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Trail Running

O que esperar de novidades para o Mundo Trail em 2024?

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O ano de 2023 foi de uma verdadeira efervescência para o Trail running no mundo, mas em especial no Brasil, que teve um calendário recheado de competições, com muitas novas provas se juntando às tradicionais, que já estão consolidadas no país.

Estamos presenciando um crescimento do Trail brasileiro em todas as regiões, se espalhando para além do eixo sudeste-sul, com grande expansão na região nordeste, com circuitos gigantes, como o Desafio Off Road, que chega a ter mais de 1500 inscritos em algumas etapas, e provas supercobiçadas, como o Desafio dos Matões e Delta do Paranaíba, além de outras provas já consolidadas, como Xingó Trail Run e Ultra Trail da Chapada Diamantina.

Ainda falando em nordeste, 2024 reserva uma grande novidade, que é uma prova na Bahia integrando o Skyrunner Brazil Series. Pois é, muitos sequer faziam ideia de que no interior da Bahia há montanhas acima de 2000m de altitude. A Base Trail Run terá até um desafio vertical, com 4 Km e quase 1000m de ganho de elevação, além de uma SkyRace, com 31 Km e 2175 m de ascensão e uma Ultra SkyMarathon, com 50 Km e incríveis 3710 m de desnível positivo.

No Sul já temos consolidado o Campeonato Gaúcho de Trail Running, com várias etapas e uma grande adesão dos corredores, e a tendência é de crescimento. Em Santa Catarina e Paraná, grandes provas também são sucesso e continuarão sendo, como Mons, Perdidos, Jaraguá Sky, entre outras.

No centro-oeste, o circuito da Ultra Macho é bastante tradicional, com etapas em locais paradisíacos na região da Chapada dos Veadeiros. Também vemos a consolidação de provas em Bonito, explorando a linda Serra da Bodoquena para a prática do Trail.

O norte do Brasil ainda é a região com menos provas de Trail, mas vem se expandindo, com destaque para a Ultra Trail Amazônica, que tem distâncias variadas, e teve seus primeiros finishers de 100 milhas este ano, explorando as belezas da selva amazônica.

O Sudeste continua sendo o nicho das maiores e mais badaladas provas. Este ano tivemos como destaque, mais uma vez, a Indomit Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí – SP, com alto nível competitivo e uma multidão de corredores. Em 2024, quando completa seus 10 anos, a tendência é que o sucesso seja ainda maior.

Em Minas Gerais, tivemos a maior edição da mais cobiçada prova de Trail brasileira, a La Misión Brasil, que será ainda maior no próximo ano, com previsão de mais de 3 mil inscritos para encarar a linda e imponente Serra Fina, e com vasta premiação em dinheiro: 75 mil reais. Também temos o crescimento da Cambotas Trail Fest, que vai abrir a temporada competitiva em fevereiro, no povoado de Cocais, em trilhas e montanhas de tirar o fôlego.

O Rio de Janeiro recebeu a primeira edição de uma prova by UTMB no Brasil. A Paraty by UTMB já estreou gigante, com o maior público de uma prova de Trail no país, reunindo quase 3 mil atletas, com um altíssimo nível competitivo, o que tende a se repetir em 2024.

Em termos de produtos, também vem crescendo a oferta no Brasil, com o crescimento da demanda. As marcas vêm enxergando esse crescimento e o aumento do potencial da modalidade, trazendo mais opções para o mercado. No entanto, ainda temos poucas marcas, com grande visibilidade da Salomon, Hoka e On, além de outras marcas que também têm seu público, como New Balance, Adidas, Nike, entre outros. Também estamos observando um grande crescimento da Asics e Evadict, que vêm ampliando sua linha trail e investindo na formação de uma equipe de peso em nível internacional. Tivemos, ainda, o lançamento pela Olympikus de um modelo específico para Trail, que mostra também o interesse da marca em investir na modalidade. Mas se compararmos com Europa, por exemplo, nosso mercado de trail ainda é muito carente.

A tendência, em termos de tênis Trail de performance, parece ser a produção de modelos com placa de carbono e outros materiais rígidos na entressola, algo que veio do asfalto e vem ganhando força nas trilhas, com modelos da The North Face, Salomon, Hoka e outras marcas já sendo vendidos no Brasil.

O crescimento do Trail no país já está escancarado, e a tendência é que continue vertiginosamente, tendo em vista o grande potencial do país em termos de locais para a prática da modalidade, bem como o aumento de sua visibilidade, que vem trazendo mais e mais praticantes a cada ano, impulsionados pela proposta de contato com a natureza, saindo um pouco da monotonia dos espaços urbanos.

Por: Wanderson Nascimento

Jornalista

Atleta de trail running da Go On Outdoor

Acadêmico de Educação Física

Trail Running

Suplementação em Provas de Trail Running

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As estratégias de alimentação, hidratação e suplementação em uma corrida em trilhas, assim como nas provas de asfalto, são muito individuais, tendo em vista que, cada pessoa tem necessidades específicas, hábitos diversos, níveis diferentes de condicionamento, ritmos diferentes de corrida, dentre outros fatores que vão influenciar nas necessidades do corredor ao longo do treinamento, e, claro, durante as competições.

Esse tema costuma ser polêmico, pois a cada hora surge um suplemento milagroso, que vira moda, mas que logo é substituído por outro, uma vez que o mercado já entendeu o interesse de muitas pessoas por soluções mágicas e rápidas. Mas é um tema de fundamental importância, principalmente nas provas longas, onde os problemas gastrointestinais, como vômitos, náuseas, diarreia e outros são uma das principais causas de abandono de atletas nas competições.

O que mais muda no Trail em relação às corridas de rua é justamente no planejamento da ingestão desses alimentos e/ou suplementos, tendo em vista que, diferentemente das corridas de asfalto, o tempo de duração de uma corrida em trilha e/ou montanha é maior e pode ter uma variação também maior, dependendo de fatores como clima, tipo de terreno, altimetria, entre outros.

Em uma maratona de asfalto o atleta pode planejar sua alimentação e suplementação de acordo com a distância, já que ele tem uma previsão mais apurada de quanto tempo terá cumprido entre cada momento de se alimentar, no entanto, no trail, já é mais viável realizar esse planejamento por tempo, uma vez que a distância percorrida entre cada ponto de apoio, ou entre cada momento de se alimentar, pode ter uma variação muito maior.

Em provas de ultramaratona, por exemplo, que duram muitas horas, a maioria dos corredores vai precisar de maior quantidade de energia exógena, proveniente de alimentos e suplementos, além da reposição de eletrólitos. Nesses casos, a maioria deles escolhe opções mais práticas, que podem ser rapidamente acessadas na mochila; e de absorção mais rápida, como géis de carboidrato, isotônicos, barrinhas de cereal, chocolate, jujubas, enfim, vai da preferência de cada paladar.

Em relação a isso, é importante que a pessoa treine sua alimentação, que não insira nenhum alimento ou bebida, na prova, que não tenha utilizado antes nos treinos. É fundamental, além de treinar o quê, treinar também o quanto. Hoje em dia, os atletas de elite tendem a ingerir grande quantidade de carboidratos, e alguns conseguem ultrapassar a quantidade de 100 gramas por hora.

No entanto, nós, amadores, não podemos apenas nos basear nessa quantidade e querer copiar essa estratégia a qualquer custo, uma vez que, como falei mais acima, temos nossas individualidades. Um atleta de elite, que consegue sustentar um esforço muito próximo do seu limite por muito tempo, tem uma demanda energética muito maior e uma tolerância muito maior àquela quantidade de energia exógena. Ou seja, ele vai conseguir absorver e utilizar grande parte daquilo que ingeriu, enquanto um atleta que termine a prova com 50% a mais de tempo, certamente não terá a capacidade, nem a necessidade de ingerir essas mesmas quantidades.

No meu caso, elaboro minhas estratégias de acordo com o tempo de prova e procuro sempre priorizar alimentos e suplementos 100% naturais. No entanto, não deixo de me render àquela Coca-Cola gelada no último ponto de apoio, quando as energias já estão se esgotando. Porém, algumas pessoas não se dão bem com alguns componentes da coca, como, por exemplo, os corantes artificiais ou mesmo a cafeína.

Por falar em cafeína, e ainda sobre testar nos treinos o que vai utilizar na prova, há detalhes importantes, como, por exemplo, a composição dos geis de carboidrato. Alguns contêm esse e outros estimulantes que, em algumas pessoas pode melhorar o desempenho, mas que em outras é inócuo, ou seja, não afeta em nada, e, em outros ainda, pode provocar perda de desempenho e efeitos indesejados, como irritação, náuseas, taquicardia e até crises de ansiedade, algo nada desejável em uma corrida que vai durar muitas e longas horas.

O exemplo que citei da cafeína vale para qualquer outro suplemento ou substância. Portanto, respeite sua individualidade, suas necessidades pessoais e invista cada vez mais em conhecer seu corpo e analisar suas reações a cada alimento ou suplemento que inserir em sua rotina de treinamento.

Wanderson Nascimento

Jornalista, corredor de trilha e acadêmico de Educação Física

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Trail Running

Edição 2024 da Paraty Brazil by UTMB traz novidades nos percursos

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A prova acontece entre os dias 19 e 22 de setembro em Paraty (RJ)

A cidade histórica de Paraty (RJ) receberá nos dias 19 a 22 de setembro a segunda edição da Paraty Brazil by UTMB, a etapa brasileira do principal circuito de corrida de montanhas do mundo, o UTMB World Series. Os quatro percursos da prova (108 km, 58 km, 34 km e 25 km) terão novidades para uma maior imersão dos atletas na Mata Atlântica e trilhas do Parque Nacional da Serra da Bocaina.

Após o sucesso da primeira edição, os organizadores trazem mudanças para 2024, com o objetivo de melhorar ainda mais a experiência dos atletas e acompanhantes. “A pesquisa pós-prova trouxe uma avaliação muito positiva e ficamos entre as cinco melhores provas do circuito UTMB World Series, sendo comparados a eventos com três ou quatro anos de existência”, afirma Rafael Miranda, diretor geral da Paraty Brazil by UTMB 

Mesmo com o feedback positivo, para esse ano a organização buscou melhorias no percurso para incluir paisagens inéditas. “Ouvimos os atletas e a comunidade local e acrescentamos mais trechos em meio à Mata Atlântica, tornando a prova mais desafiadora e divertida”, comenta Rafael Campos, diretor técnico da Paraty Brazil by UTMB. “Os atletas seguirão largando e chegando do charmoso centro histórico de Paraty, mas após saírem da cidade vão passar por mais locais de single tracks, mirantes e praias”, completa Campos.

Os percursos de 25 km e 34 km foram os que mais tiveram mudanças e melhorias, com uma alteração de mais de 50% no traçado em relação à primeira edição. Os corredores passarão por um lado da Serra da Bocaina com mais trilhas, áreas sombreadas e uma significativa redução nos trechos de estradão.

Já no percurso de 58 km, a principal novidade é passagem pelo cume da Pedra da Macela, o ponto mais alto da prova, com 1840m. “Esse ano, com um pouco mais de esforço, os corredores serão recompensados com uma bela vista de toda a baía de Paraty, chegarão ao cume da Macela, dentro do Parque Nacional da serra da Bocaina e que faz a divisa entre os estados de SP e RJ” ressalta Rafael Campos. “Também reduzimos o trecho compartilhado entre quem sobe e desce, sendo que o descenso será feito por uma trilha paralela, com mais vista para o mar”, enfatiza o dirigente.

Por fim, os atletas dos 108 km também farão a descida da Pedra da Macela por essa nova trilha, tendo mais vista para o mar e menos compartilhamento de percurso com atletas no sentido contrário. “A comunidade de Paraty abraçou o evento e nos apresentou muitas possibilidades de trilhas para deixarmos a prova ainda mais interessante para os amantes do trail running”, comemora Rafael Campos.

Por conta do calor enfrentado na última edição, também faremos as largadas mais cedo do que a edição passada. A agenda oficial da Paraty Brazil by UTMB terá início na quinta-feira (19/09) às 10h com a entrega de kits e abertura da Expo, um dos destaques de 2023 e que até o momento já possui mais de 30 expositores confirmados. Às 18h de sexta-feira (20/09) largam os 108 km, às 5h de sábado (21/09) saem os 58 km, às 7h os 35 km e às 9h os 24 km. 

O domingo (22/09) está reservado para a prova kids a partir das 9h, e logo na sequência, a cerimônia de premiação e o encerramento oficial.

As inscrições são limitadas e podem ser feitas pelo site https://paraty.utmb.world/.

Por: Redação Runnes Brasil

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Trail Running

O crescimento exponencial do público feminino no Trail

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A mulherada vem mostrando, a cada dia mais, nos mais diversos setores da sociedade, que lugar de mulher é onde ela quiser. Essa mudança vem sendo notada de maneira bem sensível nos postos de trabalho, onde elas passaram a ocupar postos que antes só eram ocupados por homens, além de terem uma remuneração cada vez mais igualitária, apesar de ainda, infelizmente, existirem disparidades. Mas também nas áreas de cultura, lazer, e, claro, nos esportes, que vêm crescendo em representatividade feminina.

Nas corridas de rua é notório o crescimento, ano a ano, do público feminino. Conforme levantamento da plataforma de inscrições Ticket Sports, segundo dados do ano de 2023, as mulheres respondem por 47,25% do total de inscritos em corridas de rua no país, enquanto os homens são 52,75%.

No Trail running não tenho conhecimento de nenhum estudo comparativo dos públicos feminino e masculino, mas também é sensível aos olhos de todos o aumento do número de mulheres praticantes, acompanhando o grande crescimento da modalidade nos últimos anos.

Eu sou organizador de provas de Trail e já percebi, na prática, esse aumento. Antes da pandemia de Covid-19, em um circuito que eu organizava na minha região, no interior de Minas Gerais, apenas de 2019 para 2020 houve um crescimento gigantesco do percentual de inscrições femininas, saltando de pouco mais de 25% para quase 50% dos inscritos.

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Essa evolução no cenário do Trail running é positiva de tantas formas diferentes, quebrando muitos paradigmas, pois a corrida em trilha e montanha passa uma imagem de esporte “bruto”, que exige maiores níveis de força, sendo preciso encarar obstáculos naturais, intempéries da natureza e até a possibilidade de ataques de animais, aspectos que geralmente são associados à figura masculina. No entanto, é cada vez maior o número de mulheres que transpõem todas essas barreiras físicas, mentais, e, as mais difíceis, as barreiras culturais. 

No Trail, inclusive, a discrepância de performance entre homens e mulheres é menos acentuada que nas corridas de rua. Ao contrário desta modalidade, naquela não é incomum ver mulheres chegando entre o top 3 ou top 5 gerais, e até sendo campeãs no geral, em especial em ultramaratonas de montanha. Nessa modalidade, o maior nome atualmente é a atleta dos EUA, Courtney Dauwalter, que coleciona recordes e impõe medo nas cuecas das maiores e mais icônicas ultra trails do calendário mundial.

Esse crescimento do público feminino nas competições foi tão impactante, que, em 2023, uma das maiores e mais cobiçadas (senão a mais) do país, a La Misión Brasil, dedicou muitos esforços extras em prol de um melhor e mais específico atendimento à mulherada, investindo em diversas adequações na estrutura da prova, incluindo até a criação de uma distância exclusiva para as mulheres.

Esse start dado pela La Misión Brasil representa um grande avanço e, certamente, inspirou muitas outras competições a olhar com mais cuidado para o público feminino, que, em contrapartida, também passou a ter maior consciência de sua importância para este mercado e seu direito de reivindicar um melhor atendimento.

A corrida é conhecida por seu uma modalidade esportiva muito democrática, e, com o Trail, isso não é diferente. Há espaço para todo mundo, e o acolhimento de cada novo ou nova integrante é como o de uma família.

Viva a corrida! Viva o Trail running! Viva as mulheres!

Wanderson Nascimento

Jornalista, corredor de trilha e acadêmico de Educação Física 

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