Atletas da Vida Real
Cultura nacional, resiliência e câimbra
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2 anos atrásem
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Alex ToméDesde criança nos orgulhamos em dizer que “somos brasileiros e não desistimos nunca”. O ditado popular define a resiliência de uma nação que insiste em lutar sem deixar de ser feliz, mesmo frente às dificuldades diárias, mas também poderia ter sido usado como lema para nós, corredores. Pare por cinco minutos na linha de chegada de uma prova de corrida e assista a chegada dos atletas para entender exatamente o que estou falando. Pessoas normais, como eu e você, profissionais de diversas áreas que se desafiam em longas distâncias, abrindo mão de tempo de lazer, de estar com a família e amigos, de descanso e tantas outras coisas que optamos por deixar de lado para chegar em um domingo de manhã com outros milhares de corredores, acordar cedo, correr por horas, sentir dores e mesmo assim não desistir. Esses somos nós, corredores brasileiros.
Embora possa não parecer, sentir dor é algo muito positivo. É assim que nosso cérebro nos avisa que algo está errado, nos dando tempo para tomar alguma decisão antes que seja tarde demais. Nosso corpo é tão inteligente que, caso a dor seja insuportável, mecanismos de liberação hormonal (ou até de desmaio, em casos extremos) serão acionados para que possamos sofrer menos.
Resistência à dor e resiliência
O pesquisador sul africano Tim Noakes, um dos maiores cientistas do mundo em esportes de endurance, fala muito sobre a teoria do Governador Central (GC). Segundo ele, uma pequena área do nosso cérebro está constantemente nos monitorando com um único objetivo: evitar nossa morte. Para facilitar o entendimento, vou dar um exemplo:
Imagine que você sai de casa para fazer um treino intervalado de corrida. Embora seja meio dia, no pico do verão, o céu está cheio de nuvens e você consegue fazer um aquecimento muito tranquilo, sentindo-se confortável. Porém, quando você acaba o primeiro tiro de 1km percebe que todas as nuvens foram embora, a temperatura sobe abruptamente, e você ainda tem 9 estímulos de 1km para fazer. No terceiro tiro a temperatura central do seu corpo começa a subir, e o GC fica em alerta. No quinto tiro seu cérebro entende que a situação está ficando crítica, e começa desligar alguns músculos para que você pare de gerar calor, mas você insiste em continuar o treino, mesmo que tenha que se esforçar mais para isso. Incrédulo da sua resiliência, no oitavo tiro o GC baixa sua pressão e faz com que você se sinta enjoado, na esperança que você finalmente desista, já que nesse momento seus órgãos vitais estão superaquecidos e podem ter danos realmente sérios. Antes de fazer no último ataque de 1km, você passa pela praia, toma um banho de água gelada e resfria seu corpo. O GC entende que o perigo passou, e para de tentar te fazer parar de correr.
O mais interessante é que, conforme você vai passando por essas situações, seu Governador central vai ficando mais flexível, entendendo que aquele momento não é tão agressivo assim, e te deixando arriscar um pouquinho mais. Ou seja, quanto mais você sofre em treinos e provas, mais resiliente se torna. Em seu livro “Endure”, Alex Hutchinson cita um estudo onde os pesquisadores separaram dois grupos, um de corredores e um de não corredores, e pediram para ambos colocarem a mão em um balde com água e gelo, e mediram duas coisas:
– Tempo que os participantes aguentavam com a mão no balde;
– Nível de dor de 0 a 10.
Ao final, os cientistas concluíram que os corredores conseguiram aguentar com a mão na água por mais tempo, e também relataram menor percepção de dor durante o processo, sugerindo que, por sofrer muito nos treinos, atletas tendem a lidar melhor com a dor.
Câimbra
Mesmo que você consiga lidar bem com a dor, algumas delas podem ser incapacitantes, como as câimbras, por exemplo. A grande maioria dos corredores de longa distância já sentiu esse desconforto em algum momento, que inicia leve, e vai evoluindo até que a contração involuntária seja tão intensa que você não consiga mais correr.
É normal ouvirmos corredores comentando que as câimbras podem acontecer por desidratação, assim como também é tradicional vermos atletas ingerindo cápsulas de sal e bebidas esportivas que prometem repor os eletrólitos durante a atividade física e evitar câimbras. Um grupo de pesquisadores espanhóis, porém, levantou a hipótese de que a câimbra esteja mais associada com o desgaste muscular do que à desidratação ou falta de eletrólitos, e fizeram um artigo sobre isso. Participaram do estudo 98 corredores (83 homens e 15 mulheres) que correram a Valencia Trinidad Alfonso EDP 2016 Marathon. Todos tinham entre 30 e 45 anos, e completaram a prova entre 3:00 e 4:00h (homens) e 3:30 e 4:30h (mulheres).
Além de um questionário sobre o treinamento de força e corrida, os participantes fizeram um teste incremental em esteira para determinar as velocidades máximas e submáximas. Antes e depois da prova mediram a hidratação através da urina. Marcadores de dano muscular sanguíneo (LDH e CK) foram analisados no dia anterior, logo depois da prova e 24h após a maratona, assim como sódio e potássio. Logo após cruzarem a linha de chegada, um dos pesquisadores perguntava se o atleta havia sentido câimbras durante ou ao final da prova.
Do total de atletas estudados, 24% tiveram câimbras durante ou logo após a prova. O resultado do estudo indicou que os níveis de hidratação e de sais de todos os atletas, tanto os que sofreram com câimbras quanto os que não sentiram o desconforto estavam muito parecidos, sem diferenças significativas. O que ficou evidente, porém, foi a alta concentração de LDH e CK no sangue dos atletas que tiveram câimbra, indicando que o dano muscular nesse grupo foi muito maior, nos dando a entender que a câimbra foi totalmente relacionada com o maior desgaste muscular, e não com desidratação ou falta de eletrólitos.
Sou brasileiro e não desisto nunca, mas…
Mesmo que você seja brasileiro e não desista fácil das coisas, na corrida o que vai ajudar de verdade é ter uma rotina consistente de treinos. É isso que vai te fazer ser mais resiliente, aguentando o desconforto por mais tempo e sentindo menor desconforto nesses momentos, tranquilizando e facilitando a vida do seu Governador Central. Também é com volume de treino e fortalecimento muscular que você vai ter músculos mais preparados para encarar milhares de passadas de uma corrida.
Espero que esse texto tenha te ajudado a refletir sobre seus treinos e como você encara seus desafios! Que setembro seja um mês especial para nós, brasileiros!
Por: Alex Tomé
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Atletas da Vida Real
Motivação, desempenho e consistência: como seu sono pode afetá-las?
Publicados
3 meses atrásem
15/07/2024De
Alex ToméA falta de tempo na rotina das pessoas virou quase uma regra. Quando não damos conta de fazer tudo que precisamos em um dia, a solução é simples: dorme mais tarde ou acorda mais cedo. Embora seja normal, perder sono traz enormes prejuízos para sua saúde e performance. Neste texto, vamos discutir qual é o tempo indicado de sono e como testar se você está dormindo o suficiente. Além disso, vamos saber o que acontece com seu desempenho físico, cognitivo e com a saúde de uma pessoa com privação de sono.
Geralmente falamos muito sobre treinamento e alimentação como fatores determinantes de um bom desempenho na corrida, muitas vezes esquecendo de citar que nenhum atleta jamais alcançará sua melhor performance se não estiver dormindo bem. Treinamento, alimentação e sono formam o tripé que sustenta qualquer RP. Se algum destes pilares não estiver sólido, você dificilmente vai render tudo que pode.
Segundo o livro “Por que nós dormimos?” do pesquisador britânico Matthew Walker, a necessidade de sono varia de 7 a 9h, dependendo da pessoa. Abaixo disso, nossa recuperação física terá prejuízos, e nosso cérebro não conseguirá absorver de maneira eficiente o aprendizado do dia anterior.
Uma revisão bibliográfica de 2019 intitulada “Higiene do sono para otimização da recuperação em atletas” concluiu que dormir bem é o fator mais importante na recuperação física. Os autores também citam que muitos atletas focam apenas no treinamento, mas que poderiam melhorar muito seu desempenho apenas dormindo melhor, enfatizando que um sono profundo e reparador pode ser “treinado”.
Além da recuperação física prejudicada, o estudo cita que o desempenho dos atletas com privação de sono sofre por alterações hormonais e metabólicas, além do ganho de peso, dificuldade de tomada de decisão, diminuição da concentração de glicogênio muscular e produção de força. Além das doenças metabólicas, a privação do sono está diretamente relacionada a doenças como demência e Alzheimer.
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Para saber se você está dormindo o suficiente, o livro de Walker cita os seguintes testes:
Você conseguiria voltar a dormir às 10h da manhã?
Se a resposta for sim, você está dormindo pouco.
Consegue funcionar bem sem consumir cafeína antes do meio-dia?
Se a resposta for não, você está se medicando contra o estado de privação do sono.
Sem o alarme do celular você perde a hora?
Em caso positivo, você precisa de mais sono do que está se permitindo.
Quando está lendo algo, por vezes precisa voltar e reler? Está dirigindo, passou um semáforo e não lembra a cor da luz?
Isso é sinal de cérebro fadigado que dormiu pouco.
Para facilitar o processo de entrar em sono profundo, recomenda-se evitar cafeína 10h antes de deitar-se. Desligar luzes, não usar tv ou celular, não beber álcool e evitar grandes refeições nas horas que antecedem a ida para a cama são indicados em práticas de higiene do sono.
Sabemos que é difícil encontrar tempo para dormir mais horas, porém sono de qualidade é necessidade, e não um luxo. Infelizmente, não é possível recuperar sono. Uma noite mal dormida não terá seus efeitos atenuados após uma noite bem dormida.
Todos nós sabemos como uma noite bem dormida faz diferença. Acordamos mais dispostos, felizes e recuperados. Mesmo com toda a dificuldade, encontrar mais tempo para dormir deveria ser uma prioridade na vida de todos nós, só assim o melhor desempenho na corrida, trabalho, aprendizado e vida social será alcançado.
OBS: Pessoas que dormem menos de 7h por dia podem se beneficiar de cochilos durante o dia.
E aí, você acredita que está dormindo bem?
Por: Alex Tomé
Atletas da Vida Real
O que é importante no treinamento de corrida para mulheres? E quais os melhores tipos de provas?
Publicados
6 meses atrásem
29/04/2024De
Alex ToméPara ter um bom desempenho na corrida, independente de sexo ou nível de treinamento, algumas variáveis são inegociáveis. Porém, quando pensamos no treinamento específico e na performance das mulheres, temos particularidades que precisam ser observadas, tanto para melhorar o desempenho, quanto na escolha inteligente das provas e desafios.
Neste texto, discutiremos quais são as variáveis fisiológicas importantes para homens e mulheres, as particularidades que precisam ser observadas no treinamento feminino e em qual tipo de prova as mulheres podem levar vantagem em relação aos homens. Bora?
O que é importante para desempenhar bem na corrida?
É amplamente difundido que os fatores mais importantes e determinantes do desempenho na corrida são VO2máx, fração sustentada do VO2máx (ou limiar de lactato) e economia de corrida. Quando bem desenvolvido, esse tripé faz com que nosso corpo produza muita energia, tenha resistência à fadiga e seja econômico no uso da energia produzida. Recentemente, os cientistas do esporte também passaram a estudar sobre durabilidade, que é a deterioração das características fisiológicas durante exercícios físicos prolongados, que nos faz perder desempenho no decorrer das provas/treinos.
Esses fatores fisiológicos são importantes para ambos os sexos. Se você quer desempenhar bem, precisa desenvolvê-los e mantê-los em equilíbrio. As mulheres, porém, tem algumas particularidades.
E as mulheres?
O ciclo menstrual gera variações hormonais que precisam ser observados, uma vez que impactam diretamente o desempenho em treinos e provas.
Em um artigo publicado em 2019, pesquisadores testaram a economia de corrida das mulheres nas fases lútea (7 a 9 dias após o início da menstruação) e folicular (21 a 23 dias após o início a menstruação) do ciclo menstrual. Segundo os autores, a economia de corrida é melhor durante a fase lútea, quando as concentrações de estrogênio e progesterona são maiores (conforme imagem abaixo).
Por que economia de corrida é relevante?
O VO2máx é a variável genética que vai definir se podemos ser atletas de elite, amadores muito bons ou se seremos a galera do fundão. Mesmo que isso seja determinado no nosso DNA, o treinamento é o que vai nos fazer ter destaque ou ficar para trás dentro do nosso grupo, seja elite ou amador. Porém, mesmo que eu tenha um VO2máx maior, é possível que perca uma prova para outro atleta geneticamente menos favorecido, desde que a economia de corrida do meu adversário seja melhor.
Para ilustrar: o VO2máx é o nosso teto, o máximo de oxigênio que conseguimos consumir para gerar energia. A economia de corrida é o que determina como vamos utilizar essa energia. Não adianta produzir mais energia se você desperdiçar. É melhor produzir menos, mas ser muito econômico, usando de maneira eficiente para te fazer correr mais rápido ou mais longe.
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No início da menstruação, as mulheres, que já estão com menor disponibilidade hormonal, também desperdiçam mais energia. Com esse combo, é difícil que a performance seja a mesma.
Que tipo de prova pode favorecer as mulheres?
Por questões fisiológicas e hormonais, poucos são os esportes que as mulheres conseguem ter desempenho superior aos homens. Na corrida, esse padrão se repete.
Porém, um estudo de 2023 sugere que, conforme a distância aumenta, a diferença de performance entre homens e mulheres diminui. Segundo os autores, a cada 10km extras, homens tendem a perder 4,02% de velocidade, enquanto as mulheres perdem 3,25%. Corroborando com essa ideia, em outro artigo, os autores sugerem que mulheres tem melhor durabilidade em maratona, perdendo menor velocidade e tendo menor “quebra”.
Esses achados nos induzem a acreditar que mulheres podem ter melhores desempenhos em provas longas, que dependam de resistência, e não em provas curtas, que dependam de velocidade.
E na prática, como usar essas informações?
Sabemos que a ciência atua em um mundo perfeito, muitas vezes não replicável na prática. Porém, com base nas informações publicadas em artigos, podemos adotar práticas simples para trazer conforto no treinamento das mulheres, e também melhorar o desempenho.
Com as atletas que treino, costumo falar abertamente sobre o ciclo menstrual, eliminando o tabu de algo tão natural. Além disso, usamos o período da menstruação como uma semana de transição, com menor volume e intensidade de treino. Dessa maneira, diminuímos o treinamento em momentos de maior desconforto e fluxo, e exigimos menos em um período que a mulher rende menos. Assim elas descansam, e voltam descansadas e prontas para treinar quando estão no melhor momento para isso.
Cada mulher sente o ciclo menstrual de maneira diferente, e essa metodologia pode não ser excelente para todas. O principal objetivo neste texto é falar abertamente sobre o assunto, e assim melhorar nossa forma de lidar com algo natural e que afeta o treinamento da maioria das mulheres.
Bons treinos para nós!
Por: Alex Tomé
Atletas da Vida Real
Distribuição de intensidade de treinamento
Publicados
12 meses atrásem
31/10/2023De
Alex ToméExiste uma velha máxima no treinamento esportivo que diz que “quanto mais treinado, menos treinável”. Isso quer dizer que é muito difícil fazer um maratonista olímpico melhorar alguns segundos da sua melhor marca, isso porque já está muito próximo do seu limite fisiológico. Por outro lado, é comum vermos atletas amadores baixando 5, 10 ou 30 minutos em uma maratona, e isso acontece, pois, um ciclo de treinamento pode ser muito relevante na melhora de alguém que ainda está longe do seu limite fisiológico.
Para conseguir evoluir, uma das primeiras coisas que você deveria considerar é a distribuição de intensidade de treinamento, ou seja, como você organiza seus treinos durante a semana. Quantos treinos contínuos de baixa intensidade? Quantos intervalados? Nesse texto, vou mostrar algumas possibilidades e trazer um estudo que nos ajuda a tomar uma decisão.
Se você é corredor(a) amador, provavelmente ainda tem muito a melhorar, e a melhor maneira de fazer isso é treinando com consistência por muitos anos. Porém, o fato de você ainda ter bastante espaço para melhora, não quer dizer que qualquer treino vai trazer benefícios.
Provavelmente você já ouviu falar sobre as zonas de treinamento, elas aparecem com frequência nos relatórios do seu relógio GPS. Alguns treinadores trabalham com 5 zonas, outros trabalham com 7. Eu sou da linha que trabalha com 3, e cada uma delas tem um objetivo bem definido:
– Zona 1: volume de treino em ritmo confortável, melhora de economia de corrida;
– Zona 2: intervalados extensivos, melhora de limiar de lactato;
– Zona 3: intervalados intensivos, melhora de VO2máx.
Para facilitar o entendimento deste texto, vamos trabalhar com esse sistema de 3 zonas de treinamento.
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Sabendo quais são as zonas de treinamento, e o que elas melhoram, podemos seguir para a distribuição de intensidade de treinamento semanal. Os dóis métodos mais famosos são:
– Polarizado (80% Z1, 5% Z2 e 15% Z3);
– Piramidal (70% Z1, 20% Z2 e 10% Z3).
Essas porcentagens podem variar um pouquinho para cima ou para baixo.
Para definir qual método utilizar, na minha opinião, você precisa responder duas perguntas: Qual prova o atleta vai correr? Qual é a maior deficiência do atleta?
Por exemplo: provas curtas, como o 5km, tendem a depender mais de Z3. Já provas um pouco mais longas, como os 21km, tendem a depender mais de Z2. Considere também que, se você percebe que não consegue desenvolver muito a velocidade, provavelmente precisa passar mais tempo em Z3. Agora, se tem velocidade, mas não consegue sustentar isso nas distâncias maiores, provavelmente precisa passar mais tempo em Z2.
Após aplicarem 16 semanas de treinamento em atletas bem treinados, pesquisadores italianos concluíram que misturar os dois métodos também pode ser extremamente eficiente, sendo que a melhora mais relevante no resultado de 5km foi no grupo que fez as primeira 8 semanas do método piramidal e as 8 últimas no polarizado. É importante frisar que o teste foi de 5km, e que o resultado poderia ser diferente em outras distâncias, como a maratona, por exemplo.
Como eu faço?
Para definir a melhor estratégia individualmente, eu peço para meus atletas realizarem 2 testes: 1 e 5km. Com esses dados, cálculo a perda de velocidade para entender se o atleta precisa treinar velocidade ou sustentação de velocidade. Com essas informações, fica muito mais fácil de entender a necessidade de treinamento, e aí sim direcionar a estratégia. Abaixo um exemplo:
Importante salientar que os métodos polarizado e piramidal não são os únicos. É possível fazer um período somente em Z1, por exemplo, o que poderia beneficiar um atleta que está querendo aumentar o volume de treino semanal de maneira considerável, e não aguentaria incluir também intensidade pelo risco de lesão.
Como você pode perceber, o treinamento é complexo e cheio de variáveis que precisam ser consideradas. Considerar as informações trazidas pelos estudos, sem nunca esquecer da percepção e individualidade do atleta parece a melhor opção.
E você, já usou o método polarizado e o piramidal? Com qual se adaptou melhor? Conta pra gente nos comentários!
Por: Alex Tomé
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