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Badwater – A Ultramaratona mais difícil do mundo

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A fama desta icônica competição se justifica logo ao chegar na Badwater Basin, ponto mais baixo das Américas (-86m em relação ao nível do mar), localizado no Deserto de Mojave na Califórnia e ponto de partida para a jornada de 217km ou 135 milhas até o Portal do Mount Whitney. Com temperaturas que superam facilmente os 50° C e umidade relativa do ar frequentemente abaixo de 10%, o caldeirão está formado.

Outro fator limitante para a participação é o número de vagas disponíveis. São apenas 100 vagas, dentre elas 10 reservadas para convidados do diretor de prova e as outras 90 distribuídas entre os demais atletas, que deverão enviar seus currículos esportivos dentro dos prazos estabelecidos e depois torcerem para serem escolhidos. Existem algumas competições ao redor do mundo que aumentam suas chances, como no meu caso por exemplo, nas minhas duas participações (2009 e 2016), obtive bons resultados na Brazil 135, ultramaratona coirmã da Badwater e com isso, garanti minha vaga.

Após receber o convite, temos apenas alguns dias para efetuar o pagamento da inscrição e iniciar a organização para a viagem.

Cada atleta, de forma obrigatória deve possuir pelo menos um carro de apoio e duas pessoas em seu suporte. Existe ainda as reservas de passagens aéreas, hotéis e o restante da parte logística. Além disso, não podemos esquecer o principal: treinar firme para concluir o desafio!

Foto: Arquivo pessoal Raphael Bonatto

Montei um ciclo de 5 meses ou 20 semanas para a prova. Dentro do planejamento existiam treinamentos em altas temperaturas, até mesmo dentro de saunas para acostumar o corpo ao calor extremo, correr agasalhado no momento mais quente do dia, rodagens de alto volume, treinamento de força, entre outras estratégias.

Em 2009, considero que cheguei muito bem preparado para a competição. Já em 2016, infelizmente sofri uma lesão durante o ciclo e larguei apenas para cumprir tabela, desistindo no Km 70. Por isso vou focar em 2009, ano no qual conquistei o Buckle, fivela de honra para os atletas mais rápidos (sub 48h). Dois grandes amigos brasileiros resolveram que seriam meus apoios e o melhor de tudo, pagariam suas despesas do próprio bolso.

A Badwater além de um desafio físico e metal, também é um desafio econômico. Desta forma, já no início fiquei mais tranquilo, seria um grande custo a menos. Realizei o ciclo de treinos com maestria e embarquei para Las Vegas.

Foram 4 dias de adaptação por lá e depois rumo ao deserto. Mais 2 dias e estava preparado para a largada, que aconteceria em ondas. Estava posicionado na onda intermediária, que largaria as 8h da manhã, sob um calor já acima dos 50 graus. Tudo pronto, carro equipado, estratégia elaborada, lá fomos nós, rumo ao Mount Whitney.

Foto: Arquivo pessoal Raphael Bonatto

Comecei tranquilo e seguindo a estratégia de correr 2Km moderados intercalando com 1km de caminhada. Fui muito bem até o Km 72, estava entre os primeiros colocados, quando de repente meu corpo literalmente “ferveu”. Numa parada para hidratação, sentia meus batimentos cardíacos muito altos e o corpo quente demais. Ali o deserto começava a cobrar sua fatura. Em resumo, estava entrando em hipertermia, situação extremamente perigosa e que pode levar uma pessoa a morte. Resolvemos que ficaríamos naquele local até o corpo estabilizar, o que demorou mais de 6h. Com isso podia observar os outros atletas passando e não podia fazer nada. Assim que a frequência cardíaca estabilizou voltamos à pista.

A temperatura começou a cair e voltei a correr bem. Foi assim por toda a madrugada e ao amanhecer cheguei em Panamint Springs, ponto de controle situado no km 144.

O sol começou a esquentar novamente, porém desta vez não dei chance pro azar. Havia comprado uma roupa tecnológica que as pessoas utilizam naquela região para se protegerem do calor. Era uma calça e uma jaqueta branca super leve, que ao serem molhadas refrescavam o corpo e secavam rapidamente. Aquilo era um oásis para o corpo.

Feita a troca de roupa, segui meu caminho, já cansado, acabava de passar das 24h correndo. Traçava mini metas e no meio da tarde atingi a marca das 100 milhas ou 160km. Agora faltaria “apenas” 57km para a chegada. Passo a passo íamos vencendo os quilômetros, porém não contava com uma última surpresa.

Ao se aproximar da chegada, os últimos 6Km são uma subida insana. Já era noite e nos aproximávamos de Lone Pine, última cidade antes do ataque final. Fomos abordados pela polícia que avisava do perigo de ataque de ursos, pois estava ocorrendo um incêndio florestal justamente em nossa rota. Pediram atenção redobrada e nos avisaram que a chegada seria realizada um pouco antes do Portal do Mount Whitney.

Seguimos calmamente, subindo e avaliando os riscos, porém uma velocidade um pouco menor. Comecei a ficar nervoso, pois sabia que para conquistar o Buckle precisava finalizar a prova abaixo das 48 horas.

Olhava o relógio e fazia as contas, estava no limite do tempo, não poderiam haver mais nenhum tipo de imprevistos. Contava com minha equipe de apoio para ir mapeando e iluminando meu caminho, além de manter o carro com som mais alto, visando espantar os animais que porventura chegassem mais perto. Esta foi uma dica da polícia e achei super válida. Foi então que observei a linha de chegada, montada de forma provisória e segurada por dois membros da organização, de maneira muito simplória, mas que significava muito pra mim, afinal de contas eu acabara de me tornar um dos poucos brasileiros que possuem a fivela de honra de uma das competições mais importantes do mundo das ultramaratonas!

Por: Professor Especialista Raphael Bonatto CREF 007860-G/PR

Treinador Go On Outdoor Assessoria Esportiva

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Barkley Marathon: A Maratona Mais Difícil do Mundo

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A Barkley Marathon é uma das provas de ultramaratona mais desafiadoras e misteriosas do mundo. Realizada anualmente no Frozen Head State Park, no Tennessee, Estados Unidos, essa corrida atrai os corredores mais destemidos e aventureiros, dispostos a testar seus limites em um cenário selvagem e implacável. Neste artigo, vamos explorar a história, os desafios e os segredos por trás da Barkley Marathon, uma prova que desafia até os atletas mais experientes.

História da Barkley Marathon: A Barkley Marathon foi criada por Gary “Lazarus Lake” Cantrell em 1986 e desde então se tornou uma lenda no mundo das corridas de resistência. A inspiração para a prova veio de um famoso escape de prisão ocorrido nas redondezas do parque. A corrida consiste em cinco voltas em um circuito de cerca de 32 quilômetros (20 milhas), totalizando aproximadamente 160 quilômetros (100 milhas). Parece simples, certo? No entanto, a Barkley é tudo, menos simples.

Os Desafios Únicos da Barkley Marathon:

  1. Navegação: A Barkley não tem sinalização clara. Os corredores dependem de mapas e bússolas para encontrar os pontos de controle ao longo do percurso. A habilidade de navegação é tão importante quanto a resistência física.
  2. Terreno Brutal: O percurso inclui subidas íngremes, descidas traiçoeiras, matas densas e riachos lamacentos. Os corredores devem superar obstáculos naturais que tornam a corrida ainda mais desafiadora.
  3. Condições Climáticas Extremas: A Barkley ocorre no início da primavera no Tennessee, o que significa temperaturas imprevisíveis, chuva, neblina e até mesmo neve. Os corredores precisam estar preparados para enfrentar condições climáticas extremas.
  4. Limite de Tempo Impossível: Os participantes têm um prazo máximo de 60 horas para concluir a prova. Isso equivale a uma média de 12 horas por volta, o que é extremamente exigente, mesmo para os melhores corredores do mundo.
  5. Mistério e Desorientação: O criador da corrida gosta de manter a Barkley cercada de mistério, e muitos detalhes não são revelados até o último momento. Isso mantém os corredores constantemente desorientados e desafiados.
  1. Poucos Finishers: Ao longo dos anos, apenas um punhado de corredores conseguiu completar a Barkley Marathon, tornando-a uma das provas mais difíceis de terminar no mundo.

A Lenda de Laz: Gary “Lazarus Lake” Cantrell, o criador da Barkley Marathon, é uma figura lendária no mundo das corridas de resistência. Sua personalidade excêntrica e seu compromisso com a brutalidade da corrida fazem dele uma figura icônica no evento.

Conclusão: A Barkley Marathon é mais do que uma corrida; é uma experiência única que testa os limites físicos e mentais dos corredores. Com sua história intrigante, desafios únicos e poucos finishers, essa prova é a personificação da resistência humana e da busca por superação. Se você é um corredor em busca de um desafio verdadeiramente épico, a Barkley Marathon pode ser a prova perfeita para você, mas esteja preparado para enfrentar o desconhecido e abraçar o inesperado.

Por: Redação Runners Brasil

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Trail Running

Mombora participa do UTMB Paraty e se consolida como apoiadora do Trail Run nacional

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Com a participação de 15 atletas e ativações durante todo o evento, essa é a mais importante das seis competições que a marca já esteve presente em 2023

A Mombora, indústria alimentícia focada em ingredientes naturais e nativos dos biomas brasileiros, se prepara para atuar como apoiadora e participante ativa do UTMB (Ultra Trail Mont Blanc). Pela primeira vez no Brasil, o evento acontece entre os dias 21 e 24 de setembro em Paraty (RJ), reunindo os principais atletas nacionais e internacionais de Trail Run. Com um estande próprio na Expo do evento, onde serão vendidos produtos e acessórios, a empresa oferece atividades interativas para os participantes e conta com a presença de 15 atletas que competirão sob o selo Mombora. 

Em trajetos que variam entre 23km, 35km, 55km e 110km, os corredores vivenciarão uma jornada épica pelas praias, estradas de terra e trilhas sinuosas do Parque Nacional da Serra da Bocaina, Patrimônio Mundial da UNESCO, composto em sua maioria por Mata Atlântica nativa. Marcado por ser realizado nos melhores locais de corrida do mundo, o UTMB World Series traz consigo a aura de um dos maiores circuitos de corridas do segmento, com 34 eventos em todo o globo, abrangendo a Ásia, Oceania, Europa e as Américas. 

Além das ativações, que contam com o desenvolvimento do Selo Mombora, a empresa estará presente desde a sessão de abertura, na quinta-feira, 21 de setembro, onde oferecerá atividades interativas com direito a degustações e compra de produtos na área destinada para exposições. Já na sexta-feira (22/09), a Mombora organizará um “treinão” pelas ruas de paralelepípedos do centro histórico de Paraty, proporcionando aos participantes uma oportunidade única de explorar um dos pontos turísticos mais buscados no Rio de Janeiro. Durante essas e outras atividades, aqueles que tiverem interesse poderão experimentar mercadorias da Mombora, incluindo o seu mais recente lançamento, o Caramelo Salgado com Baunilha do Cerrado.

João Solano, fundador da Mombora, enfatiza a importância da participação da empresa no evento: “Estamos orgulhosos de fazer história ao apoiar e participar da primeira edição do UTMB no Brasil. É uma oportunidade única de unir o Trail Run com a riqueza dos nossos biomas brasileiros. Esses valores refletem o nosso compromisso com um estilo de vida mais ativo e saudável, ao mesmo tempo em que valoriza o contato com a nossa incrível biodiversidade”, comenta.

A Mombora será uma parte essencial da competição. Além de proporcionar ativações de marketing por meio de um estande dinâmico, disponível durante os quatro dias de evento, contará com a presença de um time de atletas que inclui 15 membros apaixonados pela corrida de montanha e que participam de diferentes categorias da competição. Entre os destaques estão: Tatiana Sooz – 35km, João Muniz – 23km, Ligia Almeida – 35km, Roger Darrigrand – 110km, Jéssica Reis – 35km, Francieli Kiekow – 55km, Thacyan Pelegrini – 23km, Susany Perardt – 110km,  João F. (Ratin) – 23km, Letícia Saltori – 23km, Rogério Silvestrin – 110km, Fantasma – 110km, Mari Scarpelli – 35km, Paty Honda – 110km, Celinho.

“O segmento de Trail Run é um dos nossos compromissos e reconhecemos a importância de gerar melhores condições para os esportistas. Por isso, oferecemos um suporte consistente a esses atletas, fornecendo mensalmente produtos de alta qualidade que são fundamentais para o bem-estar, além de otimizar o desempenho dos competidores”, destaca João.

As ativações, incluindo o lançamento do novo sabor e o desenvolvimento do Selo Mombora, refletem o compromisso da empresa em apoiar e nutrir toda a comunidade de entusiastas do Trail Run, assim como de encorajar políticas de sustentabilidade. A expectativa é de que aproximadamente 4 mil atletas e amantes do esporte participem durante os quatro dias de evento.  Além disso, uma outra novidade é que o vencedor deste ano conquistará também o direito de competir nas renomadas UTMB Finals, em Chamonix, França.

Por: Redação Runners Brasil

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Trail Running

Como gastar menos e participar de mais provas de Trail no ano

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Gastar pouco e participar de várias provas legais é o sonho de todo corredor. Não bastassem as inscrições, que não são nada baratas, sabemos que os gastos não param por aí nossos sonhos têm um preço. Dependendo da prova que você quer realizar terá que se programar para uma viagem: passagem, estadia, alimentação. Quem corre Trail sabe também que dependendo da prova você terá que ter os equipamentos básicos: mochila de hidratação, tênis com solado para trilha (grip), gps. Temos que destacar também a lista de material obrigatório solicitada pelos organizadores. O custo pode ser alto, mas antecedência e organização podem te fazer economizar um bocado. O segredo? Programação! Eu fico de olho nas provas que gostaria de realizar em média de um a um ano e meio antes e isso facilita a logística e ajuda a economizar.

Vamos lá então.

A primeira coisa a se observar são os prazos de inscrição. A maioria dos organizadores abrem as vagas em lotes. Se você conseguir se inscrever na primeira leva já faz uma boa economia. Se participa de alguma assessoria ou tem algum grupo de amigos que também vai para a mesma prova já consegue um bom desconto.

Escolhida a prova, se esta necessita de viagem, é importante garantir a estadia antecipada.

Você com certeza consegue encontrar estadia mais econômica e em local bem localizado. Eu costumo utilizar muito o aluguel pelo Airbnb, além de encontrar preços que cabem em qualquer bolso você tem a opção de economizar na alimentação, já que pode comprar os alimentos no supermercado e não fica refém de restaurantes.

O segundo passo é verificar qual a melhor opção de deslocamento. Muitas vezes se necessito de avião para deslocamento utilizo aplicativos de alertas de promoções de voos. Com antecedência sempre aparecem promoções. No caso de carro juntar os conhecidos que vão realizar a mesma prova facilita também na locação de carro.

Equipamentos obrigatórios são sempre necessários e por vezes necessitam de um bom investimento. Confira a lista solicitada pelos organizadores e aproveite as liquidações da estação inversa. A melhor época de comprar equipamentos de inverno é no verão. Materiais como jaquetas impermeáveis, luvas, blusas térmicas por exemplo sempre são vendidas com desconto nessa época.

Com todos as despesas programadas fica mais fácil, você pode dividir os seus gastos para caber no bolso. Vamos lá então, programar as provas para o próximo ano?

Por: Sabrina Schirmer

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