Correr sem lesão

Recovery esportivo

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A cada dia que passa o número de praticantes de corrida de rua, trailrun, crossfit e triátlon aumenta de forma significativa.  Juntamente aumentam o número de competições e o desejo dos praticantes em melhorar seu desempenho cada vez mais. Muitas vezes essa busca pela performance atropela a biomecânica e os métodos de treinamento e as lesões acontecem.

Com base nisto, surgiu a algum tempo um termo novo, mas que simplesmente empacotou e aprimorou uma prática antiga, é o RECOVERY ESPORTIVO. O termo recovery que em inglês significa recuperação, se refere a um conjunto de técnicas utilizadas para colocar o praticante de atividade física apto a praticar novamente a atividade alvo mesmo tendo sido submetido a um esforço em curto espaço de tempo de maneira relativamente segura.

O conceito atual de recovery surgiu nos Estados Unidos nas competições de crossfit onde o fisioterapeuta tinha que colocar o atleta apto em algumas horas para uma nova rodada da competição. Com isto veio à tona uma série de recursos, uns com mais validade científica outros nem tanto, mas que mesmo assim são capazes de gerar uma sensação subjetiva de conforto no atleta.

A parte mais importante e com mais evidência científica são as terapias manuais, o seja as liberações e inibições miofasciais e as massagens esportivas que tem uma função importante na recuperação muscular inclusive sendo capazes de alterar marcadores sanguíneos que indicam recuperação. Outro recurso muito comum e antigo é a termoterapia que é a utilização de recursos térmicos na recuperação. Existem hoje várias metodologias e formas de se utilizar os recursos térmicos, o mais comum é o famoso tambor de gelo. Encontramos também os banhos de contraste onde o atleta fica parcialmente submerso em uma banheira hora com agua quente, hora com água gelada e formas mais modernas e caras como os aparelhos de crioterapia que associa o frio com a compressão em compartimentos fechados. O aparelho de crioterapia mais comum (talvez o único) seja o “game ready”.

Duas formas mais atuais de deixar o atleta pronto “para o combate” são as botas de compressão pneumática que promovem uma compressão nas pernas que pode ser continua e por toda extensão do membro ou ficar oscilando de maneira cíclica de acordo com a programação. Existem vários modelos disponíveis no mercado. A outra novidade são os dispositivos de vibropercussão que são os revolveres massageadores. Estes dispositivos através de pancadas rítmicas, simulando a técnica de tapotagem da massagem esportiva, tentam “soltar” a musculatura e gerar um certo grau de relaxamento. São duas formas de recovery que apesar de pouca evidência cientifica envolvida gera uma sensação de conforto que a maioria dos envolvidos gostam.

Existem outros recursos que também são amplamente utilizadores nos lugares que prestam este tipo de serviço, mas não fazem parte do “esqueleto axial” do recovery básico. São técnicas como as ventosoterapias, dry needling, massagens geotermais (pedra quente), eletroestimuladores, terapias de liberação instrumental ou mesmo a quiropraxia. Estas técnicas dependem de uma indicação mais específica e de um grau de preparo maior por parte do terapeuta. Os benefícios destas técnicas são amplos e perceptíveis, porém muitos com validade cientificas questionada.

Para alguns o recovery esportivo é algo totalmente dispensável, só mais uma invenção do mercado da corrida. Mas como acabei de explicar para vocês, se bem utilizado pode ajudar na prevenção de lesões e deixar o atleta apto a praticar o esporte de maneira mais rápida. O sucesso do recovery passa muito mais pela escolha do profissional capacitado do que da utilização de dispositivos tecnológicos. O profissional deve ter em mente todas as possíveis contra indicações das técnicas e as limitações que o atleta por ventura possa apresentar.  Um recovery mal executado, além de não atingir o objetivo pode prejudicar ou atleta.

Não que o recovery seja algo essencial, mas será um ótimo aliado na busca por longevidade no esporte e bem estar. Não existe uma periodicidade determinada para se fazer o procedimento. Quanto mais se exige do corpo maior a necessidade de se fazer algo por ele.

Alexandre Rosa @alexandrecarlosrosa

Fisioterapeuta e maratonista

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