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Medicina do Esporte

Respiração Eficiente na Corrida

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Respiração adequada durante a corrida é essencial para melhorar o desempenho, evitar lesões e garantir que o corpo esteja recebendo oxigênio suficiente. Aqui estão algumas orientações que os treinadores de corrida geralmente recomendam para respirar melhor durante a corrida:

  1. Respire naturalmente: Em corridas mais leves ou de curta distância, permita que sua respiração siga um ritmo natural. Não force uma respiração profunda ou rápida em distâncias curtas, mas concentre-se em encontrar um ritmo confortável.
  2. Respiração pelo nariz e pela boca: Inspire e expire tanto pelo nariz quanto pela boca. Respirar pelo nariz ajuda a aquecer o ar antes de entrar nos pulmões, enquanto a respiração pela boca permite maior fluxo de ar, especialmente durante corridas mais intensas.
  3. Ritmo com os passos: Tente sincronizar sua respiração com os passos durante a corrida. Por exemplo, alguns corredores acham útil respirar em um ritmo 2:2 (dois passos para inspirar e dois passos para expirar) em ritmo de corrida mais lento e mudar para 2:1 ou 1:1 em corridas mais rápidas ou intensas.
  4. Expire completamente: Certifique-se de expirar completamente em cada respiração para eliminar o dióxido de carbono dos pulmões. Isso ajuda a evitar uma sensação de falta de ar.
  5. Diafragma e abdominais: Use o diafragma e os músculos abdominais para uma respiração mais profunda e eficiente. Isso ajuda a expandir completamente os pulmões e aumentar a capacidade respiratória.
  6. Postura adequada: Mantenha uma postura ereta enquanto corre para facilitar a expansão dos pulmões e o fluxo de ar. Ombros relaxados e peito aberto também são importantes para uma respiração eficaz.
  7. Prática e treinamento: A respiração adequada durante a corrida requer prática. Treine diferentes ritmos respiratórios em seus treinos para encontrar o que funciona melhor para você em diferentes distâncias e intensidades.
  8. Respeite os limites: Se você está começando a correr ou aumentando a intensidade do treino, respeite os limites do seu corpo. Se sentir dificuldades respiratórias persistentes ou preocupantes, consulte um médico.

Lembrando que, antes de fazer qualquer mudança significativa em sua rotina de exercícios, é sempre aconselhável consultar um profissional de saúde ou um treinador de corrida certificado para obter orientação personalizada.

Por: Redação Runners Brasil

Medicina do Esporte

Crianças e maratonas: por que esse limite precisa ser respeitado

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Criança de 10 anos corre maratona em ARACAJU – Domingo 26/10/2025

https://www.instagram.com/reel/DQULBETDYFX/?igsh=ZHJ2Nm9qOHhlMTJ5

Nos últimos anos, com a popularização das corridas de rua, tornou-se comum ver famílias inteiras participando de eventos esportivos. A prática é extremamente saudável desde que adequada à idade.

No entanto, permitir ou incentivar uma criança de 10 anos a correr uma maratona de 42 km é algo que ultrapassa qualquer limite de segurança. Do ponto de vista médico e ortopédico, trata-se de uma prática contraindicada e potencialmente perigosa, com riscos amplamente documentados na literatura científica.

O corpo infantil não está preparado para esse tipo de esforço extremo. Nessa faixa etária, o sistema musculoesquelético ainda é imaturo: ossos, tendões e articulações estão em formação, com cartilagens de crescimento (fises) abertas. O impacto e a sobrecarga repetitiva de uma maratona podem causar lesões de estresse, epifisiólises e até deformidades no crescimento ósseo.

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Do ponto de vista metabólico e cardiovascular, os riscos são igualmente relevantes. O organismo infantil tem menor capacidade de termorregulação, glicogênio reduzido e ainda não possui mecanismos plenamente desenvolvidos para lidar com a desidratação e o estresse prolongado. Isso aumenta a chance de hipoglicemia, hiponatremia, arritmias e colapsos circulatórios.

Outro ponto crítico é a sobrecarga articular precoce. Joelhos, quadris e tornozelos de uma criança não foram feitos para suportar o impacto de dezenas de milhares de passadas. Esse tipo de estímulo pode antecipar quadros de artrose e tendinopatias crônicas, comprometendo a saúde musculoesquelética na vida adulta.

E não menos importante: o impacto psicológico. Uma maratona não é apenas física; ela exige foco, disciplina e resiliência mental. Submeter uma criança a essa pressão — muitas vezes associada a expectativas de adultos — pode gerar estresse emocional, frustração e até repulsa pela prática esportiva.

As principais entidades médicas e esportivas são categóricas. A American Academy of Pediatrics (AAP) e a World Athletics recomendam que, até os 14 anos, a corrida mantenha caráter lúdico, de curta duração e sem foco competitivo. O objetivo nessa fase é promover o prazer pelo movimento, o desenvolvimento da coordenação e a criação de hábitos saudáveis não a resistência extrema.

Aos 10 anos, o ideal é que a criança pratique corridas de até 3 km, com pausas, acompanhamento de adultos e, principalmente, diversão. Incentivar o amor pelo esporte é fundamental, mas isso deve vir com responsabilidade.

Maratona é um desafio lindo para adultos plenamente desenvolvidos, com treino e acompanhamento adequados. Para as crianças, o desafio deve ser outro: crescer com saúde, segurança e vontade de continuar se movendo.

Referências:
• American Academy of Pediatrics. Sports Participation for Children and Adolescents: The Risks and Benefits of Organized Athletic Activity. Pediatrics, 2019. https://doi.org/10.1542/peds.2019-0990
• Tenforde AS, et al. Running-Related Injuries in Youth Athletes: A Clinical Review. Current Sports Medicine Reports, 2021.
• World Athletics. Consensus statement on youth long-distance running., 2020.

— Dra. Ana Paula Simões
Ortopedista e médica do esporte (RQE 28753 / RQE 67412)

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Medicina do Esporte

A Culpa é do TÊNIS?

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Super tênis e instabilidade: quando a tecnologia pode virar armadilha para alguns corredores

Nos últimos anos, os super tênis dominaram as provas de corrida de rua e maratonas. A combinação entre a placa de carbono e a espuma ultraleve e responsiva (supercritical foam) tem gerado marcas históricas, que antes pareciam inatingíveis. Mas junto com o desempenho, surgiram lesões — que eu atendo diariamente!!E, com elas, um novo olhar da biomecânica pois algumas pessoas não estão preparadas pra eles!

A grande inovação está na espuma supercrítica, criada por meio de um processo físico em que gases como CO₂ ou nitrogênio são inseridos em polímeros (como PEBA, EVA ou TPU) sob altíssimas pressões e temperaturas. Esse processo gera uma estrutura de microcélulas uniforme, altamente elástica, resiliente e leve, com capacidade excepcional de absorver e devolver energia. Essa espuma está presente em modelos famosos nacionais e internacionais.

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No entanto, essa tecnologia não é isenta de efeitos colaterais. A deformação da espuma durante a corrida promove uma instabilidade natural, principalmente em atletas com pisada excessivamente pronada ou supinada. Ao mesmo tempo, a placa rígida inserida entre as camadas da entressola pode gerar aumento do torque articular, amplificando os desalinhamentos dinâmicos durante a passada.

Estudos de biomecânica demonstram que corredores com instabilidade na pisada apresentam maiores deslocamentos mediolaterais do retropé ao utilizar tênis de entressola macia, especialmente se associados a placa rígida, elevando o risco de lesões. Por isso meus pacientes as vezes chegam no consultório reclamando de lesão após uso de determinado tênis.

A literatura também mostra um aumento da força de reação do solo e das cargas articulares em tênis com maior retorno de energia².

Dessa forma, é fundamental identificar quais corredores podem se beneficiar dos super tênis — e quais devem usá-los com cautela. Indivíduos com pisada excessivamente pronada ou supinada, com histórico de entorses, dor femoropatelar, tendinopatias do tibial posterior ou fibular curto, ou instabilidade funcional no tornozelo, devem ser criteriosamente avaliados antes de adotar esse tipo de calçado.

Adaptação é a chave

Não é preciso excluir a tecnologia — mas sim preparar o corpo para ela. O uso de tênis com alta instabilidade exige maior controle neuromuscular e força dos estabilizadores. O fortalecimento do core, dos músculos do quadril (especialmente glúteo médio e rotadores externos) e dos estabilizadores do tornozelo (como tibial posterior e fibulares) deve fazer parte da rotina do corredor. Treinos funcionais e exercícios de propriocepção também são fundamentais para reduzir o risco de lesões ao usar esse tipo de calçado.

A estratégia mais segura é alternar o uso dos super tênis com modelos mais estáveis durante o ciclo de treinos, reservando os tênis com placa e espuma supercrítica para sessões específicas e provas. Dessa forma, é possível colher os benefícios da tecnologia sem expor o sistema musculoesquelético a sobrecargas desnecessárias. Mas mesmo assim existem casos que precisam de adaptações com órteses ( palmilhas) e em último caso se as lesões forem recorrentes: cirurgia para corrigir as deformidades.

Tecnologia sem biomecânica é risco.

Alta performance exige controle.

E estabilidade… você não compra. Você constrói.( fortalecendo)

😉bons treinos, valentes!

Por: Dra Ana Paula Simões – @draanapsimoes

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Medicina do Esporte

Mitos, Lendas e crenças entre corredores que já escutei por aqui no consultório

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No universo da corrida de rua, mitos e lendas antigas ainda persistem, influenciando como muitos corredores amadores encaram emagrecimento, ganho de massa muscular e alimentação na corrida. Vamos desmistificar alguns dos equívocos comuns, trazendo um olhar atualizado, com base na ciência e na experiência prática.

1. Emagrecimento: Mais Corrida Não Significa Mais Perda de Peso

É comum pensar que, para perder peso, o melhor é aumentar ao máximo o volume de corrida. Afinal, mais tempo correndo queima mais calorias, certo? Não é bem assim. Quando o volume de treino é exagerado sem uma alimentação adequada, o corpo tende a “se defender’’ para isso mecanismos como aumento da fome e diminuição do metabolismo podem segurar a queima de gordura e aumentar o consumo de  massa muscular, via hormônios como cortisol e grelina. Um bom programa de emagrecimento na corrida deve equilibrar o volume de treino com o descanso e uma nutrição adequada para cada fase do corredor.

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Outro mito frequente é a crença de que o jejum é indispensável e superior para a perda de peso. Embora o jejum intermitente possa funcionar para algumas pessoas e para alguns momentos, ele não deve ser encarado como a única formula de sucesso para o emagrecimento, especialmente se você tem treinos longos > 1:00  e está visando melhora de performance.

2. Ganho de Massa Muscular: Sim, é Possível para Corredores

Há um mito de que corredores não podem e nem devem ganhar ou manter massa muscular, e que qualquer treino de força “pesado” atrapalharia o desempenho. Pelo contrário, a incorporação de exercícios de força pode, na verdade, melhorar a eficiência da corrida, ajudando a prevenir lesões e melhorando o desempenho.

Entender em que momento do treinamento você está vai lhe permitir ajustar a melhor estratégia para seus treinos de força, momentos com menor volume de treino de corrida são interessantes para intensificar os treinos de força com intuito de hipertrofia, alinhar a sua alimentação para cada fase e ter atenção especial com a proteína é outro ponto muito importante.

3. Alimentação e Suplementação: A Base é o Equilíbrio, Não o Excesso

Outro ponto onde os mitos se acumulam é a nutrição e a suplementação. Não é incomum ver corredores que se lançam em dietas extremamente restritivas, retirando carboidratos e focando apenas em proteínas e gorduras, acreditando que isso vai melhorar o rendimento. O que a ciência mostra, no entanto, é que os carboidratos são essenciais para corredores, especialmente em treinos longos, pois são a principal fonte de energia durante a corrida, essa energia é dividida em energia do glicogênio muscular e também hepático, o glicogênio muscular corresponde aos carboidratos consumidos 3-4 horas antes dos treinos e o hepático aquele consumido em torno da última hora, como por exemplo os géis de carboidrato, estes aliás são outra fonte de dúvidas e crenças.

4. nunca vou me adaptar aos géis de carboidrato

A suplementação com carboidrato pode gerar desconfortos gastrointestinais, porém, apesar de poder gerar desconfortos isso não quer dizer que você sempre vai ter desconfortos com géis e que não se adapta a nenhum, o consumo de carboidrato é treinável, tanto quanto treinamos para correr uma maratona, também treinamos para o que vamos suplementar e assim nos adaptamos, além disso existem varias opções de géis a serem testadas, o mito aqui é acreditar que você não vai se adaptar a nenhuma opção, procure entender o que está acontecendo com seu corpo.

5. se estou pronto para 21k é só dobrar que corro 42k

A última lenda é o famoso, se eu corro 21k é só dobrar que estou pronto pra maratona, vá com calma, se você iniciou sua jornada da corrida, é natural que queira ir aumentando seus desafios, mas se você quer diminuir suas chances de lesão, vá aos poucos evoluindo seu volume com um plano bem definido e acompanhado por profissionais, tenha calma, programe bem essa evolução, um ciclo de treinamento para uma meia maratona é bem diferente de um ciclo de treinamento para uma maratona, veja bem se é o melhor momento de vida para enfrentar um e se realmente quer correr uma maratona.

Por: Dr. Gustavo Cosenza

Instagram: gustavomcosenza

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