Quem corre ao ar livre conhece bem o prazer de sentir o vento no rosto e o sol aquecendo a pele. Mas para muitas corredoras, essa combinação também traz um desafio persistente: o melasma.
O melasma não é só uma “mancha”, é uma condição inflamatória crônica, que acontece em uma pele naturalmente mais sensível e reativa, influenciada por hormônios, genética e exposição à luz.
Hoje sabemos que a mulher que corre vive exposta a estímulos que ativam o melanócito (célula produtora de melanina) o tempo todo, mesmo quando não há sol direto.
As pesquisas confirmam que a pele da mulher com melasma funciona de forma biologicamente diferente, e a corrida ao ar livre pode acionar mecanismos que pioram o quadro.
A mulher que corre ao ar livre está exposta a praticamente todos os gatilhos científicos do melasma.
1. Luz visível (inclusive azul)
Segundo o artigo, a luz visível penetra profundamente e piora o melasma mesmo sem UV. A corredora recebe luz visível:
pela manhã,
ao final da tarde,
em dias nublados.
2. Suor e inflamação
O suor altera o pH da pele e fragiliza a barreira.
Pele inflamada + barreira frustante = mais risco de pigmentação.
3. Atrito
O atrito promove inflamação e libera substâncias que ativam melanócitos (substância P, histamina).
4. Fatores hormonais
hormônios sexuais + inflamação + luz = o tripé do melasma feminino.
Por que o melasma é tão teimoso?
❗ O melanócito do melasma é hiper-reativo
Ele precisa de menos estímulo para produzir mais melanina.
❗ O ambiente dérmico está alterado
Inflamação, vasodilatação, fibroblastos senescentes, tudo isso reforça o ciclo da mancha.
❗ O dano à barreira impede recuperação
A pele perde água e fica mais vulnerável a estímulos externos.
❗ O processo é crônico
Ou seja: é controlável, mas não “curável”.
Como controlar o melasma (de verdade) no dia a dia da corredora
1. Fotoproteção inteligente
* Protetor com cor (protege contra luz visível)
* FPS 50+
* Resistente ao suor
* Reaplicação a cada 2–3 horas
* Boné de aba larga + tecido respirável
*Os filtros minerais e protetores com óxido de ferro são os mais eficazes.*
2. Escolha bem o horário do treino
3. Cuidados pós-treino para reduzir inflamação
Niacinamida
Ácido azelaico
Tiamidol
Antioxidantes (vitamina C estabilizada)
4. Reconstrução da barreira cutânea
Ceramidas
Esqualano
Pantenol
Esses ativos restauram a barreira e reduzem o sinal inflamatório que piora o melasma.
5.Tratamentos dermatológicos com base em evidência cientifica
* Hidroquinona (uso cíclico)
* Retinoides
* Ácido tranexâmico (tópico e oral)
Tiamidol
Microaglhamento leve com cautela
* Peelings não inflamatórios
* laser
* Luz intensa pulsada em casos com componente vascular
Hoje tratamos o melasma olhando para **melanina + inflamação + vasos + barreira cutânea**.
Conclusão
O melasma não tem cura, mas tem controle. O sucesso do tratamento depende da regularidade: proteger todos os dias, tratar com paciência e evitar excessos. Com estratégias inteligentes, proteção consistente e cuidado diário, é totalmente possível controlar a condição sem abrir mão da corrida.
O mais importante é lembrar:
Você não tem melasma por descuido, você tem melasma por biologia. E a ciência é a sua aliada.
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