Correr sem lesão
Como escolher meu tênis de corrida?

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10 meses atrásem

Pelo menos sete em cada dez iniciantes na corrida tem dúvidas quanto à escolha do tênis. Dúvidas que muitas vezes também acompanham os corredores mais experientes. Mas será que a biomecânica pode ajudar nesta escolha? Será que a existe uma relação direta entre lesões e tênis de corrida? Um artigo publicado na Brithish Journal of Sports Medicine em 2015 mostrou uma relação direta entre o conforto do tênis de corrida e prevenção de lesões. O estudo contou com um grande número de voluntários e comparou principal-mente a sensação de conforto com o tipo de pisada. A incidência de lesões foi significa-tivamente maior nos indivíduos que escolheram o tênis com base na pisada do que na sensação de conforto.
Pessoas que usam o calcanhar como ponto de aterrissagem tendem a achar o conforto em tênis com um drop maior e amorte-cimento reforçado no calcanhar. (drop é a diferente entre a parte da frente e de trás do calçado e pode variar de 0 a 12mm) Corredores que aterrissam com o médio e ante pé tendem a achar o conforto em tênis com drop mais baixo. Para este tipo de calçado, amortecimento não é algo essencial e quando existe deve ser na região anterior e lateral do tênis. Corredores que tem os pés mais rígidos tendem a achar o conforto em tênis leves e totalmente maleáveis. Este tipo de pé apresenta pouco movimento que deve ser aproveitado na sua totalidade. Já aqueles que tem pés totalmente móveis tendem a achar o conforto em tênis mais estrutu-rados, que ajudem a musculatura na função de estabilizar o pé. A anatomia do pé é muito diversificada, existem um número muito grande de variações anatômicas e uma delas é a largura do ante pé. Escolher o calçado com a largura correta do seu ante pé vai proporcionar uma boa utilização dos dedos que é um importante mecanismo propulsor e vai influenciar diretamente na sensação de conforto (isto serve não só para o esporte).

Existem algumas marcas que fabricam o mesmo modelo com formas de tamanhos diferentes para o ante pé. O mecanismo de aparecimento de lesões na corrida tem sua natureza multifatorial, a escolha do melhor tênis é um destes fatores. Colocar toda culpa por uma lesão ou todo mérito da prevenção no calçado é negligenciar fatores importantíssimos co-mo o fortalecimento e a periodização do treino. Como já mencionado neste texto, a sensação de conforto é algo muito subje-tivo. Estas dicas irão te guiar na escolha, mas a decisão é totalmente pessoal. Existem pessoas que sentem conforto em tênis extremamente rudimentares e bara-tos e outras em calçados caros e com toda tecnologia que esta indústria oferece. Um conselho que posso dar aos corredores é que testem o tênis antes de comprar. Corram, se possível, alguns quilômetros. Se necessário peçam ajuda a um profissional. Aos fabricantes, invistam em variações de tamanho e em tudo que possa aumentar a sensação de conforto. Incentivem as “demo run”. São eventos promovidos pelas marcas ou lojistas em que os praticantes podem correr alguns quilômetros com o tênis e se familiarizarem com os modelos da marca.
Por: Alexandre Rosa

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A lesão é o maior medo do corredor, ficar sem correr por algum tempo pode ser um sofrimento. A síndrome da banda iliotibial é a inflamação de um tendão na região lateral do joelho causada pelo atrito excessivo deste tendão contra a região lateral do fêmur próximo do joelho. Os sintomas de dor na região começam após 15 a 20 minutos de atividade e nem sempre passam ao se interromper a mesma.
A síndrome da banda iliotibial é uma lesão tão comum nos praticantes de corrida que ela já é usualmente chamada de joelho de corredor. Além de ser uma das três lesões mais comuns à prática da corrida a sua incidência em mulheres é especialmente maior. Existem razões para que isso aconteça.
Dentre as razões que tornam a síndrome comum entre as mulheres estão a pelve (osso da bacia) mais largo e o joelho para dentro, o chamado joelho valgo ou valgismo.
Quanto mais larga for a pelve da mulher maior a desvantagem mecânica dos músculos que estabilizam o quadril e consequentemente protegem o joelho ou sejam eles ficam naturalmente enfraquecidos. Neste tipo de situação um bom fortalecimento da musculatura dos glúteos e demais músculos que protegem e estabilizam o quadril se faz necessário. Quanto maior for a demanda da atleta mais necessária esta abordagem será. Que fique claro que a função do fortalecimento neste caso é absorver melhor a carga, uma vez que a largura da pelve é uma característica estrutural imutável.
O famoso joelho para dentro ou valgismo dinâmico é outra característica bastante evidente na mulher, muito em consequência da largura da pelve, que favorecem o aparecimento da síndrome da banda iliotibial. Apesar de não haver uma relação direta entre a síndrome e esta postura, sabemos que lesões são multifatoriais, e o valgismo pode ser um fator importante neste cenário. Principalmente de se atleta além do valgismo estiver um pouco acima do peso, estiver com um volume e intensidade de treino alto e for um pouco mais lenta. Como você pode ver, uma junção de fatores. Mas você pode estar se perguntando: e quenianas correndo “batendo o joelho” e mesmo assim ganhando as maratonas? Será que elas não têm esta lesão? Elas podem até “bater o joelho” mas são super leves, extremamente rápidas, o pé mal toca no chão e totalmente adaptadas a altos volumes. Uma coisa compensa a outra. Por isso as quenianas não sofrem tanto por causa disto. Fortalecimento do músculo anterior da coxa e adequação da carga de treinamento talvez seja a melhor forma de minimizar os efeitos desta alteração da postura.

Os hormônios femininos também podem afetar a probabilidade de aparecimento da síndrome da banda iliotibial. Durante o ciclo menstrual, as variações nos níveis hormonais podem diminuir a produção de força muscular, causar uma hiper flexibilidade aumentando o risco de lesões. Uma rotina de treino pesada neste período ou excesso de treinos em descidas, que é um fator de risco, pode potencializar estas alterações causadas por variações hormonais na mulher.
Tudo isto faz com que a síndrome de fricção da banda iliotibial seja algo muito comum na vida da corredora, especialmente da iniciante. A experiência, o condicionamento e adaptações naturais do corpo ao esporte vão preparando o a mulher para a rotina da corrida permitindo que elas corram cada vez mais sem se lesionarem.
Então se você já sentiu este desconforto na região lateral do joelho sugiro reduzir o seu volume de corrida, fortalecer a musculatura da coxa e glúteos e se os sintomas persistirem procurar um especialista para te ajudar a resolver o problema.
Por: Alexandre Rosa


O futebol é a grande paixão do brasileiro, toda criança já nasce com a bola nos pés, mas o futebol é também uma atividade que exige muito do corpo, não só pelo contato físico com o oponente, mas pelas inúmeras mudanças de direção, frenagem, salto e aterrissagem e outros movimentos que fazem com que este esporte seja uma grande fonte de lesões. Com o passar do tempo o corpo começa a sentir o peso da idade, e para muitos a corrida de rua se torna a nova paixão, movidos pelos desafios que a nova modalidade oferece. Mas como deve ser feita esta transição e qual a hora certa dela acontecer?
Antes de responder as perguntas acima é importante ressaltar algumas diferenças entres estes esportes e porque supostamente a corrida é uma opção mais segura para um atleta que vem sofrendo com lesões no futebol ou simplesmente com uma fadiga excessiva.
A corrida de rua é uma atividade totalmente previsível onde o atleta se movimenta em uma só direção, sendo mínimo os eventos relativos à frenagem, aceleração rápida ou mesmos movimentos de torção, tão comuns no futebol. Na corrida a ação muscular é fácil de ser analisada e consequentemente pode se fazer um bom programa preventivo visando com que o corpo esteja sempre preparado para aguentar as demandas específicas do esporte. Isso fica claro com o número cada vez maior de pessoas com mais de sessenta anos a completar provas de meia maratona e maratona ou até mesmo iniciar na vida esportiva com idade mais avançada. A capa da nossa revista de duas edições atrás trouxe um belo exemplo que é o Sr. Nilson Lima de Uberlândia que aos 69 anos fez recentemente sua maratona de número 300.

Outra grande diferença que ajuda na longevidade da corrida fica por conta da possibilidade do corredor em dosar o seu esforço. Todo mundo que já jogou “uma pelada com os amigos” sabe que é impossível você jogar “de leve”. Se perde a bola, o time reclama. Se joga sem raça, o time perde. Como pedir para o companheiro de time não jogar a bola do lado que está doendo? A corrida dá a possibilidade do atleta de progredir aos poucos, de correr mais leve ou menor distância no dia que ele não estiver bem. De se permitir não correr na subida ou descida se isso for causa de dor.
Mas voltando a pergunta inicial. Qual a hora certa de mudar de esporte e como fazer isto da melhor maneira? A transição não precisa ser feita de uma vez. Quanto maiores forem seus objetivos na corrida, menores devem ser no futebol. Muito difícil conciliar um treino para maratona com o campeonato de futebol do clube. Outro indicativo óbvio são as lesões. Quanto mais frequentes ou graves forem estas, mas próximo está o momento de pendurar as chuteiras.
A demanda muscular do futebol é mais explosiva, enquanto na corrida é mais de resistência. Para uma transição sem grandes problemas, o ideal seria que o atleta fizesse uma preparação muscular adequada, com exercícios de resistência e enfatizando os músculos da corrida. Menos foco nos treinos de alongamento e mais de mobilidade e força. Para finalizar, se preciso que o novo corredor entenda que não se trata simplesmente de colocar um tênis e sair correndo igual fazia atrás de uma bola. Realizar uma progressão lenta e contínua nas distâncias e velocidades talvez seja a grande chave para o sucesso na corrida. Tenho certeza que fazendo isso teremos em breve, quem sabe, um novo maratonista, ex craque de bola!
Por: Alexandre Rosa


Nunca o papel do fisioterapeuta para atletas de corrida profissionais ou amadores foi tão importante e requisitado. E a fisioterapia brasileira soube, na sua grande maioria, entender as necessidades dos atletas, compreender os regionalismos, e se desenvolver de maneira em que pudesse atender as expectativas.
A Organização Mundial da Saúde preconiza a quantidade de um (1) fisioterapeuta para cada 1,5 mil habitantes, temos hoje no Brasil, de acordo com um estudo realizado em por uma agência juntamente com os conselhos regionais de fisioterapia, na média geral, uma proporção de 1,13 fisioterapeuta para cada 1.000 habitantes, ou seja, média maior que a preconizada pela OMS. No norte de Portugal, em 2020, a média era de um (1) fisioterapeuta para cada 100 mil habitantes.

O número de clínicas de fisioterapia aptas a atender o corredor cresceu bastante tanto no sistema público quanto nas clínicas particulares. A ascensão do pilates no país proporcionou a explosão no número de estúdio, especialmente nas cidades menores onde antes não havia tal recurso.
A assistência recebida ao final de um treino nos principais points de corrida do pais é algo que não se vê em lugar nenhum do mundo. Hoje, o corredor brasileiro pode ter acesso ao fisioterapeuta através dos pontos de apoio montados pelas assessorias de corrida. Nas grandes capitais isso já acontece há algum tempo, nas cidades do interior tem crescido muito o número de equipes, grupos de corridas e eventos tem crescido também. Este tipo de suporte também está presente ao final das grandes provas onde a organização do evento juntamente com alguma clínica local montam uma estrutura de recovery e primeiro atendimento que proporcionam conforto, segurança e tranquilidade para o corredor. E em várias ocasiões de maneira gratuita.
Existem hoje no Brasil um grande número de grupos de estudo, pós-graduações e laboratórios de biomecânica que não somente formam grande número de profissionais, mas capacitam para que eles possam trazer as inovações da ciência para o dia a dia do corredor.
A internet e redes sociais estão repletas de profissionais brasileiros qualificados que espalham conhecimento de qualidade em fisioterapia e biomecânica na língua portuguesa. Conteúdo e criatividade que são vistos no mundo inteiro.
Se você é corredor u praticante de atividade física, é muito provável que já tenha feito alguma sessão de fisioterapia seja para tratamento, prevenção ou mesmo recuperação esportiva, não é mesmo? E qual sua nota parra a “fisioterapia made in Brasil”? Ou mesmo para o serviço oferecido em provas e treinões? Conte com a gente!
Por: Alexandre Rosa


Mulher & Corrida & Carreira

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