Correr sem lesão

Do futebol para a corrida

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O futebol é a grande paixão do brasileiro, toda criança já nasce com a bola nos pés, mas o futebol é também uma atividade que exige muito do corpo, não só pelo contato físico com o oponente, mas pelas inúmeras mudanças de direção, frenagem, salto e aterrissagem e outros movimentos que fazem com que este esporte seja uma grande fonte de lesões. Com o passar do tempo o corpo começa a sentir o peso da idade, e para muitos a corrida de rua se torna a nova paixão, movidos pelos desafios que a nova modalidade oferece. Mas como deve ser feita esta transição e qual a hora certa dela acontecer?

Antes de responder as perguntas acima é importante ressaltar algumas diferenças entres estes esportes e porque supostamente a corrida é uma opção mais segura para um atleta que vem sofrendo com lesões no futebol ou simplesmente com uma fadiga excessiva.

A corrida de rua é uma atividade totalmente previsível onde o atleta se movimenta em uma só direção, sendo mínimo os eventos relativos à frenagem, aceleração rápida ou mesmos movimentos de torção, tão comuns no futebol. Na corrida a ação muscular é fácil de ser analisada e consequentemente pode se fazer um bom programa preventivo visando com que o corpo esteja sempre preparado para aguentar as demandas específicas do esporte. Isso fica claro com o número cada vez maior de pessoas com mais de sessenta anos a completar provas de meia maratona e maratona ou até mesmo iniciar na vida esportiva com idade mais avançada. A capa da nossa revista de duas edições atrás trouxe um belo exemplo que é o Sr. Nilson Lima de Uberlândia que aos 69 anos fez recentemente sua maratona de número 300.

Outra grande diferença que ajuda na longevidade da corrida fica por conta da possibilidade do corredor em dosar o seu esforço. Todo mundo que já jogou “uma pelada com os amigos” sabe que é impossível você jogar “de leve”. Se perde a bola, o time reclama. Se joga sem raça, o time perde. Como pedir para o companheiro de time não jogar a bola do lado que está doendo? A corrida dá a possibilidade do atleta de progredir aos poucos, de correr mais leve ou menor distância no dia que ele não estiver bem. De se permitir não correr na subida ou descida se isso for causa de dor.

Mas voltando a pergunta inicial. Qual a hora certa de mudar de esporte e como fazer isto da melhor maneira? A transição não precisa ser feita de uma vez. Quanto maiores forem seus objetivos na corrida, menores devem ser no futebol. Muito difícil conciliar um treino para maratona com o campeonato de futebol do clube. Outro indicativo óbvio são as lesões. Quanto mais frequentes ou graves forem estas, mas próximo está o momento de pendurar as chuteiras.

A demanda muscular do futebol é mais explosiva, enquanto na corrida é mais de resistência. Para uma transição sem grandes problemas, o ideal seria que o atleta fizesse uma preparação muscular adequada, com exercícios de resistência e enfatizando os músculos da corrida. Menos foco nos treinos de alongamento e mais de mobilidade e força. Para finalizar, se preciso que o novo corredor entenda que não se trata simplesmente de colocar um tênis e sair correndo igual fazia atrás de uma bola. Realizar uma progressão lenta e contínua nas distâncias e velocidades talvez seja a grande chave para o sucesso na corrida. Tenho certeza que fazendo isso teremos em breve, quem sabe, um novo maratonista, ex craque de bola!

Por: Alexandre Rosa

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