Você conhece pessoalmente algum sedentário? Só de ler a pergunta, talvez já lhe tenham vindo um, dois ou dezenas à cabeça. Eu mesmo, enquanto escrevo, estou pensando em vários. Por mais que existam possibilidades de fazer algum exercício ou mesmo praticar algum esporte, prefere ficar parado e para um corpo sair do seu estado de repouso é necessário que uma força passe a atuar sobre ele, é a primeira lei de Newton. Quem não conhece alguém assim, não é? Que os sedentários estão por aí, creio estarmos todos de acordo (você, eu e mais um monte de ativos, corredores mundo afora! Um timaço o nosso, por sinal!).
Vou passar para a próxima pergunta. O que você realmente faz para não ser um sedentário, nem ser induzido ao sedentarismo? Bom, talvez esta seja um pouquinho mais difícil. Talvez você precise de um momento de reflexão e autoanálise. Se quiser, pode desviar os olhos desta leitura (eu costumo olhar para o lado) e pensar por mais alguns segundos em suas atividades físicas diárias. Pensou?
Agora confesse: você já se fez essa pergunta antes? Sim? Não? Inconscientemente? Formulada de outra maneira? Ok. Mas alguma vez, ou agora, você respondeu a si mesmo, por exemplo, que se espanta em ver tanta gente indo à academia, treinando, correndo e mesmo assim em cada lugar que você vai tem mais gente com sobrepeso e obesidade, além de ver muitos fazendo inúmeros tratamentos estéticos para emagrecer ou começando a treinar, logo desistindo junto com dietas sem sucesso? Algo não está muito bem nisso tudo, não é mesmo?
Diga-me: como você pretende não ser mais um sedentário, nem ser induzido ao estilo de vida “estou sem tempo para isso”, se você pouco ou nada sabe sobre toda essa história e os avanços das ciências da saúde? Vamos falar um pouco sobre isso. Sim: os avanços das ciências da saúde. A ciência mais avançada do mundo atual – opera em escala global, inclusive – e o seu resultado é justamente a multiplicação de muitas pesquisas em prol da busca incansável pelo emagrecimento e pela saúde plena, a cura das doenças. Já muitos, clamam pelo milagre, a utopia da pílula do emagrecimento para se livrar daquelas gordurinhas indesejadas. Outros, infelizmente, estão tentando seguir padrões estéticos nada saudáveis, criando transtornos psicológicos e alimentares em muitos jovens e adultos. Problemas esses que até poucas décadas não existiam, mas com o advento da internet e das redes sociais foram acentuados. Aqui, o maior alerta é para o equilíbrio da saúde física e mental para a plenitude do ser.
Lembre-se:
Os problemas cardiovasculares, o excesso de peso corporal são os maiores vilões do mundo e Hipócrates já alertava: “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.” Mas, mesmo assim, ainda vemos gente comendo em excesso, se exercitando de maneira errônea, ou nem se exercitando (sedentário), ou ainda acreditando que o corpo não precisa de exercícios.
É lógico que você precisa se exercitar, todos precisamos! Agora, aceitas um desafio? Estou convidando para juntos, trazer mais pessoas para o nosso time! Isso mesmo, convidar pessoas para treinar conosco, seguir um programa de treinos regulares, se nutrir com mais saúde a mesa e ter um comportamento emocional mais saudável. Talvez você já tenha tentado, mas aqui vai mais umas informações importantes que talvez não tenha se dado conta, por exemplo:
Quando publicamos aquelas fotos de sofrimento, dor, choro, por mais que pareça “heróico” não é nada atrativo ao ponto de vista do sedentário que pretende começar. O mesmo vale para aquelas publicações sobre “Tá pago” ou sair “mancando da academia” dando indiretas para outras pessoas como “Essa é para você que torceu contra!” Ah por favor, menos né!
Enfim, isso só afasta as pessoas dos exercícios. Imagina um sedentário que estava pensando em sair para caminhar ou correr com você vê isso logo ele pensa: “Por que vou me exercitar e sofrer, se posso seguir com meu estilo de vida sedentário e confortável, alegre e cheio de amigos sorrindo?”
E preciso ter equilíbrio na vida. Sempre critiquei o fato das pessoas passarem décadas sedentárias, esperarem sentadas um acometimento grave ocorrer em suas vidas para acordarem e ver a necessidade de manter um estilo de vida equilibrado e ativo para a longevidade. Ou ainda aqueles que do nada, mudam radicalmente do sedentarismo virar ultramaratonistas ou triatletas e cruzar o mundo correndo. Poderia ter se tornado triatleta, maratonista ou ultramaratonista sem ter passado por alguma doença grave ou ter adquirido 3 dígitos na balança né. Isso é prevenção e isso que devemos focar, auxiliar as pessoas a terem aderência aos exercícios regulares e neste ponto a corrida de maneira gradual, pode ser uma excelente ferramenta de promoção da saúde, não é mesmo?
Por outro lado, sobre os extremos e as críticas, é melhor ser taxado de atleta ou de fitness do que de preguiçoso ou desleixado com a saúde. Hoje em dia, todos sabemos que é muito fácil e seguro se exercitar por menos de 60 minutos por dia entre 3 a 5 vezes na semana, manter uma dieta equilibrada e um equilíbrio mental para a saúde plena e evitar assim gastos desnecessários com remédios [as indústrias farmacêuticas e farmácias estão bilionárias], médicos, exames e ter que depender do [deficitário e sobrecarregado] SUS para algo que poderíamos sanar com hábitos saudáveis.”
Para mudar o comportamento tem alguma fórmula? Sim, só motivação não resolve, é preciso ter metodologia, técnica e muita fundamentação, e o modelo transteórico parece ter mais fundamento neste sentido. Ele afirma que para que uma verdadeira mudança comportamental ocorra em uma pessoa, ela deve ter necessariamente passado por 5 etapas. Repito cinco etapas, veja a importância da construção do processo a longo prazo. Além do mais, esta teoria que foca na mudança intencional, ou seja, a tomada de decisão do indivíduo, ao contrário de outras abordagens, que se concentram nas influências sociais ou biológicas do comportamento.
Este modelo está fundamentado na premissa de que a mudança comportamental acontece ao longo de um processo no qual as pessoas passam por diversos níveis de motivação para mudança. Esses níveis estariam representados por estágios de motivação para a mudança que representam a dimensão temporal do modelo transteórico, e permitem que entendamos quando mudanças particulares, intenções e reais comportamentos podem acontecer.
Veja a figura:
Assim se pretendes ajudar alguém a correr, entenda que para ter aderência a corrida, é preciso que o sujeito tenha uma progressão bem leve, começar devagar, digamos que um hábito não muda jogando pela janela e sim subindo devagar as escadas, passo a passo, este é o X da Questão! E assim, este hábito (ou podemos chamar de transformação), deve ser lento, mudar tudo ao mesmo tempo (do 8 ao 80), vai deixar o indivíduo sujeito a sofrer recaídas. Por isso gosto tanto de falar as pessoas procurarem um psicólogo nesta jornada na busca pela mudança de vida, ele é o profissional que vai ajudar a alinhar os treinos e a dieta de forma progressiva, entendendo os medos e anseios do indivíduo.
Agora veja bem: Inicialmente criaram neste modelo transteórico, em quatro estágios: pré-contemplação, contemplação, ação e manutenção. Posteriormente, verificou-se que, entre o estágio da contemplação e o da ação, as pessoas passavam por uma fase de planejamento das possíveis ações. Esse período foi denominado determinação ou preparação e passou a ser incluído como o terceiro estágio.
A construção do modelo transteórico e suas escalas, que foi amplamente divulgada a partir de 1970 por dois psicólogos dos EUA (à partir de estudos com fumantes), tem servido de base para a formulação de novas e mais adequadas propostas de intervenção terapêutica no tratamento das adições. Essas propostas vêm sendo testadas por inúmeros autores em diferentes lugares do mundo, para entender melhor de como podemos mudar um comportamento, aderir a algumas coisas e abandonar algumas coisas que não nos levam a lugar nenhum, e então, vamos seguir correndo e trazendo mais pessoas ao mundo da corrida?
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