Medicina do Esporte
Música e Corrida: Uma Combinação Motivadora, mas com Limitações

Publicados
2 anos atrásem

A música tem sido amplamente utilizada como estímulo para motivar corredores durante o treino e provas curtas. Embora muitos corredores relatem que ouvir suas músicas favoritas os ajuda a se animar e combater o cansaço mental, é importante entender os efeitos reais da música na corrida. Vamos explorar as descobertas da pesquisa sobre esse tema.
Antes de iniciar a corrida, ouvir músicas motivacionais mostrou-se eficaz para despertar e energizar corredores, especialmente em corridas de até 5 km. Estudos indicam que a música tem um efeito estimulante, aumentando a animação e preparando o corredor para a atividade física.
Durante a corrida em si, corredores que ouvem música tendem a completar os primeiros quilômetros mais rapidamente do que aqueles que correm em silêncio. No entanto, à medida que a distância aumenta, as diferenças de desempenho entre os dois grupos diminuem progressivamente. Em provas mais longas, correr ouvindo música ou não não afeta significativamente o resultado final.
Resumidamente, a maioria dos estudos sugere que quanto maior a intensidade do esforço exigido, menor é o impacto da música no desempenho do corredor. A percepção do esforço durante a corrida não é significativamente afetada pelo uso da música. No entanto, a música pode melhorar o desempenho em situações de cansaço mental e condições de corrida desafiadoras.
Acredita-se que a música durante a prática esportiva altera a atenção, distrai da fadiga e do desconforto, estimula o humor, melhora a produção de trabalho, aumenta a excitação, alivia o estresse, promove movimentos rítmicos e evoca uma sensação de poder. Além disso, correr ao som de uma música pode influenciar aspectos relacionados ao poder, cognição e comportamento.
No entanto, é importante destacar que atletas de elite têm menos a ganhar ao treinar com música. Para eles, a concentração e a capacidade de treinar sem estímulos externos são fundamentais. Durante competições, a música é proibida, pois pode interferir na concentração necessária para o desempenho de alto nível. Os estímulos musicais podem levar à dissociação, aumento do vigor, sincronização, aquisição de habilidades motoras e podem ser considerados como uma forma de doping.
Minha opinião pessoal é que, na corrida, treinar a mente é crucial. O cérebro precisa aprender a lidar com dor, fadiga, estresse e aumento da carga de treinamento. Quando ouvimos música, parte da nossa capacidade de concentração é direcionada para processar a música, o que pode distrair da melhoria da técnica e do foco necessário para avançar. No entanto, a música também pode reduzir a necessidade de força de vontade para percorrer longas distâncias.
No dia da corrida, se a música não estiver presente, podemos sentir sua falta. Portanto, é válido intercalar treinos com e sem estímulo musical.
Além disso, é importante considerar a segurança. A Associação Internacional de Maratonas e Corridas de Rua (AIMS) alerta que ouvir música durante a corrida pode limitar a consciência do corredor em relação ao ambiente ao seu redor, aumentando o risco de não perceber perigos. Relatos de acidentes envolvendo corredores distraídos com música são comuns, como não ouvir alertas sonoros, carros se aproximando ou pessoas ao redor.
No final das contas, a música pode ser uma ferramenta motivadora para a corrida, mas seu uso deve ser equilibrado, levando em consideração o tipo de treino, distância e questões de segurança. Cada corredor deve encontrar a abordagem que melhor se adapte às suas necessidades e objetivos pessoais.
Conte para mim, nos comentários, sua opinião!
Bons treinos, valentes!
Por: Dra Ana Paula Simões

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Super tênis e instabilidade: quando a tecnologia pode virar armadilha para alguns corredores
Nos últimos anos, os super tênis dominaram as provas de corrida de rua e maratonas. A combinação entre a placa de carbono e a espuma ultraleve e responsiva (supercritical foam) tem gerado marcas históricas, que antes pareciam inatingíveis. Mas junto com o desempenho, surgiram lesões — que eu atendo diariamente!!E, com elas, um novo olhar da biomecânica pois algumas pessoas não estão preparadas pra eles!
A grande inovação está na espuma supercrítica, criada por meio de um processo físico em que gases como CO₂ ou nitrogênio são inseridos em polímeros (como PEBA, EVA ou TPU) sob altíssimas pressões e temperaturas. Esse processo gera uma estrutura de microcélulas uniforme, altamente elástica, resiliente e leve, com capacidade excepcional de absorver e devolver energia. Essa espuma está presente em modelos famosos nacionais e internacionais.
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No entanto, essa tecnologia não é isenta de efeitos colaterais. A deformação da espuma durante a corrida promove uma instabilidade natural, principalmente em atletas com pisada excessivamente pronada ou supinada. Ao mesmo tempo, a placa rígida inserida entre as camadas da entressola pode gerar aumento do torque articular, amplificando os desalinhamentos dinâmicos durante a passada.
Estudos de biomecânica demonstram que corredores com instabilidade na pisada apresentam maiores deslocamentos mediolaterais do retropé ao utilizar tênis de entressola macia, especialmente se associados a placa rígida, elevando o risco de lesões. Por isso meus pacientes as vezes chegam no consultório reclamando de lesão após uso de determinado tênis.
A literatura também mostra um aumento da força de reação do solo e das cargas articulares em tênis com maior retorno de energia².
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Dessa forma, é fundamental identificar quais corredores podem se beneficiar dos super tênis — e quais devem usá-los com cautela. Indivíduos com pisada excessivamente pronada ou supinada, com histórico de entorses, dor femoropatelar, tendinopatias do tibial posterior ou fibular curto, ou instabilidade funcional no tornozelo, devem ser criteriosamente avaliados antes de adotar esse tipo de calçado.
Adaptação é a chave
Não é preciso excluir a tecnologia — mas sim preparar o corpo para ela. O uso de tênis com alta instabilidade exige maior controle neuromuscular e força dos estabilizadores. O fortalecimento do core, dos músculos do quadril (especialmente glúteo médio e rotadores externos) e dos estabilizadores do tornozelo (como tibial posterior e fibulares) deve fazer parte da rotina do corredor. Treinos funcionais e exercícios de propriocepção também são fundamentais para reduzir o risco de lesões ao usar esse tipo de calçado.
A estratégia mais segura é alternar o uso dos super tênis com modelos mais estáveis durante o ciclo de treinos, reservando os tênis com placa e espuma supercrítica para sessões específicas e provas. Dessa forma, é possível colher os benefícios da tecnologia sem expor o sistema musculoesquelético a sobrecargas desnecessárias. Mas mesmo assim existem casos que precisam de adaptações com órteses ( palmilhas) e em último caso se as lesões forem recorrentes: cirurgia para corrigir as deformidades.
Tecnologia sem biomecânica é risco.
Alta performance exige controle.
E estabilidade… você não compra. Você constrói.( fortalecendo)
😉bons treinos, valentes!
Por: Dra Ana Paula Simões – @draanapsimoes

Medicina do Esporte
Mitos, Lendas e crenças entre corredores que já escutei por aqui no consultório

Publicados
5 meses atrásem
02/02/2025De
Pablo Mateus
No universo da corrida de rua, mitos e lendas antigas ainda persistem, influenciando como muitos corredores amadores encaram emagrecimento, ganho de massa muscular e alimentação na corrida. Vamos desmistificar alguns dos equívocos comuns, trazendo um olhar atualizado, com base na ciência e na experiência prática.
1. Emagrecimento: Mais Corrida Não Significa Mais Perda de Peso
É comum pensar que, para perder peso, o melhor é aumentar ao máximo o volume de corrida. Afinal, mais tempo correndo queima mais calorias, certo? Não é bem assim. Quando o volume de treino é exagerado sem uma alimentação adequada, o corpo tende a “se defender’’ para isso mecanismos como aumento da fome e diminuição do metabolismo podem segurar a queima de gordura e aumentar o consumo de massa muscular, via hormônios como cortisol e grelina. Um bom programa de emagrecimento na corrida deve equilibrar o volume de treino com o descanso e uma nutrição adequada para cada fase do corredor.
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Outro mito frequente é a crença de que o jejum é indispensável e superior para a perda de peso. Embora o jejum intermitente possa funcionar para algumas pessoas e para alguns momentos, ele não deve ser encarado como a única formula de sucesso para o emagrecimento, especialmente se você tem treinos longos > 1:00 e está visando melhora de performance.
2. Ganho de Massa Muscular: Sim, é Possível para Corredores
Há um mito de que corredores não podem e nem devem ganhar ou manter massa muscular, e que qualquer treino de força “pesado” atrapalharia o desempenho. Pelo contrário, a incorporação de exercícios de força pode, na verdade, melhorar a eficiência da corrida, ajudando a prevenir lesões e melhorando o desempenho.
Entender em que momento do treinamento você está vai lhe permitir ajustar a melhor estratégia para seus treinos de força, momentos com menor volume de treino de corrida são interessantes para intensificar os treinos de força com intuito de hipertrofia, alinhar a sua alimentação para cada fase e ter atenção especial com a proteína é outro ponto muito importante.

3. Alimentação e Suplementação: A Base é o Equilíbrio, Não o Excesso
Outro ponto onde os mitos se acumulam é a nutrição e a suplementação. Não é incomum ver corredores que se lançam em dietas extremamente restritivas, retirando carboidratos e focando apenas em proteínas e gorduras, acreditando que isso vai melhorar o rendimento. O que a ciência mostra, no entanto, é que os carboidratos são essenciais para corredores, especialmente em treinos longos, pois são a principal fonte de energia durante a corrida, essa energia é dividida em energia do glicogênio muscular e também hepático, o glicogênio muscular corresponde aos carboidratos consumidos 3-4 horas antes dos treinos e o hepático aquele consumido em torno da última hora, como por exemplo os géis de carboidrato, estes aliás são outra fonte de dúvidas e crenças.

4. nunca vou me adaptar aos géis de carboidrato
A suplementação com carboidrato pode gerar desconfortos gastrointestinais, porém, apesar de poder gerar desconfortos isso não quer dizer que você sempre vai ter desconfortos com géis e que não se adapta a nenhum, o consumo de carboidrato é treinável, tanto quanto treinamos para correr uma maratona, também treinamos para o que vamos suplementar e assim nos adaptamos, além disso existem varias opções de géis a serem testadas, o mito aqui é acreditar que você não vai se adaptar a nenhuma opção, procure entender o que está acontecendo com seu corpo.
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5. se estou pronto para 21k é só dobrar que corro 42k
A última lenda é o famoso, se eu corro 21k é só dobrar que estou pronto pra maratona, vá com calma, se você iniciou sua jornada da corrida, é natural que queira ir aumentando seus desafios, mas se você quer diminuir suas chances de lesão, vá aos poucos evoluindo seu volume com um plano bem definido e acompanhado por profissionais, tenha calma, programe bem essa evolução, um ciclo de treinamento para uma meia maratona é bem diferente de um ciclo de treinamento para uma maratona, veja bem se é o melhor momento de vida para enfrentar um e se realmente quer correr uma maratona.
Instagram: gustavomcosenza
Medicina do Esporte
O que é o treinamento de baixa frequência cardíaca e por que é importante?

Publicados
1 ano atrásem
12/06/2024De
Pablo Mateus
O treinamento de baixa frequência cardíaca é uma técnica amplamente utilizada por corredores de todos os níveis para melhorar seu condicionamento físico e desempenho. Essa abordagem consiste em manter a frequência cardíaca em uma zona específica durante a corrida, evitando ultrapassar limites de intensidade.
Uma das principais vantagens desse tipo de treinamento é a capacidade de progredir de forma gradual na corrida. Ao correr em baixa intensidade, o impacto no corpo é reduzido, permitindo que os corredores evoluam de maneira mais segura e eficiente. Além disso, essa técnica ajuda a melhorar a eficiência energética, possibilitando que os atletas corram mais rápido com a mesma frequência cardíaca.

Outro benefício do treinamento de baixa frequência cardíaca é o desenvolvimento de uma base aeróbica sólida. Correr nessa zona de intensidade auxilia no fortalecimento do sistema cardiovascular, aumentando a resistência e preparando o corpo para desafios mais intensos no futuro. Além disso, essa prática contribui para a prevenção de lesões, uma vez que reduz o estresse sobre as articulações e músculos.
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Em suma, o treinamento de baixa frequência cardíaca é uma estratégia eficaz para aprimorar o condicionamento físico, prevenir lesões e elevar o desempenho na corrida. Seguir as orientações adequadas e manter a disciplina nesse tipo de treinamento pode trazer benefícios significativos aos corredores, ajudando-os a atingir seus objetivos de forma segura e eficaz.
Por: Redação Runners Brasil

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