RUNNERS, hoje começaremos uma série de matérias sobre as lesões mais comuns de vocês, corredores. Serão 5 semanas seguidas falando sobre as lesões que mais acometem os praticantes da corrida.
A corrida de rua é um esporte que tem crescido no mundo todo e também no Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas praticam a corrida aqui no nosso País. Isso ocorre basicamente por ser um esporte democrático, onde “teoricamente” o custo é baixo, há uma independência de local e horário e no Brasil conseguimos correr o ano todo devido ao clima tropical. Porém observa-se o aumento de lesões associadas à atividade durante o passar dos anos, e a literatura evidência que as lesões acometem cerca de 20 a 80% dos corredores pelo mundo. Apesar da incidência de lesão ser alta no mundo, não podemos nos esquecer de que prevenir essas lesões é sem dúvida nenhuma, o melhor caminho e o melhor remédio.
A corrida é um esporte que envolve tanto o complexo lombo-pélvico quanto membros inferiores, coxa, joelho, tornozelo e pés, por isso o corredor deve ser avaliado do ponto de vista musculoesquelético como um todo. As lesões são multifatoriais e também englobam outros aspectos não funcionais ou mecânicos, como fatores hormonais, estruturais, hereditários e psicossociais.
Atletas, preocupados em não desenvolver lesões, se atentam ao trabalho preventivo, realizando avaliações específicas de corrida para programar melhor seu treinamento e desempenho, com participação intensa e frequente de profissionais qualificados para isso. Essas pessoas tendem a apresentar menor índice de desordens osteomusculares, pois conhecem seus limites e progridem no esporte de maneira adequada. Mas essa realidade não é tão comum quanto imaginamos, ou o quanto gostaríamos.
Muitos corredores amadores iniciam a prática da corrida e, logo em seguida, desejam participar de provas de rua, sem o preparo adequado do sistema musculoesquelético, aumentado assim, a probabilidade do aparecimento das lesões. Se tiverem dúvida, voltem para algumas colunas atrás, e confiram a coluna 11, sobre matéria de capacidade VS demanda.
Algumas lesões são mais frequentes nessa população. Segundo alguns estudos de revisão sistemática, e há vários, no qual me apoiarei em um estudo de revisão publicado por Peter Francis em 2019, que levantou os dados de 36 estudos, sendo 18 deles prospectivos com 18.195 corredores, e mais de 10.600 lesões, as evidências revelam que a lesão mais frequente acomete o joelho do corredor, cerca de 3029 lesões, seguida do complexo do tornozelo e pé com 2787 lesões e a canela com 1682.
Mesmo olhando para outros trabalhos, com diferentes tipos de corredores, de modalidades, ou gênero, parece que as regiões de lesões mais comuns sempre giram em torno do que já foi citado acima. No meu dia dia clínico, dentro do nosso laboratório, CineticLab aqui em Campinas e com o levantamento de dados de quase 600 corredores avaliados, os locais e as lesões mais encontradas também vão exatamente de acordo com as evidências encontradas pelo Mundo e pelo Brasil.
Então temos como as 5 lesões mais comuns do corredor, a Dor anterior no joelho ou Síndrome Patelo Femoral, que é basicamente uma dor na região anterior do joelho, em um local de dor difusa podendo ser na patela ou acima ou abaixo da mesma. Seguindo temos a Síndrome do Estresse Tibial Medial, popularmente conhecida como Canelite, que é aquela dor chata na região póstero medial, ou do lado de dentro da canela, e normalmente é a primeira lesão dos corredores.
Na sequência temos a Tendinopatia do tendão calcâneo, conhecida também como Tendinopatia do tendão de Aquiles, que os sintomas são na região do tendão de Aquiles, onde se insere o músculo da panturrilha ou mesmo no calcanhar, a Síndrome da Banda Iliotibial ou a Síndrome do Corredor em que encontramos uma dor em queimação na região lateral do joelho e finalmente a Fascíte Plantar que é uma dor na sola do pé próximo ao calcanhar, que incomodo para correr, ficar em pé e principalmente sentimos nos primeiros passos do dia.
Falaremos um pouco mais sobre essas 5 primeiras do ranking de forma didática e sem complicações, falando de suas características, causas, formas de tratamento e prevenção, baseados nas evidências atuais, em nossas colunas futuras.
Se você quer saber mais, não percam as próximas colunas.
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