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Biomêcanica da Corrida

Barefoot Running

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RUNNERS estamos on por aqui!


Em nossa sequência, vamos falar sobre Barefoot Running, ou simplesmente correr descalço. Alguns podem chamar de Corrida Ancestral ou ainda Corrida Natural. Sinônimos encontrados mundo a fora, e talvez será um das nossas colunas mais longas, aguenta aí…
Mas, porque existe essa teoria, ou para alguns, essa tendência?
Afinal, correr descalço está no nosso DNA. Os humanos não começaram a trotar por este planeta com tênis ou algum suporte. Corríamos para sobreviver, fugir e alimentar-se em terrenos irregulares ou Savanas Africanas e assim sempre foi, pele na terra por muitos milênios.

Iniciando já na história moderna há alguns atletas profissionais que corriam ou correram descalço, como lendário Pheidippides, o primeiro maratonista, que correu de Atenas a Esparta em menos de 36 horas após a Batalha de Maratona, para informar os atenienses da vitória grega sobre a Pérsia, dando nome a nossa Maratona de hoje. Dr. Charles Robbins, ganhou a Maratona de Yonkers em 1944, muitas vezes corria descalço. Em 1960, Abebe Bikila, da Etiópia, venceu a maratona olímpica em Roma, descalço, estabelecendo um novo recorde mundial depois de descobrir que a Adidas, tinha ficado sem sapatos do seu tamanho. Ele estava com dor porque tinha recebido sapatos muito pequenos, então ele decidiu simplesmente correr descalço; quatro anos depois em Tóquio, usando sapatos e estabeleceu um novo recorde mundial. O corredor britânico Bruce Tulloh competiu descalço e ganhou a medalha de ouro na corrida de 5.000 metros dos Jogos Europeus de 1962. Em 1970, Shivnath Singh, da Índia, era conhecido por sempre correr descalço com apenas fita adesiva nos pés. Em 1980, a sul-africana, Zola Budd, ficou conhecida por seu estilo de corrida descalço, bem como por treinar e correr descalço. Ela ganhou os Campeonatos Mundiais de Cross Country da IAAF de 1985 e 1986 e competiu nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles.

Essa “Coisa de correr descalço” teve seu auge em 2009, após a publicação do livro Born to Run, de Christopher McDougall que incentivada a pratica e posteriormente na comunidade científica com a publicação de um artigo em 2010 na revista Nature pela fisioterapeuta Dra. Irene Davis, que tive o prazer de receber em meu laboratório em 2017 e com o biólogo evolucionista, Daniel Liberman, que mostravam em suas pesquisas que correr descalço diminuiria o impacto e as lesões na corrida e que éramos em nossa ancestralidade corredores descalços, praticamente jogando a culpa das lesões no uso e evolução dos tênis de corrida, que já eram questionados desde a criação em 1970 pelo o aumento das lesões naquela década.

Publicação em 2010, evidenciando o aumento do pico impacto transiente com tênis e diminuição, sem o tênis. Nota-se que a pisada muda, tendo uma absorção ativa (Antepé) pela musculatura de pé e panturrilha descalço e uma absorção passiva com a pisada com o tênis (Retropé).
Hoje sabemos que esse pico de impacto transiente não tem correlação direta com as lesões, e como esclarecemos nas colunas anteriores, mesmo correndo em Antepé, onde o pico de impacto transiente praticamente não existe, ou são menos abruptos, as lesões continuam acontecendo, porém em locais diferentes.

Livro Born to Run, publicação na revista Nature, Daniel Liberman e Dra. Irene Davis.
Associado a esse assunto, em 2010 foi lançado um tênis minimalista, que preconizava correr igualmente como se estivesse descalço, evitando as lesões na pele e que traria menos lesão na corrida, o Vibram Five Fingers, que no futuro, com a evolução das pesquisas, acabou caindo por terra, pois não se comprovou o prometido, recebendo inclusive um processo de 3,75 milhões de dólares por propaganda enganosa.

Hoje sabemos em biomecânica, que quando corremos descalços, nossa pisada concentram-se em Antepé e Médiopé, coisa que naturalmente acontece com o tênis minimalista, e quando colocamos um tênis mudamos para o Retropé. Porém como já sabemos correr em Antepé não trás mais ou menos lesão do que Retropé, só muda o local da sobrecarga e não sabemos ainda se é melhor ou pior em termos de desempenho.
Dito isso, deixo minha mensagem, correr descalço por poucos minutos, ou como parte de um programa dentro da corrida, pode trazer os benefícios e alguns treinadores e fisioterapeutas tem usado como parte do programa de fortalecimento dos músculos do pé (FootCore), principalmente dos músculos intrínsecos dos pés, aumentando assim a estabilidade do pé e tornozelo, e ganhando força de panturrilhas, repetindo, por poucos minutos. Há um trabalho recente, Brasileiro, Ulisses et Al, 2020, evidenciando 2,42 vezes menos chance de se lesionar, se aplicarmos o footcore em corredores.
Agora passar a fazer uma maratona, ou correr longas distâncias, descalço nos dias de hoje, com certeza vai trazer mais malefícios do que benefícios, ao meu ver. Apesar de fazer com que corremos próximo ao centro de massa, com menor frenagem, as lesões na pele, cortes, infecções, bolhas, fraturas de ossos do pé, queimaduras, lesões de panturrilhas entre outras, te acompanharão para sempre, você não deixará de ter mais ou menos lesão e também não irá melhorar sua performance.
Evoluímos, e evoluímos com o uso dos tênis, não precisamos correr para sobreviver, alimentar ou fugir de algum predador, e não estamos mais em uma Savana Africana.

Até a próxima RUNNERS.

Por: Felippe Ribeiro

Biomêcanica da Corrida

Top 10 Coisas para Melhorar sua Biomecânica da Corrida

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RUNNERS tudo bem?

Estamos on, por aqui!

Essa matéria será especialmente com dicas reais e superimportantes para a melhora da biomecânica!

 Então senta o “zóio” em nossa coluna, preste a atenção e coloque em prática!

Separei 10 top dicas para vocês evoluírem na corrida e na sua Biomecânica, a ordem dos fatores não alteram os resultados, comece por qualquer uma delas.!!!

TOP 1 : Tenha regularidade ao correr. Conforme mantemos nossa corrida, os movimentos repetitivos, estimulamos zonas lá em nosso cérebro, que irão começar a padronizar o movimento, deixando os mais automáticos, economizando mais energia, melhorando ao máximo e naturalmente a sua Biomecânica, então continue a correr.

TOP 2 : Descanse. O descanso é tão essencial quanto à corrida, à musculação, à alimentação, e por ai vai. Quando descansamos, quando dormimos, o corpo se recupera das micro lesões que fizemos no treino, libera hormônios para controle de varias funções vitais para nosso funcionamento, e para que no dia seguinte ao descanso estamos prontos para um novo dia, novo treino e uma nova biomecânica.

TOP 3 : Alimente-se bem e corretamente. Toda boa máquina precisa de energia. Nosso corpo não é diferente. Para termos uma boa biomecânica, fazer bons treinos, não quebrar nas provas, a função metabólica é de extrema importância para evoluirmos em nossa corrida. Todo mundo precisa de um bom combustível. Procure um Nutricionista para ontem!

TOP 4:  Faça musculação. Toda a literatura atual e estudos evidenciam uma evolução do desempenho, prevenção de lesões e melhora biomecânica, através dos treinos, principalmente de força e potência. Não pule a academia, duas a três vezes na semana é um bom numero. Seu treinador, fisioterapeuta e você irão ficar agradecidos e surpresos com o poder de deixar seus músculos mais fortes.

TOP 5: Faça uma Avaliação Funcional do Corredor: Aqui sou suspeito, pois é minha área de estudo, meu trabalho e meu dia dia. Fazer uma avaliação funcional será de extrema importância para você e seu treinador montar seus treinos baseados especificamente para sua necessidade, de força, de grupos musculares específicos, de alterações de flexibilidade, de mobilidade, de desequilíbrios entre os grupos trabalhados na corrida, deixando assim de ficar atirando no escuro, fortalecendo todo mundo da mesma forma e com a mesma carga para ambos os lados, sendo assim mais assertivo em suas necessidades! Ainda sim, dentro da avaliação, olharmos para a Biomecânica, e analisar possíveis e pequenas alterações necessárias para uma melhor economia da corrida.

TOP 6: Sempre tenha um médico do esporte e um cardiologista na manga. São profissionais importantes para nossa evolução e segurança para a prática de exercícios e prevenção de qualquer problema mais importante de todo o sistema. Tenha seus exames atualizados. Quer começar uma atividade física, e no nosso caso correr, procure um médico antes de tudo.

TOP 7: Use roupas feitas para corredores. A tecnologia envolvida no mundo da corrida não esta só relacionada a tênis, viu? Há roupas para diferentes temperaturas, níveis diferentes de compressão, cores, tecidos, que te ajudarão a manter a temperatura corporal, te darão a sessão de conforto e de segurança para correr, e por tabela, melhorar sua desempenho. E então prepare o bolso para esse investimento.

TOP 8: O tão falado Tênis. A dica aqui é escolha por CONFORTO. Isso é o que temos na literatura mais avançada possível para a escolha. Sim, isso é muito especifico e particular para cada ser corredor no mundo, mas é o que temos como parâmetro de escolha pelos principais trabalhos no mundo a fora. De carbono ao minimalista, procure uma marca confiável, esqueça aqui os “chinglings” da vida veja se o valor cabe no seu orçamento e seja feliz com sua escolha, mas escolha por você, não vai na ideia do vizinho !

TOP 9: Use e abuse dos Gadges e Wearables. Esse é o nome dos Garmins e, Polares da vida.Esses pequenos monitores, são ótimos para levantar dados de nossa corrida, e estão cada vez mais precisos, tecnológicos e de fácil acesso. Ali você consegue ver claramente onde melhorar, onde evoluir, comparar treinos, monitorar sua cadência, ter acesso a treinos prontos, entre outras e será um ótimo instrumento de evolução para você! Corra e compre o seu!

TOP 10: A minha ultima dica: Respeite seu limite. O corpo é muito inteligente e te avisa. Está cansada, ele avisa para você descansar, esta com dor, ele grita pra você, precisa hidratar, ele te da um toque, então a dica mais importante das 10, é essa. Se você respeitar seu limite, escutar seu corpo, você conseguirá correr com qualidade e longevidade para evoluir, não machucar, alcançar seus objetivos e poder usar seu Garmin, seu tênis, suas roupas e viajar o mundo, conhecer pessoas e surfar nas ondas da corrida de rua.

Fico por aqui, e espero que aproveitem essas dicas valiosas que separei para vocês com carinho, e baseado no que tenho visto nos últimos anos da minha experiência e estudos em corredores!

Até mais.. RUNNERS.

Por: Felippe Ribeiro

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Biomêcanica da Corrida

Tipos de pisada e como identificar a sua para escolher o tênis ideal

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Ao praticar atividades físicas, especialmente corrida, é fundamental escolher um tênis adequado para o seu tipo de pisada. A pisada refere-se à forma como o pé toca o solo durante o movimento, podendo variar de pessoa para pessoa. Nesta matéria, vamos explorar os diferentes tipos de pisada e apresentar algumas dicas para identificar a sua pisada, ajudando você a fazer a escolha certa na hora de comprar um tênis.

O que é a pisada:

A pisada é o movimento realizado pelos pés ao tocar o solo durante a caminhada ou a corrida. É um processo natural que envolve a absorção de impacto e a propulsão para impulsionar o corpo adiante. Existem três tipos básicos de pisada: pronada, neutra e supinada.

Pronação:

A pronação ocorre quando o pé inclina para dentro após o contato com o solo. Nesse tipo de pisada, a parte interna do pé recebe uma carga maior durante a passada. Indivíduos pronadores tendem a desgastar a região interna do solado do tênis. É comum em pessoas com arcos baixos ou pés planos.

Neutra:

A pisada neutra é considerada a mais equilibrada e eficiente. Nesse caso, o pé toca o solo de forma uniforme, distribuindo o impacto de maneira mais equilibrada. A região central do solado do tênis é mais desgastada em pessoas com pisada neutra.

Supinação:

A supinação ocorre quando o pé inclina para fora após o contato com o solo. Nesse tipo de pisada, a carga é distribuída predominantemente na parte externa do pé. Pessoas com arcos altos geralmente possuem uma pisada supinada. O desgaste do tênis costuma ocorrer na área externa do solado.

Como identificar sua pisada:

Existem algumas maneiras de identificar o seu tipo de pisada. A seguir, estão três métodos comumente utilizados:

a) Análise visual: Uma forma simples é observar o desgaste da sola dos seus tênis mais antigos. Se a parte interna estiver mais gasta, é provável que você tenha uma pisada pronada. Se o desgaste for no centro, sua pisada é neutra. Já se a parte externa estiver mais desgastada, sua pisada é supinada.

b) Teste do papel: Molhe levemente os pés e pise em uma superfície plana, como um papel pardo. Observe a marca deixada pelos pés. Se a marca mostrar uma curva acentuada para dentro, indica pisada pronada. Se a marca mostrar uma curva moderada ou quase reta, é uma pisada neutra. Se a curva for para fora, indica supinação.

c) Avaliação profissional: Consultar um especialista em análise de pisada, como um podólogo ou fisioterapeuta, pode fornecer uma avaliação mais precisa e completa do seu tipo de pisada. Eles podem utilizar equipamentos específicos, como plataformas de pressão, para identificar a distribuição do peso durante o movimento.

Conclusão:

Conhecer o seu tipo de pisada é fundamental para escolher o tênis adequado e garantir maior conforto e segurança durante a prática de atividades físicas. A pronação, a pisada neutra e a supinação são os principais tipos de pisada. Utilize os métodos de identificação apresentados nesta matéria para descobrir o seu tipo de pisada e, assim, fazer uma escolha informada ao comprar um tênis. Lembre-se também de que a consulta a um profissional especializado pode ser muito útil para uma análise mais precisa e personalizada. Cuide dos seus pés e aproveite ao máximo suas atividades físicas!

Por: Redação Runners Brasil

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Biomêcanica da Corrida

O Efeito gangorra! O que é?

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Esse é o nome da única hipótese que atualmente explica biomecanicamente, o por quê os tênis de placa de carbono melhoram sua performance!

Alguns prefere pensar em um efeito similar a de catapulta ou de uma colher!

Então DESCE

Durante a fase de apoio da pisada no tênis de placa de carbono, o ponto de aplicação da força é deslocado para frente, fazendo com que a placa, com toda a sua rigidez e curvatura, responde verticalmente para cima no calcanhar, promovendo uma diminuição do gasto de energia, e uma energia extra para a propulsão.

Note no slide a aplicação da força do corredor (seta preta) na parte da frente do tênis e a força de reação vertical no calcanhar (seta vermelha) durante o apoio médio (à esquerda) e na propulsão (à direita). O deslocamento do ponto de aplicação de força, da região dos metatarsos (abaixo dos dedos dos pés) para os dedos (circulo vazio e pontilhado, para circulo cheio) demonstra o efeito gangorra, onde a placa projeta o calcanhar para cima.

Benno Nigg relata que é preciso alguns pré requisitos para que isso aconteça como:

Uma curvatura adequada da placa de carbono, principalmente na região do antepé (parte da frente).

Ponto de pivô (caracterizador do efeito gangorra), não pode ser localizado tão à frente do tênis, fazendo com que o próprio tênis seja o eixo da alavanca.

A rigidez da placa de carbono deve ser o suficiente para que a força de reação do solo ocorra na região do antepé da placa, durante o contato com o solo.

Nesse editorial os autores citam estudos afirmando que a borracha da entressola aumentada para que se acople uma placa de carbono mais curvada, contribui com somente 1% deste ganho, coisa que a fabricante mais conhecida relata como a melhora do desempenho, porém de 3 a 5 % de melhora da economia de corrida, vem desse “efeito gangorra” promovido pela placa.

ATENÇÃO !

Tudo isso ainda precisa ser testado para descobrir se os cálculos biomecânicos propostos realmente quantificam o efeito proposto na economia de corrida em todas as situações.

Aguardemos novas evidências

Por: Felippe Ribeiro

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