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Nutrição Esportiva

Guia vegano para reposição de carboidrato nos treinos

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À primeira vista esse tema pode parecer besta, afinal, quase nenhum carboidrato é de origem animal. Porém, em se tratando de suplementos para reposição energética nos treinos, existem algumas pegadinhas que os veganos precisam conhecer e eu vim aqui mostrar pra vocês!

Vamos primeiro começar com um resuminho sobre a necessidade de reposição energética durante a prática esportiva:

Nem todo treino precisa de reposição de carboidrato. Isso acontece porque nosso corpo tem a capacidade de estocar glicogênio, principalmente nos músculos, e ele usa esse glicogênio como combustível para a prática de atividade física. Porém, esse estoque é limitado e não consegue atender a demanda dos treinos de longa duração. Ou seja, se não houver reposição durante esse tipo de treino, teremos falta de combustível e, consequentemente, de rendimento.

Se você for fazer um treino leve de cerca de 1h – 1h30 e tiver se alimentado bem nas horas que antecederam esse treino, provavelmente não vai precisar repor. Mas se você for fazer um treino mais intenso ou longo, provavelmente a reposição será necessária.

Digo provavelmente porque vale lembrar que nenhum organismo é igual ao outro e diferentes pessoas podem ter diferentes necessidades, mesmo que em situações de treino similares. Para personalizar e adequar sua estratégia, consulte uma nutricionista e preste atenção aos sinais do seu corpo antes, durante e depois da atividade física.

Voltando então ao assunto do carboidrato…supondo que a reposição seja indicada para o seu treino, existem várias formas de fazer isso. Vamos conhecer as principais e os pontos de atenção para os veganos:

Gel de carboidrato

Composição:

O gel de carboidrato é a forma mais comum e conhecida de reposição energética intra-treino e sua composição tem evoluído bastante. A base dele sempre é de carboidrato, mas pode ter adição de outros componentes, como cafeína, taurina, sódio, BCAA, entre outros

Pontos de atenção para os veganos:

Os carboidratos usados no gel normalmente são uma variação ou combinação de maltodextrina, frutose, dextrose e palatinose. Todos esses ingredientes são de origem vegetal. Porém, já vi produtos com mel na composição, não sendo apto para veganos. Esse é um exemplo raro, mas é importante sempre checar a lista de ingredientes.

Outro ponto é o acréscimo de outros ingredientes além das fontes de carboidrato, como taurina e BCAA.

De modo geral, a taurina usada costuma ser de origem sintética, mas também sempre vale a pena confirmar com a marca. Muitos já sinalizam na embalagem quando o produto é 100% de origem vegetal, mas se você estiver na dúvida, uma simples consulta ao site ou uma mensagem por inbox nas redes sociais da marca costumam funcionar.

Já o BCAA, que as vezes aparece em algumas opções de gel, pode ser tanto de origem vegetal quanto animal. Na maioria dos casos, o BCAA é de origem vegetal, mas como disse acima, vale sempre confirmar com o fabricante.

Carboidrato em pó

Composição:

Os carboidratos em pó são boas opções para quem corre na esteira ou para quem usa cinto ou colete de hidratação, pois seu consumo é feito através da diluição em água, o que complica um pouco a logística para corredores de rua.

Assim como o gel, normalmente são uma variação ou combinação de maltodextrina, frutose, dextrose e palatinose. Em sua grande maioria, são compostos apenas pelo carboidrato em pó e, em alguns casos, complementados com cafeína ou eletrólitos. Nesse caso, sua composição é totalmente de origem vegetal

Pontos de atenção para os veganos:

Algumas marcas possuem suplementos em pó denominados mix para intra-treino, que tem base de carboidrato mas que também podem oferecer uma pequena quantidade de proteína por porção. Nesse caso é preciso ter atenção para a origem da proteína. Se for whey protein, é uma proteína a base de leite e, portanto, não vegana. Esse é um caso mais raro.

Gomas de carboidrato

Composição:

A base das gomas de carboidrato esportivas costuma ser xarope de glicose, palatinose, maltodextrina e pectina. Esse último é uma fibra de origem vegetal que proporciona a consistência de goma. Todos os ingredientes que citei são de origem vegetal.

Pontos de atenção para os veganos:

Para as gomas, temos alguns pontos de atenção! O primeiro é o corante usado em algumas delas. Algumas marcas que oferecem gomas no sabor morango usam o corante natural carmim, e esse corante não é vegano, pois é feito através de um pigmento extraído de um inseto chamado cochonilha. Esse corante também pode estar presente em diversos outros produtos alimentícios e suplementos esportivos. Importante sempre checar a lista de ingredientes.

Outro ponto de atenção é não substituir as gomas de carboidratos esportivas por balas de goma e jujubas tradicionais. Apesar de serem boas fontes de carboidrato, esses produtos são feitos com gelatina, que é um produto fabricado a partir da cartilagem animal. Atualmente não conheço nenhuma goma esportiva que tenha gelatina em sua composição, mas vale sempre verificar a lista de ingredientes antes de consumir.

Outras opções de carboidratos

Além dos suplementos, também podemos repor energia durante treinos e provas através de alimentos ricos em carboidrato. Os mais utilizados pelos atletas são:

– frutas secas, como bananinha passa e tâmara

– sucos e outras bebidas, como suco de uva integral, caldo de cana e água de coco

– docinhos, como rapadura e goiabada

Como ponto de atenção aqui fica apenas o mel, que alguns atletas costumam usar sachês para repor carboidrato, porém é de origem animal.

Dicas finais

De forma geral, deu pra perceber que é muito fácil repor carboidrato durante o exercício seguindo uma alimentação vegana. São raros os produtos desse tipo que levam ingredientes de origem animal, mas vale sempre a pena verificar a lista de ingredientes para garantir. Mesmo que você já tenha lido os ingredientes anteriormente e esteja acostumado a consumir um certo suplemento, alguns fabricantes podem fazer alterações em sua composição.

Uma boa dica é procurar empresas de suplementos que sejam veganas, assim você não correrá o risco de consumir algum ingrediente de origem animal por engano e ainda fortalece o movimento.

Por: Marcela Worcemann

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Qual a melhor forma de se recuperar após um treino intenso?

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A melhor forma de se recuperar após um treino intenso é optar pelo básico bem feito, ou seja, aquilo que já deveria estar em prática, porém agora de uma forma mais notória.

 Nesse contexto, após um treino que requer grande esforço físico o ideal é lançar mão de uma recuperação ativa, ou seja ir desacelerando aos poucos, e não parar o treino de forma brusca, isso gera um retorno venoso mais gradual e um restabelecimento da frequência cardíaca de uma maneira mais fisiológica.

Além disso, o atleta deve ter maior atenção com as escolhas nutricionais, pois após um treino ocorre a abertura de uma janela de oportunidade, em que nossos estoques devem ser restabelecidos. Assim, nossos músculos conseguem recrutar mais energia para realizar o mecanismo de supercompensação e, assim, se repararem de uma maneira mais eficaz

Além da alimentação, o atleta deve se atentar também para a hidratação, que é fundamental nesse processo de reabastecimento dos estoques, uma vez que a grande maioria das reações metabólicas funcionam a base de água. O recomendado é que a perda hídrica não ultrapasse 4% do peso corporal, isso pode ser controlado por meio da pesagem do atleta antes e após o treino. E com essas informações, a hidratação recomendada após o treino deve ser de 1,25-1,5L de líquidos, no mínimo e a cada kg de peso perdido, de acordo com cada indivíduo.

Ainda nesse ínterim, de uma base sólida bem definida, deve se atentar para qualidade do sono, pois é fundamental que o atleta tenha um momento de descanso, com sono reparador, para que os estoques de energia sejam restabelecidos e assim ele tenha uma recuperação mais rápida e efetiva, proporcionando uma saúde celular mais adequada.

Por fim, pensar também no recovery, que pode ser realizado com automassagem com cremes esportivos, ou optar por um profissional da área que realize essa liberação miofascial. Esse processo pode ser facilitado por equipamentos como pistolas ou botas compressivas, e por fim, a diminuição da temperatura com imersão na banheira de gelo.

Concluindo que para se recuperar adequadamente de um treino intenso, o atleta deve lançar mão da união dos itens listados acima de uma forma constante e adaptada de acordo com seus treinos e sua periodização.

Por: Beatriz Naves

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Em casos de insônia ou uma noite de sono perdida, é melhor correr pela manhã

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Quando uma pessoa dorme o suficiente, seu desempenho no exercício físico pode melhorar ao longo do dia. Isso ocorre porque o corpo passa por mudanças naturais relacionadas ao ciclo circadiano, como variações na temperatura corporal e níveis hormonais, que podem favorecer o desempenho físico. Porém, quando alguém não dorme o suficiente ou tem uma qualidade de sono ruim, o momento em que essa pessoa realiza o exercício se torna muito importante.

Se alguém está enfrentando uma perda aguda de sono, o desempenho no exercício ao longo do dia será afetado conforme as horas passam, independentemente dos benefícios naturais do ciclo circadiano. Por isso, em situações em que alguém está sofrendo com uma perda aguda de sono, é recomendado que a pessoa faça o exercício logo após acordar, antes que a falta de sono acumulada ao longo do dia comprometa o desempenho. Isso significa que o treinamento físico pela manhã pode ser melhor nessas circunstâncias, pois evita os efeitos prejudiciais da falta de sono que podem afetar o desempenho durante o exercício.

Mexer o celular pode diminuir sua performance

É comum pegarmos o celular durante os intervalos entre treinos e competições. Embora pareça uma forma de relaxar e se distrair, essas atividades exigem esforço mental e podem levar à fadiga cognitiva.

O cérebro controla a coordenação motora, a tomada de decisões, a regulação da respiração e até mesmo a percepção da fadiga física. Portanto, qualquer fator que afete o funcionamento do cérebro pode impactar diretamente o desempenho físico.

Quando o cérebro está cansado, sua capacidade de concentração, tomada de decisões rápidas e atenção pode ser comprometida. Isso resulta em movimentos menos precisos, tempos de reação mais lentos e maior risco de lesões. Além disso, a fadiga mental pode afetar a motivação e o estado emocional dos atletas, o que tem um impacto negativo no desempenho.

Ao mexer no celular antes dos treinos ou competições, podemos sobrecarregar o cérebro. Como resultado, podem experimentar uma diminuição no desempenho físico, mesmo estando fisicamente preparados.

Atletas, incluindo nós amadores, e treinadores precisam entender melhor os efeitos das atividades que exigem esforço mental e da fadiga cognitiva no desempenho geral. É importante considerar estratégias para reduzir o uso excessivo de telas, permitir tempo adequado para descanso mental entre as sessões de treinamento e adotar técnicas de recuperação mental, como meditação ou relaxamento.

Por: Luana Stangherlin

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Estratégias de suplementação esportiva

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Os atletas possuem necessidades energéticas aumentadas devido ao seu alto gasto durante o exercício. Nesse contexto, uma das estratégias para manter o seu desempenho é lançar mão de suplementos alimentares.  Estes são definidos como alimento, componente alimentar, nutriente ou composto não alimentar que é propositalmente ingerido em adição à dieta habitualmente consumida com o objetivo de alcançar um benefício específico de saúde e/ou desempenho.

Os suplementos podem ser utilizados em diferentes contextos, como melhorar performance e a cognição, acelerar a recuperação de esforços físicos intensos ou prevenir deficiências nutricionais. A suplementação deve ser parte complementar de uma rotina e, portanto, não substitui uma refeição balanceada com alimentos saudáveis.

Estudos mostram a eficácia bem esclarecida e respaldada pela literatura a respeito de 5 suplementos utilizados hoje em dia. São eles a creatina, a beta alanina, a proteína, o nitrato e a cafeína. Esse texto tem como finalidade discorrer brevemente sobre cada um deles e como atuam no metabolismo, porém sem a indicação ou prescrição. Essa função deve ser realizada por um profissional da área, como o nutricionista ou médico do esporte, e individualizado para cada caso.

A creatina é o suplemento mais amplamente estudado e utilizado atualmente, e possui um custo benefício bem definido. Ela é utilizada para melhorar o exercício e o desempenho esportivo. Ela é produzida endogenamente pelo fígado e rins, porém em doses baixas, dessa forma, para alcançar o efeito ergôgenico ela deve ser suplementada. É encontrada em alimentos de origem animal como carne, porco e salmão, também em doses baixas. Seu efeito ocorre quando ingerida por longa duração, ou seja, em doses diárias e contínuas mesmo em dias de descanso, entre 3 a 20g a depender do objetivo e da estratégia de cada um, de ataque ou manutenção. Para uma melhor absorção é recomendado que seja ingerida junto a uma fonte de carboidrato e na ausência de cafeína.

Seu mecanismo de atuação ocorre em 4 desfechos, o que resulta na melhora do tempo, potência e força durante a execução das atividades. Ela é capaz de aumentar os estoques de fosfocreatina e acelerar a sua ressíntese após o exercício, além de auxiliar na degradação do lactato acumulado e aumentar o armazenamento de glicogênio no músculo esquelético. Em resumo, ela gera ATP (energia) para o músculo, principalmente em eventos de curto prazo, auxiliando na adaptação de treinamento de carga de trabalho estruturado, menor incidência de lesões e ganho de massa magra.

Ao passo que a beta alanina é um aminoácido não essencial e o único do tipo beta que é produzido de maneira natural pelo fígado no organismo. Ela é o precursor limitador da carnosina muscular, que tem como função a capacidade de neutralizar a acidez nos músculos e utilizada para prevenir a fadiga durante atividade física. Ou seja, a suplementação da beta alanina é responsável por diminuir as mudanças no ph muscular da glicólise anaeróbica, que fornece energia durante o exercício de alta intensidade. Pois o exercício gera íons hidrogênio a medida de que o ácido lático se acumula e se dissocia para formar o lactato, o que leva a redução de força e fadiga.

Dessa forma, pode ser utilizada para melhora do desempenho em atividades intensas e de curta duração. Ela é encontrada em alimentos de origem animal como carne, aves e peixes, mas em doses baixas. Estudos mostram sua eficácia a partir de 4 semanas de uso, em tomadas de doses diárias e contínuas, com aumento da carnosina entre 40 a 60%. Possui a parestesia (formigamento) como efeito colateral, que pode ser evitado fracionando sua dose ao longo do dia, sem prejuízo da performance.

A proteína também largamente utilizada tem como função construir, manter e reparar a massa muscular, uma vez que o exercício aumenta a oxidação e a quebra proteínas intramusculares. A sua suplementação otimiza a resposta ao treinamento e o período de recuperação após o exercício. Atualmente existem 3 possibilidades de consumo sendo a proteína isolada, hidrolisada e concentrada, o que diferencia cada uma delas é o tempo de absorção no organismo devido composição de cada uma. Além disso há a disponibilidade através da origem animal ou vegetal, como ervilha, arroz, entre outras.   Válido ressaltar que o organismo só absorve 30g por dose, por isso a importância de fracionar e ingerir com água, caso ingerido com leite deve se atentar a dose, uma vez que ele já possui a caseína como fonte de proteína.

A beterraba é uma das fontes alimentares mais ricas em nitrato inorgânico. Ele tem como função melhorar o exercício e o desempenho atlético através da conversão de óxido nítrico no corpo. O oxido nítrico é um vasodilatador que pode aumentar o fluxo sanguíneo e a entrega de oxigênio e nutrientes ao músculo esquelético. Ele aumenta a tolerância ao exercício e a economia, pois essa vasodilatação reduz o uso de oxigênio e melhora a produção de energia, assim melhora a resistência, recuperação do desempenho físico, dano muscular e dor percebida. Deve ser ingerido antes do exercício físico entre 1-2h da atividade. No caso da ingestão natural, a depender do suco de beterraba, a dose seria pelo menos 500ml de suco e não possui efeito cumulativo no organismo.

Por fim, a cafeína, que é uma xantina metilada, encontrada no café, chá, cacau, guaraná ou mate, possui função de bloquear a atividade da adenosina. Este é um neuromodulador que possui propriedades semelhantes a sedativas, dessa forma a cafeína compete com essa molécula no receptor e quando ativada no organismo pode aumentar a excitação, o vigor e reduzir a fadiga, ela reduz a dor percebida e maximiza o efeito ergogênico.

A cafeína atinge concentração máxima em 45 minutos após o consumo, deve ser ingerida de 15 a 60 minutos antes do exercício e possui meia vida de metabolização entre 4 a 6 horas. Estudos afirmam que se limitar a ingestão de cafeína a 50mg/dia ou abster-se dela por 2 a 7 dias antes de toma-la para um evento atlético, pode maximizar seu efeito no dia da prova. Atenção para o uso indiscriminado, pois por ser um estimulante, seu excesso pode causar irritabilidade, insônia, náusea, vomito, taquicardia e resultar em efeitos opostos a melhora esportiva.

Concluindo que a suplementação faz parte de estratégias para a melhora da performance esportiva. Além disso, ela deve ser individualizada para cada caso e seu respectivo objetivo, acompanhada sempre por um profissional da área. E por fim, utilizada como um complemento e não uma substituição de refeições balanceadas e saudáveis.

Por: Beatriz Naves

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