Corrida & Carreira
O estado de atenção plena pela prática da corrida

Publicados
10 meses atrásem

Por Edwiges Parra – Psicóloga, Palestrante, Professora, Instrutora de Mindfulness, Colunista da Revista Você RH e Maratonista.
UM BREVE CONTEXTO E REFLEXÃO
Quando falamos em habilidade atencional, nos referimos a capacidade de vivenciar a vida em todos os momentos e áreas em estado de consciência plena. Pode-se resume como trazer repetidamente a atenção para o que acontece no momento, mas de um modo especial: sem brigar a todo momento com a realidade, julgando-a e obtendo respostas comportamentais reativas por dificuldade de controlar seus impulsos.
Nos dias de hoje somos tomados por tantos estímulos externos, um mundo hiperconectado, trafegando o tempo todo informações, dados, conteúdos 24hs/dia seja pelas telas de computador, smartphones e tablets.
Ficamos mais plugados com o mundo e desconexos de si mesmos. O ser humano anda mais distante de sua consciência, do seu emocional, de sua alma e de seu corpo. Não é à toa, que o sofrimento psíquico-emocional que leva ao adoecimento mental vem crescendo de forma assustadora nos últimos tempos. Pessoas se sentindo, sozinhas, carentes, inseguras, incapazes e sem esperança.
Passamos muito tempo em uma espécie de transe, envolvidos em lembranças, fantasias e outros pensamentos, o que quase sempre nos atrapalhe. Convido a sair desse transe e caia na realidade. Se praticar atenção plena (Mindfulness), você poderá identificar suas crenças limitantes, seus julgamentos desmedidos, melhorar regulação emocional diante de pessoas, circunstâncias, situações e adversidades.
SIGNIFICADO DE ATENÇÃO PLENA (MINDFULNESS)
Atenção plena é um estado natural da mente, acessível a qualquer pessoa. Esse estado consiste no exercício de vivenciar o momento presente com mais foco e consciência, intencionalmente, numa atitude de maior aceitação e menos pré-julgamentos.
COMO PODEMOS PRATICAR ATENÇÃO PLENA PARA DESENVOLVER O FOCO NO MOMENTO PRESENTE, ACALMAR A MENTE E MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA?
Existem duas formas de praticar o estado de atenção plena (Mindfulness), por meio de práticas formais e informais.
Práticas formais são técnicas ou exercícios de meditação mais estruturados para o treino da atenção plena, que exigem dedicação, tempo e um pouco de disciplina para incluirmos em nossa rotina diária.
Práticas informais se referem à aplicação do estado de atenção plena da vida diária, por exemplo, quando você executa atividades cotidiana (como escovar os dentes, tomar banho, lavar a louça) dedicado atenção plena a ela, pode-se dizer que você está realizando uma prática informal.
E aqui por que não incluir atividades cotidianas como a CORRIDA? Eu uso a corrida como forma de conectar-me com os meus pensamentos, reconhecer as minhas emoções no momento, perceber a minha respiração, sentir as batidas de meu coração e conectar com cada movimento e sensação no corpo.
Um estudo feito em 2017, a técnica de Mindfulness (atenção plena) também ajuda na prática de atividades físicas. No caso da corrida, ela funciona como uma meditação ativa, sendo essencial para os corredores manterem o foco em diversos fatores. Como por exemplo, em suas sensações físicas, pensamentos e emoções.

COMO PRATICAR ATENÇÃO PLENA ENQUANTO CORRE?
Corra ao ar livre
Aqui você oportunidade ao ar livre, poder contemplar e se conectar com a natureza, que traz benefícios para nosso cérebro. No entanto, não vale nos treinos de tiros, ok?! Rsrs… Usemos os regenerativos, naquele pace amigo e soltinho!
Não use fones de ouvido
Sabemos que correr escutando a playlist favorita, faz desse momento muito prazeroso. Porém, a prática da meditação requer atenção, e qualquer distração pode prejudicar os resultados de desenvolver habilidade atencional.
Mantenha o foco no seu corpo
Aqui já começa a nossa prática meditativa, coloco intencionalmente e com curiosidade o foco nas sensações presentes no seu corpo e cada movimento, passada. Logo, fique atento aos seus pés encostando no chão e aos movimentos dos braços indo para trás e para a frente. Observar esses detalhes traz ainda mais resultados.
Repare ao sentir uma sensação de dor ou desconforto
Ao se dar conta de alguma dor ou desconforto presente, busque desacelerar seu ritmo de corrida ou se for preciso pare. Por outro lado, se você estiver ciente disso e achar que consegue continuar correndo, pare e aumente gradualmente sua resistência.
Por fim queridos corredores, é por meio deste tipo de meditação temos a oportunidade de treinar nossa mente na habilidade atencional, ganhamos na medida que praticamos a capacidade de ter foco, produtividade, bom treino de regulação emocional, qualidade de vida e bem-estar que trará impactos positivos na vida pessoal e profissional.
Habitem seu corpo e sua mente!
Boas Corridas!

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“Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda!
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas” Erasmo Carlos – Mulher
Essa é uma memória musical que tenho da minha infância e que sempre volta a memória no mês ou no dia da mulher.
Assim como a música, a pauta de desigualdade de gênero ganha maior destaque no mês de março. Discutimos sobre o valor da mulher, o seu potencial, as suas contribuições para com a sociedade em suas mais variadas posições, como na política, no social, no esporte e no mundo corporativo.
E nessa discussão, se repete ano após ano a pauta sobre a tão desejada equidade no mercado de trabalho. Porém, o que vemos de concreto?
Diversos estudos e levantamentos apontam para a desvalorização da mulher no mercado de trabalho quando analisamos a remuneração salarial comparativa entre os gêneros.
Uma recente pesquisa publicada pelo IBGE indica, de forma geral e sem recortes por níveis, que as trabalhadoras brasileiras recebem, em média, 20,5% menos que os homens.
E os obstáculos que a mulher enfrenta como profissional, vão além da diferença salarial. A relação entre maternidade e carreira implica normalmente em ter que lidar com desafios até mesmo antes da efetiva maternidade, passando pelo pós a licença-maternidade, com a insegurança de que o afastamento nesse período possa ter sido tão prejudicial a ponto de perder a sua posição na empresa, (pós estabilidade assegurada pela CLT e Sindicatos)
Na minha vivência com Seleção de Profissionais, em nível executivo, já me deparei várias vezes com frases como essas: – “eu não gosto de ter chefe mulher”; “trabalhar com mulher dá muita fofoca, dá muito trabalho” – ” prefiro que a vaga seja ocupada por um homem, logo vai querer engravidar” .
Você pode estar pensando que tais frases foram ditas por homens, mas pasmem foram expressas, “sem nenhum receio” por mulheres.
Penso que enquanto houver essa visão pelas próprias mulheres, a valorização no mercado de trabalho será realidade em passos lentos e muitas de vocês não irão usufruir.
Uma fala que me chamou muito a atenção foi a de Michelle Yeoh, atriz asiática, ao receber a estatueta do OSCAR 2023, em parte do seu emocionante e inspirador discurso ao receber o prêmio. Sendo ela a segunda mulher não branca a conquistar esse título, ela manda um recado a todas as mulheres
“(…) Mulheres, não deixem que ninguém lhes diga que vocês já passaram de seu auge”
Esse tipo de fala, empodera, dá esperança, transforma o ambiente e com isso traz mudanças e conquistas de forma mais acelerada.
E como a pauta é “Corrida e Carreira, não posso deixar de destacar que as mulheres têm ocupado cada vez mais o seu espaço na corrida de rua assim como no esporte em geral.
O Strava, plataforma com mais de 100 milhões de membros, revelou os seus números referentes a 2022, o “Year in Sport” (“O ano no esporte”). Entre os dados divulgados na pesquisa, a empresa mostrou que houve aumento de 56% no número de atividades físicas praticadas por mulheres em comparação com 2021.
Ou seja, as mulheres a cada dia mais tem mostrado a sua força, seu empoderamento e ratificando o que escreveu o “Tremendão” nos anos 80 ” Dizem que a mulher é o sexo frágil Mas que mentira absurda!
Por: Pedro Rodrigues

Na minha trajetória profissional, até agora, atuei em empresas multinacionais americanas e europeias e um fato em comum é que; a alta diretoria sempre vinha do país de origem da empresa, e nós colaboradores “mortais” sempre os víamos com bons olhos, admirados por acreditarmos que “eles” eram mais capazes do que nós, os brasileiros.
Nos esforçamos para falar a língua deles, quando na real deveria ser o contrário: “no meu país você fala a minha língua”, mas isso daria um grande debate, que não é o caso nessa pauta.
Felizmente, o avanço da educação, (ainda que não estejamos tão avançados, quando se trata da população com menor renda), a tecnologia da informação e o mundo globalizado, transformaram esse cenário e com isso; cada vez mais brasileiros assumem as operações das empresas “de fora”, e são destaque de gestão, reconhecidos pelo mercado. É só ver as listas da Revista Forbes e notar os brasileiros e brasileiras que são destaque pelo mundo a fora.

Enfim, ainda temos na nossa cultura o vício de valorizar tudo o que é de fora, e desprezar o que é do nosso país. Marcas de roupas, bebidas, produções cinematográficas, a música, comida, ou seja, se é importado é melhor, ainda que essa afirmação tenha um fundo de verdade, temos muito a valorizar e prestigiar em nosso território.
Isso também acontece no mundo do esporte, no nosso caso a Corrida, embora o Quênia seja uma indústria de criação de corredores de alta performance e batedores de Records, como Eliud Kipchoge que em 2018 completou a maratona de Berlim em 2:01:39. Mas ainda assim não podemos deixar de valorizar os nossos atletas brasileiros, que diante do baixo investimento e patrocínio estão sempre marcando presença e sendo destaque em suas modalidades.
Em nossa vida como profissionais, assim como corredores e corredoras de rua, devemos sempre ter alguém que nos inspire, que nos leve a sonhar e a por em prática aquilo que esta dando certo para eles, sem ficar se comparando, mas sim com o foco de chegar “naquele nível”, porém muitas vezes essa inspiração está tão lá “no topo”, que com o tempo acabamos por nos desanimar, já que a distância parece ser tão longa. Sendo assim, uma boa estratégia para que a sua inspiração te transforme dia a dia, ainda que 1% melhor do que ontem, é começar a enxergar e admirar os feitos daqueles que estão ao nosso lado, como diz o ditado popular, “as pratas da casa”
Por: Pedro Rodrigues

A Pirâmide de Maslow ou a Hierarquia das Necessidades de Maslow é um conceito criado pelo psicólogo norte-americano Abraham H. Maslow, que determina as condições necessárias para que cada ser humano atinja a sua satisfação pessoal e profissional. A Pirâmide de Maslow é dividia em cinco níveis hierárquicos, cada um formado por um conjunto de necessidades. Na base da pirâmide estão os elementos que são considerados primordiais para a sobrevivência de uma pessoa, como a fome, a sede, o sexo e a respiração. Para progredir na hierarquia é necessária a conquista das condições elementares da Pirâmide, passando para os próximos níveis, um a um, até alcançar o topo.

Necessidades de segurança: é o segundo nível da hierarquia, onde estão os elementos que fazem os indivíduos se sentirem seguros, desde a segurança em casa até meios mais complexos, como a segurança no trabalho, segurança com a saúde (planos de saúde), etc.
Mas quando falamos em Carreira, onde buscamos essa “segurança”? Em mundo globalizado e totalmente conectado, onde as situações de mudanças acontecem de uma forma muito dinâmica e ágil, é muito difícil ter, por exemplo, a segurança de estar empregado na mesma empresa, por um longo tempo, o que era a meta de vida até os anos 90, onde as pessoas buscavam sua estabilidade profissional e financeira em uma Carteira Assinada, em uma empresa de porte, sólida que iria garantir a sua aposentadoria, se fosse um bom profissional. Atualmente as novas gerações, as que denominamos como Geração Y ou Millennials não buscam mais essa segurança de ter uma estabilidade na empresa um contrato de trabalho assinado, assim como também não querem estar presos a uma rotina enfadonha dentro de um escritório ou qualquer local que não tenham a liberdade de horário. A maioria se lança em projetos de Start up, trabalhos freelancers e quando buscam uma maior segurança, com um contrato de trabalho assinado, optam pelas empresas mais modernas que aboliram a jornada fixa de trabalho, focando no cumprimento das tarefas.

Porém, a segurança financeira circula entre todas as gerações, independente da forma em que gerimos a nossa carreira, afinal de contas nem mesmo relógio trabalho de graça, ou é a pilha, bateria ou energia elétrica!
Mas uma coisa e certa, estarmos seguros em nosso ambiente profissional, nos dá a liberdade do autocuidado com a nossa saúde física e mental, o que a corrida de rua pode nos proporcionar. E a questão da Segurança é bem ampla nesse assunto.
Além disso, como citei a Pirâmide de Maslow a prática da Corrida e o sucesso em nossas carreira, nos ajuda a alcançar o mais alto nível da pirâmide; a necessidade de autorrealização, que é quando conseguimos aproveitar todo o nosso potencial de realização, com saúde, disposição física, superação de desafios, ou seja, nos realizamos fazendo aquilo que amamos fazer, com prazer e satisfação. *A Pirâmide de Maslow – trecho explicativo do site: significados.com.br
Por: Pedro Rodrigues

Mulher & Corrida & Carreira

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