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Biomêcanica da Corrida

A síndrome da Banda Iliotibial, mais conhecida como “Síndrome do corredor”

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RUNNERS, hoje é a nossa penúltima matéria de uma série de 5, sobre as lesões mais comuns de vocês, corredores. O intuito aqui é ser bem direto, resumindo as evidências para as lesões mais comuns e tentarei entrar o menos possível no nível técnico e detalhes específicos, trazendo assim uma fácil leitura e aplicabilidade.

Hoje falaremos da Síndrome da banda iliotibial ou mais comumente conhecida como Síndrome do Corredor.

Sabe aquela dor na região do lado de fora do seu joelho? Que dá uma sessão de queimar ou que chega até travar seu joelho?

Sim, você pode estar com a Síndrome do Corredor!!!!

Essa lesão segundo alguns trabalhos fazem parte de aproximadamente 14% das lesões em corredores, sendo a 2º lesão mais comum do joelho, perdendo somente para as disfunções femoro patelares ou a dor anterior do joelho que chegam ser 40% na média das lesões dos praticantes.

Em meu dia dia, em nosso laboratório de avaliação, é a 3º lesão que mais atendo baseado na coleta de mais de 600 corredores atualmente, e sinceramente é bem chatinho e a melhora também é demorada, infelizmente.

Outro fator negativo, para essa doença, é que temos poucos trabalhos, tanto para entender de como ela aparece e o porquê, e também para entender as alterações de movimento que podem ajudar a desencadear a Síndrome do Corredor. Sabendo disso vou trazer o que temos de mais atual, mas ainda, é importante salientar que precisamos de mais estudos.

A Síndrome do Corredor ou Síndrome da Banda Iliotibial, é uma doença que até alguns poucos anos atrás, acreditava-se que era devido a um atrito da banda iliotibial na região do lado de fora do seu joelho, porém os trabalhos recentes mostram que há na realidade, uma compressão dessa banda na região lateral, englobando tanto a parte inicial da sua tíbia, quando a parte final do seu fêmur e região lateral da sua patela. Ali pessoal, existe uma gordurinha superinervada e altamente sensível, que dá a característica dessa dor em queimação. Importante ressaltar que apesar do nome, ela também é bem incidente em ciclistas e explicaremos a seguir o porquê.

O sintoma clássico além dessa dor em queimação na região lateral é de um travamento no joelho durante ou após a atividade. Em corredores principalmente, parece que correr em pistas circulares e em descidas contribuir de alguma forma para aumentar a sobrecarga e a compressão dessa região, que se dá próxima a 30 graus de flexão, que é o pico do momento varo do seu joelho (momento em que naturalmente seu joelho biomecanicamente e de forma sutil “abre”), fato que também ocorre no ciclismo quando nosso joelho fica na flexão próxima de 30 graus.

No tratamento, como nas outras lesões é importante essa reeducação de carga, diminuindo inicialmente a demanda, e ou modificando a atividade e o descanso deve estar presente. Antinfamatório são indicados pelos médicos e infiltração local guiada por ultrassom pode trazer algum beneficio comprovados pela a literatura. Aumentar a esteira levemente de 8 a 10% pode amenizar o tal do momento varo do seu joelho, e usamos como alternativa, assim como abaixar o banco da bicicleta a aproximadamente 35 graus. Evitar as decidas, fortalecimento gradual dos músculos envolventes e principalmente do quadril como o Glúteo Médio e Máximo em cadeia cinética aberta e evoluindo para cadeia cinética fechada.

Alongamentos, rolinhos de soltura parecem não ter efeito algum, a não ser causar mais dor na região da fáscia e não atingir ganho de flexibilidade alguma. A reeducação da biomecânica da corrida pode ser um bom complemento diminuindo o padrão de cruzamento e queda da pelve.

Na falha do tratamento conservador, novamente a terapia de onda de choque (TOC) pode ser a ultima alternativa, e se sem sucesso, a cirurgia esta indicada e a ciência mostra bons resultados evidenciando retorno ao esporte de 81 a 100% dos casos.

Vou ficando por aqui, espero ter sido objetivo e que ajude vocês a entenderem um pouco mais dessa lesão.

Procure sempre um profissional gabaritado para te atender.

Se você quer saber mais, não percam a ultima lesão da nossa série na próxima coluna.

Até Mais RUNNERS.

Por: Felippe Ribeiro

Biomêcanica da Corrida

Top 10 Coisas para Melhorar sua Biomecânica da Corrida

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RUNNERS tudo bem?

Estamos on, por aqui!

Essa matéria será especialmente com dicas reais e superimportantes para a melhora da biomecânica!

 Então senta o “zóio” em nossa coluna, preste a atenção e coloque em prática!

Separei 10 top dicas para vocês evoluírem na corrida e na sua Biomecânica, a ordem dos fatores não alteram os resultados, comece por qualquer uma delas.!!!

TOP 1 : Tenha regularidade ao correr. Conforme mantemos nossa corrida, os movimentos repetitivos, estimulamos zonas lá em nosso cérebro, que irão começar a padronizar o movimento, deixando os mais automáticos, economizando mais energia, melhorando ao máximo e naturalmente a sua Biomecânica, então continue a correr.

TOP 2 : Descanse. O descanso é tão essencial quanto à corrida, à musculação, à alimentação, e por ai vai. Quando descansamos, quando dormimos, o corpo se recupera das micro lesões que fizemos no treino, libera hormônios para controle de varias funções vitais para nosso funcionamento, e para que no dia seguinte ao descanso estamos prontos para um novo dia, novo treino e uma nova biomecânica.

TOP 3 : Alimente-se bem e corretamente. Toda boa máquina precisa de energia. Nosso corpo não é diferente. Para termos uma boa biomecânica, fazer bons treinos, não quebrar nas provas, a função metabólica é de extrema importância para evoluirmos em nossa corrida. Todo mundo precisa de um bom combustível. Procure um Nutricionista para ontem!

TOP 4:  Faça musculação. Toda a literatura atual e estudos evidenciam uma evolução do desempenho, prevenção de lesões e melhora biomecânica, através dos treinos, principalmente de força e potência. Não pule a academia, duas a três vezes na semana é um bom numero. Seu treinador, fisioterapeuta e você irão ficar agradecidos e surpresos com o poder de deixar seus músculos mais fortes.

TOP 5: Faça uma Avaliação Funcional do Corredor: Aqui sou suspeito, pois é minha área de estudo, meu trabalho e meu dia dia. Fazer uma avaliação funcional será de extrema importância para você e seu treinador montar seus treinos baseados especificamente para sua necessidade, de força, de grupos musculares específicos, de alterações de flexibilidade, de mobilidade, de desequilíbrios entre os grupos trabalhados na corrida, deixando assim de ficar atirando no escuro, fortalecendo todo mundo da mesma forma e com a mesma carga para ambos os lados, sendo assim mais assertivo em suas necessidades! Ainda sim, dentro da avaliação, olharmos para a Biomecânica, e analisar possíveis e pequenas alterações necessárias para uma melhor economia da corrida.

TOP 6: Sempre tenha um médico do esporte e um cardiologista na manga. São profissionais importantes para nossa evolução e segurança para a prática de exercícios e prevenção de qualquer problema mais importante de todo o sistema. Tenha seus exames atualizados. Quer começar uma atividade física, e no nosso caso correr, procure um médico antes de tudo.

TOP 7: Use roupas feitas para corredores. A tecnologia envolvida no mundo da corrida não esta só relacionada a tênis, viu? Há roupas para diferentes temperaturas, níveis diferentes de compressão, cores, tecidos, que te ajudarão a manter a temperatura corporal, te darão a sessão de conforto e de segurança para correr, e por tabela, melhorar sua desempenho. E então prepare o bolso para esse investimento.

TOP 8: O tão falado Tênis. A dica aqui é escolha por CONFORTO. Isso é o que temos na literatura mais avançada possível para a escolha. Sim, isso é muito especifico e particular para cada ser corredor no mundo, mas é o que temos como parâmetro de escolha pelos principais trabalhos no mundo a fora. De carbono ao minimalista, procure uma marca confiável, esqueça aqui os “chinglings” da vida veja se o valor cabe no seu orçamento e seja feliz com sua escolha, mas escolha por você, não vai na ideia do vizinho !

TOP 9: Use e abuse dos Gadges e Wearables. Esse é o nome dos Garmins e, Polares da vida.Esses pequenos monitores, são ótimos para levantar dados de nossa corrida, e estão cada vez mais precisos, tecnológicos e de fácil acesso. Ali você consegue ver claramente onde melhorar, onde evoluir, comparar treinos, monitorar sua cadência, ter acesso a treinos prontos, entre outras e será um ótimo instrumento de evolução para você! Corra e compre o seu!

TOP 10: A minha ultima dica: Respeite seu limite. O corpo é muito inteligente e te avisa. Está cansada, ele avisa para você descansar, esta com dor, ele grita pra você, precisa hidratar, ele te da um toque, então a dica mais importante das 10, é essa. Se você respeitar seu limite, escutar seu corpo, você conseguirá correr com qualidade e longevidade para evoluir, não machucar, alcançar seus objetivos e poder usar seu Garmin, seu tênis, suas roupas e viajar o mundo, conhecer pessoas e surfar nas ondas da corrida de rua.

Fico por aqui, e espero que aproveitem essas dicas valiosas que separei para vocês com carinho, e baseado no que tenho visto nos últimos anos da minha experiência e estudos em corredores!

Até mais.. RUNNERS.

Por: Felippe Ribeiro

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Biomêcanica da Corrida

Tipos de pisada e como identificar a sua para escolher o tênis ideal

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Ao praticar atividades físicas, especialmente corrida, é fundamental escolher um tênis adequado para o seu tipo de pisada. A pisada refere-se à forma como o pé toca o solo durante o movimento, podendo variar de pessoa para pessoa. Nesta matéria, vamos explorar os diferentes tipos de pisada e apresentar algumas dicas para identificar a sua pisada, ajudando você a fazer a escolha certa na hora de comprar um tênis.

O que é a pisada:

A pisada é o movimento realizado pelos pés ao tocar o solo durante a caminhada ou a corrida. É um processo natural que envolve a absorção de impacto e a propulsão para impulsionar o corpo adiante. Existem três tipos básicos de pisada: pronada, neutra e supinada.

Pronação:

A pronação ocorre quando o pé inclina para dentro após o contato com o solo. Nesse tipo de pisada, a parte interna do pé recebe uma carga maior durante a passada. Indivíduos pronadores tendem a desgastar a região interna do solado do tênis. É comum em pessoas com arcos baixos ou pés planos.

Neutra:

A pisada neutra é considerada a mais equilibrada e eficiente. Nesse caso, o pé toca o solo de forma uniforme, distribuindo o impacto de maneira mais equilibrada. A região central do solado do tênis é mais desgastada em pessoas com pisada neutra.

Supinação:

A supinação ocorre quando o pé inclina para fora após o contato com o solo. Nesse tipo de pisada, a carga é distribuída predominantemente na parte externa do pé. Pessoas com arcos altos geralmente possuem uma pisada supinada. O desgaste do tênis costuma ocorrer na área externa do solado.

Como identificar sua pisada:

Existem algumas maneiras de identificar o seu tipo de pisada. A seguir, estão três métodos comumente utilizados:

a) Análise visual: Uma forma simples é observar o desgaste da sola dos seus tênis mais antigos. Se a parte interna estiver mais gasta, é provável que você tenha uma pisada pronada. Se o desgaste for no centro, sua pisada é neutra. Já se a parte externa estiver mais desgastada, sua pisada é supinada.

b) Teste do papel: Molhe levemente os pés e pise em uma superfície plana, como um papel pardo. Observe a marca deixada pelos pés. Se a marca mostrar uma curva acentuada para dentro, indica pisada pronada. Se a marca mostrar uma curva moderada ou quase reta, é uma pisada neutra. Se a curva for para fora, indica supinação.

c) Avaliação profissional: Consultar um especialista em análise de pisada, como um podólogo ou fisioterapeuta, pode fornecer uma avaliação mais precisa e completa do seu tipo de pisada. Eles podem utilizar equipamentos específicos, como plataformas de pressão, para identificar a distribuição do peso durante o movimento.

Conclusão:

Conhecer o seu tipo de pisada é fundamental para escolher o tênis adequado e garantir maior conforto e segurança durante a prática de atividades físicas. A pronação, a pisada neutra e a supinação são os principais tipos de pisada. Utilize os métodos de identificação apresentados nesta matéria para descobrir o seu tipo de pisada e, assim, fazer uma escolha informada ao comprar um tênis. Lembre-se também de que a consulta a um profissional especializado pode ser muito útil para uma análise mais precisa e personalizada. Cuide dos seus pés e aproveite ao máximo suas atividades físicas!

Por: Redação Runners Brasil

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Biomêcanica da Corrida

O Efeito gangorra! O que é?

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Esse é o nome da única hipótese que atualmente explica biomecanicamente, o por quê os tênis de placa de carbono melhoram sua performance!

Alguns prefere pensar em um efeito similar a de catapulta ou de uma colher!

Então DESCE

Durante a fase de apoio da pisada no tênis de placa de carbono, o ponto de aplicação da força é deslocado para frente, fazendo com que a placa, com toda a sua rigidez e curvatura, responde verticalmente para cima no calcanhar, promovendo uma diminuição do gasto de energia, e uma energia extra para a propulsão.

Note no slide a aplicação da força do corredor (seta preta) na parte da frente do tênis e a força de reação vertical no calcanhar (seta vermelha) durante o apoio médio (à esquerda) e na propulsão (à direita). O deslocamento do ponto de aplicação de força, da região dos metatarsos (abaixo dos dedos dos pés) para os dedos (circulo vazio e pontilhado, para circulo cheio) demonstra o efeito gangorra, onde a placa projeta o calcanhar para cima.

Benno Nigg relata que é preciso alguns pré requisitos para que isso aconteça como:

Uma curvatura adequada da placa de carbono, principalmente na região do antepé (parte da frente).

Ponto de pivô (caracterizador do efeito gangorra), não pode ser localizado tão à frente do tênis, fazendo com que o próprio tênis seja o eixo da alavanca.

A rigidez da placa de carbono deve ser o suficiente para que a força de reação do solo ocorra na região do antepé da placa, durante o contato com o solo.

Nesse editorial os autores citam estudos afirmando que a borracha da entressola aumentada para que se acople uma placa de carbono mais curvada, contribui com somente 1% deste ganho, coisa que a fabricante mais conhecida relata como a melhora do desempenho, porém de 3 a 5 % de melhora da economia de corrida, vem desse “efeito gangorra” promovido pela placa.

ATENÇÃO !

Tudo isso ainda precisa ser testado para descobrir se os cálculos biomecânicos propostos realmente quantificam o efeito proposto na economia de corrida em todas as situações.

Aguardemos novas evidências

Por: Felippe Ribeiro

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