Correr sem lesão

Síndrome da banda iliotibial em mulheres

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A lesão é o maior medo do corredor, ficar sem correr por algum tempo pode ser um sofrimento. A síndrome da banda iliotibial é a inflamação de um tendão na região lateral do joelho causada pelo atrito excessivo deste tendão contra a região lateral do fêmur próximo do joelho. Os sintomas de dor na região começam após 15 a 20 minutos de atividade e nem sempre passam ao se interromper a mesma.

A síndrome da banda iliotibial é uma lesão tão comum nos praticantes de corrida que ela já é usualmente chamada de joelho de corredor. Além de ser uma das três lesões mais comuns à prática da corrida a sua incidência em mulheres é especialmente maior. Existem razões para que isso aconteça.

Dentre as razões que tornam a síndrome comum entre as mulheres estão a pelve (osso da bacia) mais largo e o joelho para dentro, o chamado joelho valgo  ou valgismo.

Quanto mais larga for a pelve da mulher maior a desvantagem mecânica dos músculos que estabilizam o quadril e consequentemente protegem o joelho ou sejam eles ficam naturalmente enfraquecidos. Neste tipo de situação um bom fortalecimento da musculatura dos glúteos e demais músculos que protegem e estabilizam o quadril se faz necessário. Quanto maior for a demanda da atleta mais necessária esta abordagem será. Que fique claro que a função do fortalecimento neste caso é absorver melhor a carga, uma vez que a largura da pelve é uma característica estrutural imutável.

O famoso joelho para dentro ou valgismo dinâmico é outra característica bastante evidente na mulher, muito em consequência da largura da pelve, que favorecem o aparecimento da síndrome da banda iliotibial. Apesar de não haver uma relação direta entre a síndrome e esta postura, sabemos que lesões são multifatoriais, e o valgismo pode ser um fator importante neste cenário. Principalmente de se atleta além do valgismo estiver um pouco acima do peso, estiver com um volume e intensidade de treino alto e for um pouco mais lenta. Como você pode ver, uma junção de fatores. Mas você pode estar se perguntando: e quenianas correndo “batendo o joelho” e mesmo assim ganhando as maratonas? Será que elas não têm esta lesão? Elas podem até “bater o joelho” mas são super leves, extremamente rápidas, o pé mal toca no chão e totalmente adaptadas a altos volumes. Uma coisa compensa a outra. Por isso as quenianas não sofrem tanto por causa disto.   Fortalecimento do músculo anterior da coxa e adequação da carga de treinamento talvez seja a melhor forma de minimizar os efeitos desta alteração da postura.

Os hormônios femininos também podem afetar a probabilidade de aparecimento da síndrome da banda iliotibial. Durante o ciclo menstrual, as variações nos níveis hormonais podem diminuir a produção de força muscular, causar uma hiper flexibilidade aumentando o risco de lesões. Uma rotina de treino pesada neste período ou excesso de treinos em descidas, que é um fator de risco, pode potencializar estas alterações causadas por variações hormonais na mulher.

Tudo isto faz com que a síndrome de fricção da banda iliotibial seja algo muito comum na vida da corredora, especialmente da iniciante. A experiência, o condicionamento e adaptações naturais do corpo ao esporte vão preparando o a mulher para a rotina da corrida permitindo que elas corram cada vez mais sem se lesionarem.

Então se você já sentiu este desconforto na região lateral do joelho sugiro reduzir o seu volume de corrida, fortalecer a musculatura da coxa e glúteos e se os sintomas persistirem procurar um especialista para te ajudar a resolver o problema.

Por: Alexandre Rosa

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