Corrida

Correndo Simples: o Ritmo da Vida Real

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Foi no meio de uma corrida leve, dessas que a gente faz sem olhar tanto o relógio, que percebi algo curioso: quanto mais simples eu tornava a corrida, mais ela me mostrava sobre a vida. Entre o barulho ritmado da passada e o nascer do sol, entendi que correr não era sobre vencer o tempo, mas sobre reconciliar-me com ele — e comigo mesmo.

Correr é reencontrar o essencial

Sou médico ortopedista. Cuido de corpos todos os dias, mas aprendi, correndo, que o corpo só floresce quando a alma também respira. A corrida me ensinou que não é preciso ter o tênis mais caro, o relógio mais moderno ou o pace mais rápido para sentir-se vivo. O que importa é calçar a disposição, sair de casa e deixar que o asfalto conte uma história — a sua. No começo, eu corria para aliviar o estresse do consultório. Hoje, corro para lembrar que a saúde não está apenas nos exames, mas no equilíbrio entre trabalho, fé, família e movimento.

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Saúde mental em movimento

A corrida é um refúgio silencioso num mundo barulhento. Cada quilômetro é uma forma de oração em movimento. Enquanto muitos buscam na pressa um sentido, o corredor aprende a cultivar o foco, a respiração e o presente. Já vi pacientes transformarem depressão em esperança depois de calçar um par de tênis e começar a caminhar. Não há remédio que substitua o poder de um pôr do sol visto no fim de um treino — nem terapia que não se beneficie de um coração pulsando em ritmo sincero.

Família: minha linha de chegada

Costumo dizer que, quando cruzo a linha de chegada de uma prova, a imagem que me vem à mente é a da minha esposa e dos meus filhos. São eles que me lembram que a corrida é só uma metáfora da vida: a gente se esforça, tropeça, levanta, persiste — e no final, o que vale mesmo é quem está esperando por nós do outro lado da fita. A corrida me dá energia para ser um médico mais atento, um pai mais presente e um homem mais grato.

A simplicidade como filosofia

Vivemos cercados por métricas, notificações e comparações. Mas o verdadeiro corredor aprende a valorizar o básico: acordar cedo, respirar fundo, agradecer e seguir. O simples é profundo. Correr é um lembrete diário de que a vida não precisa ser extraordinária para ser significativa — basta ser vivida com propósito.

Conclusão: corra menos para viver mais

Não há problema em querer melhorar o pace, mas o verdadeiro progresso está em encontrar alegria no processo. Corra com gratidão. Cuide do corpo, mas também da mente. E lembre-se: quando o coração estiver pesado, talvez tudo o que você precise seja calçar o tênis, sair por aí e deixar Deus falar no silêncio da sua passada.

Por: Dr. Eduardo Castro

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