farmácias credenciadas de sua preferência e confiança. Custo-benefício: Se pensa em economizar, o genérico oferece 100% da sua eficácia por uma fração menor do preço.
Com essas informações em mãos, fica menos difícil de você tomar decisões conscientes, com seu médico, equilibrando segurança, qualidade e economia, seja para comprar e tomar um novo medicamento ou para poder dormir mais tranquilo com sua melatonina, onde havíamos falado lá no começo do texto.
Bons treinos.
Por: Darlan Souza

As informações apresentadas neste conteúdo têm caráter exclusivamente informativo e não substituem, em hipótese alguma, a avaliação, o diagnóstico ou o tratamento realizado por um profissional de saúde capacitado e certificado. Não recomendamos o uso de qualquer medicamento ou suplemento sem uma orientação médica adequada. A automedicação pode representar riscos sérios à saúde. Em caso de sintomas, dúvidas ou necessidade de tratamento, procure sempre um médico ou profissional de saúde habilitado.
O "X" da questão
Daniel do Nascimento: trajetória olímpica, recordes e a punição por doping
Publicados
6 meses atrásem
09/05/2025De
Darlan SouzaDaniel do Nascimento virou sensação do atletismo brasileiro nos últimos anos ao conquistar resultados históricos. Em abril de 2022 ele “estabeleceu um novo recorde sul-americano ao correr os 42km da Maratona de Seul” em 2h04min50s, superando a antiga marca da lenda Ronaldo da Costa e se tornando o melhor corredor não-africano do mundo na distância. Ainda aos 23 anos, Daniel já era famoso por suas ousadias em grandes provas: representou o Brasil na maratona de Tóquio 2021 e chegou a liderar a corrida ao lado do então bicampeão olímpico Eliud Kipchoge, mas acabou abandonando precocemente perto dos 30km. Na ocasião, mesmo em sofrimento, ele protagonizou um momento inesquecível: cumprimentou Kipchoge com um “soquinho” amigável na largada.
Em novembro de 2022, Daniel viveu outro grande momento: liderou a Maratona de Nova York nos EUA até o km 32. Nesta imagem de New York ele estava em destaque na ponta do pelotão. Infelizmente, sentiu-se mal antes do fim da prova, frustrando o que seria a maior vitória de sua carreira. A pergunta que todos faziam era: Será que eu excesso de vontade e elevada empolgação estava atrapalhando sua performance nos momentos decisivos de uma grande maratona?
Em poucos anos, Daniel havia percorrido a trajetória típica de um fenômeno: da primeira maratona, em 2021, até o pódio em Seul (3º lugar com recorde) e posto garantido nas maiores maratonas do mundo. Para a comunidade da corrida de rua, ele era a aposta de que um brasileiro de novo dominaria a distância: “Daniel do Nascimento, Danielzinho… é uma das estrelas do atletismo brasileiro”
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Apoio de todos os lados
Daniel conquistou não apenas medalhas, mas também muitos admiradores. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), presidida por Wlamir Motta, sempre o enxergou como um talento promissor e investiu em sua preparação para os Jogos Olímpicos. Patrocinadores e marcas esportivas internacionais apostaram em seu potencial. Ídolos como Ronaldo da Costa o receberam como herdeiro de sua tradição — foi para Nova York de olho justamente em igualar a façanha de Ronaldo em Berlim (1998) e de Marilson Gomes (NY 2006/08). A comunidade de corredores brasileiros o reverenciava como exemplo a seguir: nas redes sociais, grupos e eventos ele colecionava elogios. Até internacionalmente, Eliud Kipchoge o saudou como colega de pelotão, celebrando o gesto de fair play no Japão. Na maratona olímpica, Daniel trocou palavras e sorriso com Kipchoge, que mais tarde elogiou o jovem em entrevistas. Todo esse apoio reforçava a imagem de Daniel como um campeão em construção. Os portais noticiam: “Daniel do Nascimento estabeleceu […] um novo recorde sul-americano ao correr os 42 km da Maratona de Seul, na Coreia do Sul, em 2h04min50s. O brasileiro terminou a prova na terceira posição e superou a marca estabelecida por Ronaldo da Costa (2h06min05s), em 1998”
A sombra da suspeita
As primeiras suspeitas vieram de fora. Em junho de 2024 estourou um escândalo no Quênia: a maratonista Graziele Zarri (que já foi capa da nossa revista na edição 35 em março de 2024), esposa e treinadora parceira de Daniel, foi surpreendida por um resultado adverso em exame antidoping no país africano. Conforme matéria na imprensa, Graziele foi “suspensa provisoriamente após testar positivo para um esteroide anabolizante e para testosterona” enquanto treinava no Quênia. A notícia soou como um alerta: Daniel e Graziele treinavam juntos em Iten (Quênia) e dividiam rotina, acendendo o sinal de alerta na comunidade atlética.
Pouco depois, em julho, o próprio Daniel teve resultados similares. O maratonista brasileiro foi comunicado de que, em exame surpresa fora de competição realizado em 4 de julho de 2024, apareceram três esteroides anabolizantes em sua urina. Conforme a ABCD (autoridade brasileira de dopagem), foram detectados drostanolona, metenolona e nandrolona. Na lista oficial de suspensos publicada dias depois, Daniel do Nascimento e Zarri figuravam juntos – o primeiro caso de doping confirmado no atletismo brasileiro às vésperas de Paris.
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O caso oficial: documentos e acusações
Os detalhes oficiais vieram a público em maio de 2025, com a decisão da AIU (Unidade de Integridade do Atletismo).
“The AIU has banned Daniel Do Nascimento (Brazil) for 5 years from 15 July 2024 for Presence/Use of Prohibited Substances (Drostanolone, Metenolone, Nandrolone). DQ results from 4 July 2024” Link: https://www.athleticsintegrity.org/downloads/pdfs/disciplinary-process/en/AIU-24-177-DO-NASCIMENTO-Decision.pdf
O documento relata que Daniel entregou duas amostras de urina (dias 4 e 7 de julho de 2024) em treinamentos no Rio de Janeiro, Brasil. Ambas acusaram uso de anabolizantes: no teste de 4 de julho havia “Drostanolone, Metenolone e Nandrolone” no organismo do atleta, e o de 7 de julho confirmou novamente drostanolona e metenolona. A partir disso, a ABCD notificou Daniel em 15 de julho de suspensão provisória. Nos dias seguintes, segundo o processo, seu representante pediu mais tempo para apresentar defesa alegando que Daniel sofria problemas de saúde mental. O documento anexado, porém, era ilegível, e a AIU iniciou procedimentos formais. Por fim, reconheceu-se que houve “evidências claras do uso de múltiplas substâncias proibidas” pelo atleta. A sanção acabou acima do limite convencional: cinco anos de suspensão, retroativos a 15/07/2024, conforme a AIU.
Esse é o X da Questão: Daniel só poderá voltar a competir em julho de 2029.
Em linha com as regras, todos os seus resultados obtidos a partir de 4 de julho de 2024 foram anulados – mas curiosamente ele mantém o mais importante: o recorde sul-americano (a prova de Seul de 2022) porque aquela data foi anterior ao primeiro teste positivo. Assim destacamos que, a pena é quatro anos (mínimo para essas substâncias) mais um ano extra por “circunstâncias agravantes”, reduzido em um ano por ele ter admitido a culpa. “A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) anunciou nesta quarta-feira a punição para Daniel Nascimento. Pelo uso de drostanolona, metenolona e nandrolona, três hormônios anabolizantes, ele foi suspenso por cinco anos, com início do gancho retroativo a 15 de julho de 2024”.
O silêncio de Daniel
Durante meses, Daniel permaneceu em silêncio. Internamente, quem era mais próximo até poderia saber de sua rotina, mas comentavam pouco, apenas lia-se relatos em redes sociais que Daniel “é um menino, tem 24 anos, as redes sociais, quando houve a exposição pública da situação (acusação de doping), não perdoaram ele”. Publicamente, ele não deu entrevistas nem emitia explicações. Em nosso podcast realizado em 31 de julho de 2024, Wlamir Motta o presidente da Cbat lamentava os fatos, contou detalhes do apoio da Cbat ao atleta, as decisões do mesmo e estava esperançoso quanto ao seu julgamento. No entanto, só agora em 23 de abril de 2025 Daniel compareceu a uma audiência da AIU, na qual não contestou as acusações. Com isso, acelerou-se a decisão final – e ele ficou sem outra opção senão aceitar a punição esportiva.
Repercussão na comunidade
O caso chocou entidades, fãs e atletas. A torcida mostrou-se dividida entre descrença, indignação e tristeza. Muitos lamentaram perder o “Danielzinho” e cobraram transparência das autoridades. Por outro lado, houve quem lembrasse o histórico impecável do corredor. Entre os corredores recreacionais, internautas das redes sociais e grupos de corrida, prevaleceu uma sensação de decepção – mas também de solidariedade à juventude do atleta. Vários treinadores e corredores veteranos manifestaram apoio público, pedindo calma e paciência a todos. Como exemplo de superação, divulgaram histórias como a do maratonista Paulo Roberto de Paula: quase 46 anos, ele ainda correu 2h13min07s em Sevilha 2025, mantendo-se competitivo mesmo sem muito apoio e patrocínio. O americano Meb Keflezighi também é citado: com 38 anos ele venceu a Maratona de Boston em 2014 com 2h08min37s. Essas referências reforçam a esperança de que Daniel, se maduro e determinada, possa retornar forte após a sua condenação esportiva.
E o futuro? Esperança e reconstrução
Não há como ignorar que a suspensão de cinco anos é pesada em termos atléticos de alta performance. Mas um olhar objetivo mostra que Daniel voltaria às pistas com cerca de 30 anos de idade – idade ainda competitiva em maratona, onde veteranos batem recordes. Se optar por continuar, ele terá tempo para recuperar-se mentalmente e reconstruir sua reputação. A história já nos mostrou que atletas só voltam melhores se refletirem após uma pausa, um intervalo. Com preparação sólida, séria e mais madura, Daniel poderia voltar em 2030 condicionado às rígidas regras e ganhando muito mais experiência emocional. Acreditamos que tanto ele quanto a CBAt, desejam um caminho a ele, de aprendizado e retorno ético.
Em meio à polêmica, fica a lição: Daniel do Nascimento foi idolatrado por seu talento e determinação; agora é acompanhado na torcida para que amadureça, aproveite este tempinho fora das competições a seu favor e, no futuro, retorne não só como uma grande fundista, mas como exemplo de superação e volta por cima.
Pra nós aqui só resta esperar, estamos a disposição caso ele queira se pronunciar sobre os fatos do passado, sobre seu presente e seu futuro. Neste sentido, fica claro que apesar deste turbilhão de informações e polêmicas, queremos o melhor para ele neste momento delicado da sua vida, da sua carreira. Assim, vamos torcer muito por melhoras em todos os sentidos, pode contar com a gente, esperamos um retorno ainda mais fenomenal do nosso maior fundista da atualidade.
Bons treinos a todos, camaradas!
Por: Darlan Souza

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