Existem algumas lesões que são mais comuns para os corredores de longa distância (meias e maratonas), mas é preciso estar muito consciente e saber “ouvir” seu corpo.
Para quem está estreando em uma distância mais longa, como meia ou maratona, é comum sentir dores em músculos específicos (exemplo: posterior da coxa , quadríceps e panturrilha), além de dores nas articulações do tornozelo, joelho, quadris e, eventualmente, coluna. Mas como saber qual dor é sinal de uma lesão que pode ser agravada? Por que todo mundo que corre uma prova longa sente algum tipo de dor e sabe o momento de parar ou continuar?
Existem algumas lesões que são mais comuns para os corredores de longa distância, mas é preciso estar muito consciente. É preciso saber “ouvir” seu corpo. Geralmente o pensamento de um corredor de maratona é: “Eu tenho que correr com a dor”. Por isso, eles geralmente correm com essa dor até que seja tarde demais. E um dos principais riscos de continuar correndo com a dor é que você pode criar mais lesões. Vou explicar os tipos de lesões que mais afetam quem corre, quando sentir um desses sinais que interfiram no seu treino: procure avaliação médica para evitar algo mais sério.
Há basicamente dois tipos de lesões: agudas e crônicas
As lesões agudas são os traumas ou acidentes ocasionados durante a corrida de forma súbita, podendo ou não estar relacionados a um trauma direto (esbarrar em alguém, receber um trauma) ou indireto (pisar em um buraco). Nestes casos, o ideal é analisar se realmente dá para continuar, pois as lesões agudas são as mais graves e podem chegar até a rupturas musculares, ligamentares e tendinosas, já que geram impotência funcional imediata e muitas vezes com inchaço e dor forte ( nesses casos, melhor parar)
Já as lesões por overuse (excesso) são consideradas as crônicas devido ao tempo prolongado que elas estão se instalando no corpo do atleta. Bons exemplos são a síndrome da banda iliotibial (ou ITBS), que gera uma dor na lateral da coxa, e a fascite plantar, caracterizada por irritação e inchaço do tecido na parte inferior/plantar do pé.
3 exemplos de lesões por sobrecarga:
Síndrome da banda iliotibial
É provocada pela inflamação da faixa iliotibial, uma banda de espessura de tecido fibroso, que corre para baixo do lado de fora da coxa. A faixa iliotibial começa no quadril e se estende para o lado de fora do osso um pouco abaixo da articulação do joelho. Ele funciona em coordenação com vários dos músculos da coxa para proporcionar estabilidade ao exterior da articulação do joelho. Quando sobrecarregada: gera dor e desconforto ao correr.
Fratura por estresse
Muitos corredores também devem também conhecer as fraturas por estresse. Elas ocorrem por impacto repetitivo geralmente em quem está em alta demanda, está despreparado fisicamente e/ou usa equipamentos inadequados, o que pode sobrecarregar os ossos e gerar uma fadiga estrutura óssea a tal ponto de fraturá-lo.
Canelite
É uma dor na canela que também é causada por esforço repetitivo e impacto, por exemplo. De 10 a 15% das lesões de corrida são dores nas canelas, segundo alguns artigos científicos de corrida. Durante treinos e provas longas, os corredores podem experimentar a fadiga muscular dramática, que obrigará alguns deles a parar. Outros que eventualmente insistirem podem sobrecarregar os ossos.
Todos os corredores têm uma certa quantidade de energia armazenada no corpo e é nas corridas de longa distância que a energia armazenada é queimada rapidamente. Primeiro como glicose e depois muda para outra forma de fonte de energia. Quando essa forma de energia se esgota é que os atletas devem parar, ou repor, evitando assim as lesões. Além do mais, um bom fortalecimento e correções de erros posturais, biomecânicos, metabólicos e de treinamento devem ser investigados para ajudar nesse diagnóstico.
Prevenção antes de uma prova
Recomendamos que os corredores mantenham-se hidratados e reponham os eletrólitos e a glicose durante a corrida, como as bebidas esportivas ou géis. Além, é claro, de se alimentar corretamente antes da prova e ter uma estratégia de reposição durante a mesma.
Para evitar as lesões agudas, aconselhamos evitar contato e tumultos durante a prova. E para evitar as crônicas, o corpo depende de um trabalho prévio de treinamento. Antes da prova aconselhamos aquecer e alongar para prepar a musculatura para o que virá.
Também é recomendado usar equipamentos de segurança quando necessário, quando indicado: meias de compressão, palmilhas, estabilizadores e tênis adequado. Não esqueça também do alongamento, que deve ser feito logo depois de o corpo relaxar.
– Existem certas dores que você pode observar e analisar durante a prova que não foram citadas aqui. Se elas são amenizadas ou estabilizam, geralmente são só fadigas ou dores musculares e não deixarão sequelas. Mas se a dor não melhorar ou então piorar a cada km, é preciso reduzir a velocidade ou até mesmo parar para uma avaliação médica.
Entendam o que sempre digo, citei apenas 3 lesões para exemplificar, mas todas tem algo em comum: se for traumática (acidente) pare e faça uma avaliação da gravidade.
Se for por sobrecarga a máxima de “superar os limites” deve ser obedecida somente se você respeitar a premissa que você não está perdendo performance, mancando e alterando sua mecânica para compensar essa dor. Se isso estiver acontecendo ainda mais associado a edema (inchaço), vermelhidão e calor: não vale a pena insistir: pare e faça uma avaliação para não tornar algo mais sério.
Tirando esses sinais de gravidade: uma dorzinha aqui outra ali, faz parte da evolução de todo corredor! Seja valente!
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