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Medicina do Esporte

Lombalgia na corrida

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A dor lombar é um dos problemas de saúde mais comuns do mundo, 80% dos adultos experimentam em algum momento de suas vidas. Da mesma forma, em relação a população de atletas, os valores percentuais da prevalência de lombalgia permanecem amplos. A dor é localizada na parte inferior da coluna vertebral e se caracteriza pela rigidez, dificuldade de se movimenatr, limitação na área afetada e sensibilidade articular.

A corrida é um dos esportes mais praticados pela população adulta em todo o mundo, devido ao custo sustentável dos materiais técnicos e seus grandes impactos benéficos à saúde. Ela é uma das formas mais eficazes de alcançar um bom estado de saúde e condicionamento físico. Os benefícios da corrida incluem controle de peso e prevenção de distúrbios crônicos, como as doenças cardiovasculares, resultando em uma redução geral do risco de mortalidade.

No entanto estudos recentes indicam que ela também envolve um risco relativamente alto de lesões associadas. Isso decorre devido aumento do volume dessa pratica de atividade física, aliado a uma possível falta de acompanhamento de um profissional adequado e sem conhecimento da metodologia do treinamento. Esse conjunto de lacunas, desencadeia as dores musculares, tendões e articulações, resultando também na lombalgia.

Os fatores de risco responsáveis por esse quadro podem ser distribuídos em extrínsecos e intrínsecos. Os externos são o alto nível competitivo, mais de 6 anos de experiência em corrida, alguns padrões de uso de calçados, não realizar atividade aeróbica semanalmente e a amplitude de movimento. Ao passo que, os internos são discrepâncias no comprimento das pernas, maior estatura física, pouca flexibilidade de isquiotibiais, rigidez dos flexores do quadril, índice de massa corporal maior que 24, que já indica sobrepeso, e falta de flexibilidade na região lombar.

Vale lembrar que não é apenas a corrida, mas também atletas de modalidades esportivas específicas como esqui, remo, golfe, vôlei, atletismo, natação ou ginástica, correm maior risco de sofrer de lombalgia do que a população de não atletas. Além disso outra curiosidade é que em relação à quilometragem, a prevalência de lombalgia em corredores parece ser de alguma forma independente da distância percorrida. E, apesar de existir uma correlação significativa entre encolhimento da coluna vertebral, velocidade de corrida e distância percorrida, elas também não estão correlacionadas com aparecimento ou presença de lombalgia.

Para nortear o diagnóstico é necessária uma boa história clínica do caso, com perguntas que direcionem o raciocínio para a descrição da dor, como características, intensidade, duração e horário. Aliado a um atencioso exame físico, com testes e manobras que testem a flexão e extensão da coluna lombar. E para complementar a investigação, pode ser utilizado a propedêutica armada, que são os exames de imagem como radiografia, tomográfica computadorizada e até a ressonância magnética.

Após identificado a origem do problema, o tratamento deve ser iniciado. Na maioria dos casos, ele dispensa cirurgias e torna-se conservador, dependendo da evolução dos sinais e origem da causa. Nesse contexto, faz parte da conduta conservadora a prescrição de medicamentos, entre relaxantes musculares, analgésicos e anti-inflamatórios. Além desse tratamento reabilitador, há necessidade de uma equipe multidisciplinar em que o médico é o gerenciador do protocolo, e está aliado a um fisioterapeuta e o educador físico.

Isso se faz necessário porque deve haver o alinhamento dos diversos fatores que afetam a coluna lombar, em termos de cargas específicas da estrutura e/ou capacidade de carga e a relação dose-resposta, entre a participação na corrida e o risco de lesão. Ao final, a abordagem terapêutica é focada em evitar o uso excessivo do recrutamento dessa estrutura e instaurar um bom equilíbrio entre a capacidade de resistência da musculatura provedora desse movimento e a carga da biomecânica.

O trabalho preventivo é direcionado para fortalecer a musculatura e desenvolver a mobilidade natural através da fisioterapia e o auxílio do educador físico. É importante desenvolver o aumento da amplitude dos movimentos, flexibilidade e força de resistência ao exercício. Além de corrigir possíveis dismetrias entre os membros inferiores e aprender a realizar autocorreção ergonômica tanto em atividades do dia a dia, recreativas ou desportivas, aumentando gradualmente a duração e intensidade conforme evolução do quadro.

Concluindo que os fatores de risco para o aparecimento da lombalgia são geralmente deficiências físicas ou fatores relacionados aos métodos de treinamento, que podem ser parcialmente modificados e administrados. Então a corrida poderia, cautelosamente, ser considerada um fator protetor para a coluna lombar e até ser considerada na prescrição da corrida, como um exercício preventivo para a lombalgia.

Por: : Beatriz Conti Naves – Medicina Esportiva, Saúde e Performance.

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Mitos, Lendas e crenças entre corredores que já escutei por aqui no consultório

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No universo da corrida de rua, mitos e lendas antigas ainda persistem, influenciando como muitos corredores amadores encaram emagrecimento, ganho de massa muscular e alimentação na corrida. Vamos desmistificar alguns dos equívocos comuns, trazendo um olhar atualizado, com base na ciência e na experiência prática.

1. Emagrecimento: Mais Corrida Não Significa Mais Perda de Peso

É comum pensar que, para perder peso, o melhor é aumentar ao máximo o volume de corrida. Afinal, mais tempo correndo queima mais calorias, certo? Não é bem assim. Quando o volume de treino é exagerado sem uma alimentação adequada, o corpo tende a “se defender’’ para isso mecanismos como aumento da fome e diminuição do metabolismo podem segurar a queima de gordura e aumentar o consumo de  massa muscular, via hormônios como cortisol e grelina. Um bom programa de emagrecimento na corrida deve equilibrar o volume de treino com o descanso e uma nutrição adequada para cada fase do corredor.

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Outro mito frequente é a crença de que o jejum é indispensável e superior para a perda de peso. Embora o jejum intermitente possa funcionar para algumas pessoas e para alguns momentos, ele não deve ser encarado como a única formula de sucesso para o emagrecimento, especialmente se você tem treinos longos > 1:00  e está visando melhora de performance.

2. Ganho de Massa Muscular: Sim, é Possível para Corredores

Há um mito de que corredores não podem e nem devem ganhar ou manter massa muscular, e que qualquer treino de força “pesado” atrapalharia o desempenho. Pelo contrário, a incorporação de exercícios de força pode, na verdade, melhorar a eficiência da corrida, ajudando a prevenir lesões e melhorando o desempenho.

Entender em que momento do treinamento você está vai lhe permitir ajustar a melhor estratégia para seus treinos de força, momentos com menor volume de treino de corrida são interessantes para intensificar os treinos de força com intuito de hipertrofia, alinhar a sua alimentação para cada fase e ter atenção especial com a proteína é outro ponto muito importante.

3. Alimentação e Suplementação: A Base é o Equilíbrio, Não o Excesso

Outro ponto onde os mitos se acumulam é a nutrição e a suplementação. Não é incomum ver corredores que se lançam em dietas extremamente restritivas, retirando carboidratos e focando apenas em proteínas e gorduras, acreditando que isso vai melhorar o rendimento. O que a ciência mostra, no entanto, é que os carboidratos são essenciais para corredores, especialmente em treinos longos, pois são a principal fonte de energia durante a corrida, essa energia é dividida em energia do glicogênio muscular e também hepático, o glicogênio muscular corresponde aos carboidratos consumidos 3-4 horas antes dos treinos e o hepático aquele consumido em torno da última hora, como por exemplo os géis de carboidrato, estes aliás são outra fonte de dúvidas e crenças.

4. nunca vou me adaptar aos géis de carboidrato

A suplementação com carboidrato pode gerar desconfortos gastrointestinais, porém, apesar de poder gerar desconfortos isso não quer dizer que você sempre vai ter desconfortos com géis e que não se adapta a nenhum, o consumo de carboidrato é treinável, tanto quanto treinamos para correr uma maratona, também treinamos para o que vamos suplementar e assim nos adaptamos, além disso existem varias opções de géis a serem testadas, o mito aqui é acreditar que você não vai se adaptar a nenhuma opção, procure entender o que está acontecendo com seu corpo.

5. se estou pronto para 21k é só dobrar que corro 42k

A última lenda é o famoso, se eu corro 21k é só dobrar que estou pronto pra maratona, vá com calma, se você iniciou sua jornada da corrida, é natural que queira ir aumentando seus desafios, mas se você quer diminuir suas chances de lesão, vá aos poucos evoluindo seu volume com um plano bem definido e acompanhado por profissionais, tenha calma, programe bem essa evolução, um ciclo de treinamento para uma meia maratona é bem diferente de um ciclo de treinamento para uma maratona, veja bem se é o melhor momento de vida para enfrentar um e se realmente quer correr uma maratona.

Por: Dr. Gustavo Cosenza

Instagram: gustavomcosenza

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O que é o treinamento de baixa frequência cardíaca e por que é importante?

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O treinamento de baixa frequência cardíaca é uma técnica amplamente utilizada por corredores de todos os níveis para melhorar seu condicionamento físico e desempenho. Essa abordagem consiste em manter a frequência cardíaca em uma zona específica durante a corrida, evitando ultrapassar limites de intensidade.

Uma das principais vantagens desse tipo de treinamento é a capacidade de progredir de forma gradual na corrida. Ao correr em baixa intensidade, o impacto no corpo é reduzido, permitindo que os corredores evoluam de maneira mais segura e eficiente. Além disso, essa técnica ajuda a melhorar a eficiência energética, possibilitando que os atletas corram mais rápido com a mesma frequência cardíaca.

Outro benefício do treinamento de baixa frequência cardíaca é o desenvolvimento de uma base aeróbica sólida. Correr nessa zona de intensidade auxilia no fortalecimento do sistema cardiovascular, aumentando a resistência e preparando o corpo para desafios mais intensos no futuro. Além disso, essa prática contribui para a prevenção de lesões, uma vez que reduz o estresse sobre as articulações e músculos.

Em suma, o treinamento de baixa frequência cardíaca é uma estratégia eficaz para aprimorar o condicionamento físico, prevenir lesões e elevar o desempenho na corrida. Seguir as orientações adequadas e manter a disciplina nesse tipo de treinamento pode trazer benefícios significativos aos corredores, ajudando-os a atingir seus objetivos de forma segura e eficaz.

Por: Redação Runners Brasil

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Respiração Eficiente na Corrida: Dicas para Melhorar seu Desempenho

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A respiração é um aspecto crucial, mas frequentemente negligenciado, da corrida. A forma como você respira pode afetar significativamente seu desempenho e conforto durante a atividade. Aqui estão algumas dicas para ajudar você a respirar melhor enquanto corre.

1. Respiração Diafragmática

A respiração diafragmática, ou abdominal, é uma técnica que permite uma maior capacidade pulmonar e eficiência respiratória. Em vez de respirar superficialmente pelo peito, concentre-se em respirar profundamente pelo diafragma. Isso pode ser praticado da seguinte maneira:

  1. Deite-se de costas: Coloque uma mão no peito e outra no abdômen.
  2. Inspire profundamente pelo nariz: Sinta seu abdômen se expandir enquanto o diafragma desce.
  3. Expire pela boca: Sinta seu abdômen contrair enquanto o diafragma sobe.

Com o tempo, essa técnica pode se tornar automática, melhorando sua eficiência respiratória durante a corrida.

2. Ritmo de Respiração

Encontrar um ritmo de respiração adequado é essencial para manter um fluxo constante de oxigênio. Muitos corredores utilizam a técnica de respiração 2:2, onde inspiram por dois passos e expiram por dois passos. Para corridas mais intensas, você pode tentar um ritmo 3:2 ou 2:1.

  • 2:2: Inale em dois passos e exale em dois passos.
  • 3:2: Inale em três passos e exale em dois passos.
  • 2:1: Inale em dois passos e exale em um passo.

Experimente diferentes ritmos para ver qual funciona melhor para você.

3. Respiração Nasal e Bucal

Enquanto a respiração nasal é benéfica para filtrar o ar e manter um ritmo mais controlado, durante exercícios intensos, pode ser necessário utilizar tanto o nariz quanto a boca para garantir que você está recebendo oxigênio suficiente. Uma combinação de ambos pode ajudar a maximizar a entrada de ar.

4. Manter uma Postura Adequada

Uma postura correta pode facilitar a respiração. Mantenha-se ereto, com os ombros relaxados e o peito aberto. Evite curvar-se, pois isso pode restringir a capacidade dos pulmões de se expandirem totalmente.

5. Treinamento de Respiração

Assim como outras habilidades na corrida, a respiração também pode ser treinada. Considere incorporar exercícios de respiração em sua rotina, como:

  • Pranayama: Técnicas de respiração do yoga que podem melhorar a capacidade pulmonar e a concentração.
  • Exercícios de respiração profunda: Dedique alguns minutos por dia para praticar respirações profundas e controladas.

6. Praticar a Consciência Corporal

Estar ciente de sua respiração durante a corrida pode ajudar a identificar padrões ineficazes e fazer ajustes necessários. Preste atenção à sua respiração e ajuste conforme necessário para evitar fadiga precoce.

7. Aquecimento e Resfriamento

Realizar um aquecimento adequado antes de correr pode preparar seus pulmões e sistema cardiovascular para a atividade. Após a corrida, um resfriamento gradual pode ajudar a normalizar a respiração e a frequência cardíaca.

Conclusão

A respiração eficiente é uma habilidade fundamental para corredores de todos os níveis. Implementar essas dicas pode não apenas melhorar seu desempenho, mas também tornar a corrida uma experiência mais agradável e sustentável. Lembre-se de que cada corredor é diferente, então experimente diversas técnicas até encontrar o que funciona melhor para você.

Com a prática e a paciência, você pode transformar a respiração em uma aliada poderosa em suas corridas, ajudando a alcançar seus objetivos com mais facilidade e conforto.

Por: Redação Runners Brasil

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