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Corrida e Dermatologia

Pés e unhas de corredor: quando o incômodo vira lesão

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Todo corredor tem uma história nos pés: uma bolha depois da prova, uma unha que escureceu, ou aquele desconforto que aparece nas últimas semanas de treino intenso. Esses pequenos
incômodos podem parecer parte do “pacote” da corrida, mas, quando ignorados, podem evoluir
para lesões que afastam o atleta do treino e até abrir espaço para infecções sérias. A boa notícia é que, com cuidados simples e atenção aos sinais do corpo, é possível manter os pés firmes, saudáveis e prontos para qualquer percurso.

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Um caso real (e comum)

Durante uma meia maratona, Ana, corredora amadora, sentiu um leve ardor no dedão do pé no
km 8. Ignorou. No dia seguinte, a unha estava roxa e dolorida. Nos treinos seguintes, passou a
sentir desconforto ao calçar o tênis e percebeu uma descamação entre os dedos. O diagnóstico no consultório? Hematoma subungueal (unha roxa por trauma repetitivo) e micose nterdigital,
favorecida pelo calor e pela umidade. Casos como o de Ana são frequentes e mostram como o
atrito, o calor e o suor criam o cenário ideal para pequenas lesões e infecções nos pés do corredor.

Principais problemas dos pés de quem corre:

  • Bolhas: surgem pelo atrito contínuo entre pele, meia e calçado.
  • Calos e fissuras: indicam atrito crônico ou pontos de pressão inadequada no tênis.
  • Micoses (pé de atleta): fungos prosperam em locais úmidos e quentes, como entre os dedos e
    nas unhas.
  • Unhas pretas: resultado de microtraumas repetitivos, comuns em treinos longos ou com
    calçado apertado.
  • Unhas encravadas: erro no corte ou pressão lateral do calçado.
    Escolhendo o tênis e a meia ideais
  • Tamanho certo é essencial: o tênis deve ter meio centímetro de folga na frente; dedos não
    podem encostar na ponta.
  • Modelos específicos para corrida: priorize leveza, ventilação e amortecimento.
  • Evite tênis novos em prova: teste-os em treinos longos antes.
  • Meias técnicas: escolha tecidos que absorvem o suor (como poliamida e elastano) e sem
    costuras espessas.
  • Troque meias molhadas rapidamente: umidade prolongada é o primeiro passo para fungos e
    bolhas.

Cuidados com as unhas

  • Corte reto, sem arredondar os cantos, para evitar encravamento.
  • Evite cortar muito curtas: unhas curtas demais perdem a função protetora.
  • Mantenha limpas e secas: use tesouras e alicates pessoais, bem higienizados.
  • Atenção à coloração: unhas amareladas, espessas ou quebradiças podem indicar micose.
  • Hematomas subungueais frequentes exigem avaliação médica pois podem esconder descolamento ou infecção.

Quando procurar o dermatologista

  • Dor persistente, inchaço ou secreção sob a unha.
  • Bolhas com pus, mau cheiro ou vermelhidão ao redor.
  • Descamação entre os dedos que não melhora com cuidados caseiros.
  • Unhas que não voltam à cor normal após semanas.

Conclusão

Cuidar dos pés é cuidar da base da corrida. Eles sustentam cada quilômetro, amortecem cada
impacto e traduzem o esforço diário do atleta. O segredo está em prevenir, observar e respeitar os sinais. Porque um corredor preparado não é apenas quem tem fôlego é quem tem pele, unhas e passos saudáveis para ir cada vez mais longe.

Por: Sabrina Cabral Bezerra
Dermatologista CRM 153146/RQE 51002

Dermatologista Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Pós graduação em Cosmiatria e Laser pela Universidade de Mogi das Cruzes/SP.
Pós graduação em Dermatologia Oncológica pelo Hospital Sírio-Libanês.

Corrida e Dermatologia

O suor é seu aliado ou inimigo?

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Quem corre sabe: suar é parte da conquista. O suor escorre, marca o esforço e parece traduzir o treino bem-feito. Mas, quando o assunto é pele, essa relação nem sempre é tão simples.

Afinal, o suor é um aliado natural do corpo mas também pode se tornar um vilão quando em excesso ou mal manejado.

O que o suor realmente faz no corpo

Suar é um mecanismo inteligente. Ele regula a temperatura corporal e evita o superaquecimento durante o esforço físico. Cada gota carrega sais minerais e água, é hipotonica e inodora ao ser secretada. Ou seja: o suor, por si só, não é sujo. Ele é sinal de equilíbrio.

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Quando o suor se torna um problema

Durante treinos longos e em ambientes quentes, o suor excessivo, somado ao atrito das roupas e à umidade constante, pode irritar a pele e abrir portas para infecções.As situações mais comuns entre corredores incluem:

  • Foliculite (inflamação dos folículos pilosos, parecida com acne).
  • Dermatite por suor (“brotoeja”), causada pelo obstrução dos poros.
  • Assaduras em áreas de atrito, como axilas, virilha e mamilos.
  • Infecções fúngicas em pés e dobras, favorecidas pela umidade.

Como equilibrar essa relação

A boa notícia é que o suor não precisa ser combatido, e sim compreendido. Veja como manter a pele saudável mesmo treinando sob o sol:

  • Use roupas respiráveis: tecidos tecnológicos ajudam na evaporação do suor.
  • Evite roupas molhadas após o treino: troque por peças secas o quanto antes.
  • Banho rápido e gentil: use sabonetes suaves e evite buchas agressivas.
  • Hidrate a pele todos os dias, mesmo no calor, isso reforça a barreira cutânea.
  • Cuide dos pés: seque bem entre os dedos e evite tênis úmidos.

Esses hábitos simples reduzem inflamações e equilibram o microbioma da pele, preservando a defesa natural que o suor também ajuda a construir.

Conclusão

O suor é um reflexo do movimento, da constância e da superação, pilares de todo corredor. Na medida certa, ele protege e fortalece. O segredo está em respeitar os limites da pele e dar a ela o mesmo cuidado que você dedica aos treinos. Afinal, pele saudável também é performance.

Por: Sabrina Cabral Bezerra – Dermatologista CRM 153146/RQE 51002

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Corrida e Dermatologia

Boné, viseira e cabelo preso: o trio que pode causar danos

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Quem corre sob o sol sabe: o boné, a viseira e o elástico de cabelo são quase parte do uniforme. Eles protegem, organizam e deixam o treino mais confortável. Mas quando usados todos os dias, e da forma errada, esses aliados podem se transformar em vilões da saúde capilar e do couro cabeludo. Atrito, umidade e tração constante criam o cenário perfeito para quebra, caspa, queda e irritação. O segredo não está em abandonar os acessórios, e sim em usá-los com inteligência dermatológica.

O impacto do boné e da viseira: proteção ou armadilha?

O boné é essencial para proteger o rosto e o couro cabeludo da radiação solar, mas o uso prolongado e em condições úmidas pode gerar problemas.

• Umidade + calor + suor → ambiente ideal para fungos e bactérias, favorecendo foliculite (espinhas no couro cabeludo) e dermatite seborreica.

• O atrito da aba e da costura interna pode irritar a pele da testa ou causar pequenas lesões de contato.

• Bonés muito apertados prejudicam a circulação local, favorecendo inflamação e, a longo prazo, até afinamento capilar por tração. A dica é: escolha bonés de tecido respirável, leves e laváveis. Evite repetir o mesmo acessório sem lavar e prefira modelos com ajuste suave sem muita pressão.

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Cabelo preso: o cuidado começa no elástico

Prender o cabelo é inevitável, mas o tipo de amarração faz toda a diferença. O uso diário de rabos de cavalo muito apertados ou tranças firmes causa tração constante nos fios e isso pode levar à chamada alopecia por tração, uma forma de queda capilar nas laterais e têmporas.

• Prefira elásticos revestidos de tecido, sem partes metálicas.

• Evite prender com o cabelo molhado, pois ele fica mais frágil e elástico.Opte por ceras se deseja diminuir o frizz.

• Alterne o local do prendedor (alto, médio, baixo) para reduzir pontos de tensão.

• Se possível, solte os fios assim que o treino terminar.

Treinar ao sol: couro cabeludo também precisa de protetor

Quem tem cabelos finos, entradas aparentes ou couro cabeludo claro precisa proteger essa região tanto quanto o rosto. O melanoma pode acometer o couro cabeludo e, pela localização, costuma ser diagnosticado tardiamente.

• Use protetor solar capilar em spray ou leave-in com FPS.

• Prefira bonés com tecidos com proteção UV certificada.

• Mantenha o couro cabeludo limpo e seco após o treino, para evitar oleosidade e fungos.

• Evite lavar o cabelo com água muito quente, isso aumenta a descamação e irrita a pele.

Conclusão

Boné, viseira e elástico não precisam ser vilões, o problema está no uso repetitivo, apertado e sem cuidado. Com pequenas mudanças, é possível manter a proteção solar e o conforto, sem abrir mão da saúde do couro cabeludo e dos fios. Cuidar do cabelo é, também, cuidar do corpo que corre. Afinal, quem se cuida de ponta a ponta vai sempre mais longe.

Sabrina Cabral Bezerra Dermatologista CRM 153146/RQE 51002

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Corrida e Dermatologia

Injeções de ácido hialurônico: benefícios para a pele e as articulações 

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O ácido hialurônico é uma substância naturalmente presente no corpo humano, sendo encontrado principalmente na pele, olhos e articulações. Sua principal função é reter água, mantendo os tecidos lubrificados e hidratados. Com o envelhecimento, a produção de ácido hialurônico pelo organismo diminui, resultando em perda de volume e elasticidade da pele, além de dores articulares.

A aplicação de ácido hialurônico injetável tem se tornado uma prática comum tanto na dermatologia quanto na ortopedia, devido aos seus inúmeros benefícios. Vamos explorar em detalhes os benefícios do ácido hialurônico injetável para a pele e articulações.

Benefícios do Ácido Hialurônico Injetável para a Pele

1. Hidratação Profunda

O ácido hialurônico é capaz de reter até mil vezes seu peso em água, tornando-se um dos melhores hidratantes disponíveis. Quando injetado na pele, ele proporciona uma hidratação profunda e duradoura, melhorando a textura e o brilho da pele. Isso é particularmente benéfico para pessoas com pele seca ou desidratada.

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2. Redução de Rugas e Linhas de Expressão

Com o envelhecimento, a pele perde volume e elasticidade, resultando em rugas e linhas de expressão. O ácido hialurônico injetável pode preencher essas linhas, suavizando a aparência de rugas e proporcionando uma aparência mais jovem. É comumente usado ao redor dos olhos (pés de galinha), e ao redor da boca (código de barras ou linhas de marionete).

3. Melhora da Elasticidade e Firmeza da Pele

Além de preencher rugas, o ácido hialurônico também pode estimular a produção de colágeno, uma proteína essencial para a firmeza e elasticidade da pele. Com o tempo, isso pode resultar em uma pele mais firme e menos flácida.

4. Contorno e Volume Facial

O ácido hialurônico injetável é frequentemente utilizado para restaurar o volume perdido em áreas como bochechas, lábios e queixo. Isso não apenas rejuvenesce a aparência, mas também pode melhorar o contorno facial, proporcionando um aspecto mais harmonioso e equilibrado.

5. Melhora da Qualidade da Pele

Estudos têm mostrado que o ácido hialurônico injetável pode melhorar a qualidade geral da pele, incluindo sua textura, suavidade e tonalidade. Isso se deve, em parte, ao aumento da hidratação e estímulo do colágeno.

Benefícios do Ácido Hialurônico Injetável para as Articulações

1. Lubrificação das Articulações

O ácido hialurônico é um componente essencial do líquido sinovial, que lubrifica as articulações, reduzindo o atrito entre os ossos durante o movimento. Com o envelhecimento ou em condições como a osteoartrite, a quantidade e a qualidade do ácido hialurônico no líquido sinovial diminuem. A injeção de ácido hialurônico pode restaurar essa lubrificação, aliviando a dor e melhorando a mobilidade.

2. Redução da Dor Articular

Estudos têm demonstrado que as injeções de ácido hialurônico podem reduzir significativamente a dor em pacientes com osteoartrite, especialmente no joelho. O ácido hialurônico atua como um amortecedor, absorvendo impactos e reduzindo a carga nas articulações.

3. Melhora da Função Articular

Além de reduzir a dor, o ácido hialurônico pode melhorar a função das articulações afetadas. Pacientes frequentemente relatam maior facilidade para realizar atividades diárias e exercícios após as injeções.

4. Ação Anti-inflamatória

O ácido hialurônico também possui propriedades anti-inflamatórias. Ele pode reduzir a inflamação nas articulações, diminuindo o inchaço e a rigidez associados à osteoartrite.

5. Retardamento da Progressão da Osteoartrite

Algumas pesquisas sugerem que o ácido hialurônico pode retardar a progressão da osteoartrite ao proteger a cartilagem articular e estimular a produção de novo ácido hialurônico pelo organismo. Isso pode prolongar a saúde das articulações e reduzir a necessidade de intervenções mais invasivas, como a cirurgia de substituição articular.

Procedimento de Aplicação e Considerações Aplicação na Pele

O procedimento de aplicação de ácido hialurônico na pele é relativamente simples e rápido, geralmente realizado em consultório médico. O conhecimento profundo da anatomia das estruturas a serem tratadas e a escolha da densidade do produto que será utilizado é fundamental par evitar oclusão de vasos e outras  complicações a longo prazo como nódulos aparentes.

Após a limpeza e preparação da pele, o profissional de saúde injetará o ácido hialurônico nas áreas desejadas usando uma agulha fina ou cânula. A maioria dos pacientes sente apenas um leve desconforto, e os resultados são visíveis imediatamente, melhorando nos dias seguintes à medida que o produto se organiza no tecido cutaneo.

Aplicação nas Articulações

A aplicação de ácido hialurônico nas articulações é um procedimento minimamente invasivo realizado por um médico especialista. O ácido hialurônico é injetado diretamente na articulação afetada, geralmente guiado por ultrassom para garantir a precisão. O procedimento leva apenas alguns minutos, e a maioria dos pacientes pode retornar às suas atividades normais no mesmo dia.

Efeitos Colaterais e Riscos

Embora o ácido hialurônico injetável seja considerado seguro, alguns efeitos colaterais podem ocorrer. Para a pele, esses podem incluir vermelhidão, inchaço, hematomas e coceira no local da injeção. Esses efeitos são geralmente leves e temporários. Para as articulações, podem ocorrer dor, inchaço e rigidez temporários após a injeção. Em casos raros, pode haver infecção ou reações alérgicas.

Contraindicações

O ácido hialurônico injetável não é recomendado para gestantes,  pessoas com alergia conhecida a qualquer componente do produto, infecções ou inflamações ativas na área a ser tratada, ou distúrbios hemorrágicos. É importante discutir seu histórico médico completo com o profissional de saúde antes de realizar o procedimento.

Há diferença entre o produto aplicado na pele e nas articulações?

O ácido hialurônico injetável para a pele e o utilizado nas articulações são similares em termos de composição básica, mas diferem em sua formulação e propriedades específicas para atender a diferentes finalidades.

Ácido Hialurônico para a Pele tem uma formulação com textura mais leve e é formulado para ser absorvido pela pele. Pode ser reticulado (cross-linked) ou não reticulado, dependendo do efeito desejado (preenchimento ou hidratação). Os efeitos podem durar de 6 a 18 meses, dependendo do tipo (densidade ou concentração) de ácido hialurônico e da área tratada. Já o ácido hialurônico aplicado nas articulações geralmente tem uma consistência mais viscosa e é formulado para resistir à degradação dentro da articulação. Seus efeitos podem durar de alguns meses a um ano, dependendo da gravidade da condição e da resposta do paciente ao tratamento.

Ambos os tipos de ácido hialurônico são seguros e eficazes quando utilizados corretamente, mas é crucial que sejam aplicados por profissionais qualificados e aptos tecnicamente tanto para realizar o procedimento como para discutir as necessidades e expectativas de cada paciente, garantindo, assim, os melhores resultados e minimizando riscos.

Por: Dra Gabriela Maldonado

Instagram: @gabrielamaldonado_dermato

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