Fisioterapia esportiva

Cadeia Posterior Encurtada: O Inimigo Invisível da Performance

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Você já fez um tiro forte durante o treino e sentiu que algo estava “travando” seus passos? Muitos corredores acreditam que falta força, fôlego ou um tênis mais tecnológico. Mas existe um fator silencioso e pouco discutido que pode sabotar sua economia de corrida: o encurtamento da musculatura posterior dos membros inferiores.

Como a cadeia posterior influencia sua corrida

Isquiotibiais, panturrilhas, glúteos e a fáscia plantar formam um sistema contínuo que estabiliza e propulsiona o corredor. Quando essa cadeia perde elasticidade, o corpo passa a limitar a extensão do quadril, o que reduz a amplitude de movimento. Sem extensão adequada, surgem compensações: passos mais longos, aumento do impacto e uma cadência mais baixa.

Quando falta mobilidade, sobra gasto de energia

Se o quadril não se estende o suficiente, o corredor passa a buscar velocidade aumentando o comprimento do passo (overstriding). Isso faz o pé aterrissar à frente do centro de massa, gerando maior impacto no joelho e na lombar. Em vez de avançar com eficiência, o corpo passa a frear a cada passada. O resultado é simples: você gasta mais energia para manter o mesmo ritmo.

Impacto nas lesões e no desempenho

A cadeia posterior encurtada está associada ao aumento de lesões comuns no corredor, como tendinopatia da pata de ganso, fascite plantar, tendinite de Aquiles e dor lombar. Sem flexibilidade, a musculatura perde sua capacidade de absorver impacto e transmitir força. A corrida deixa de ser fluida e passa a ser desgastante.

O que realmente funciona (e não é só alongar)

A solução vai além de alongar. O mais eficaz é combinar mobilidade, alongamento dinâmico e fortalecimento excêntrico. Exercícios como balanço de pernas, mobilidade de quadril e trabalho excêntrico para isquiotibiais e panturrilhas trazem ganhos diretos na técnica e na performance.

Conclusão

Cuidar da mobilidade da cadeia posterior é cuidar da eficiência da corrida. Quando você ganha amplitude e equilíbrio entre força e flexibilidade, o corpo passa a transformar energia em velocidade — não em impacto. Na próxima vez que sentir seu ritmo travar, lembre-se: a velocidade nasce no quadril.

Por: Eduardo de Castro

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