RUNNERS, hoje é a terceira matéria de uma série de 5, sobre as lesões mais comuns de vocês, corredores. O intuito aqui é ser bem direto, resumindo as evidências para as lesões mais comuns e tentarei entrar o menos possível no nível técnico e detalhes específicos, trazendo assim uma fácil leitura e aplicabilidade. Hoje falaremos da Fascíte Plantar ou o melhor termo e mais usado atualmente é Fasciopatia plantar. Sabe aquela dor na sola do pé, bem ali na chamada planta do pé, ou mesmo próxima ao calcanhar? Normalmente sentimos quando damos os primeiros passos pela manhã ou quando iniciamos a corrida? Sim, você pode estar com uma Fasciopatia Plantar!!!!
Essa lesão segundo os últimos estudos é a condição mais comum tratada do pé, cerca de 2 milhões de pessoas EUA todo ano, sendo que 10% da população irá sofrer em alguma época da vida, e 15% irão precisar de assistência médica. Em Corredores ela é 8% das lesões, o futebol, a ginástica e a dança somam 50% dos trabalhos que foram pesquisados em uma revisão e noticia não muito boa é que algumas vezes levam em 80% dos casos um prazo de até 12 meses.
A Fasciopatia Plantar é uma sobrecarga aumentada sobre a Fáscia Plantar localizada na planta do pé, por aumento da demanda seja ela por esporte, no caso a corrida ou por aumento da demanda, por exemplo, de uma mudança de emprego em uma mulher sedentária que necessita o uso de um sapato social no seu novo trabalho, aumentando assim, a demanda sobre a fascia.
Os sintomas são dor na região da planta do pé ou na inserção, com dificuldade para caminhar nos primeiros passos pela manhã com a sensação de estar pisando em pregos. É comum encontrar a diminuição da amplitude de movimento do tornozelo, fraqueza dos músculos intrínsecos dos pés, pacientes sedentários e acima do peso, pé mais cavo ou muito desabado.
O exame de imagem de escolha é a ressonância magnética para observarmos o estado da fáscia, porém os testes clínicos de palpação e história do individuo são ótimas formas e validadas de diagnóstico da Fasciopatia plantar. A prática da fisioterapia baseada em evidência nos mostra que o padrão ouro de tratamento passa por alongamento das fáscia e panturrilha, bem como o fortalecimento dos músculos intrínsecos dos pés com o Footcore, fortalecimento dos músculos da panturrilha, dos músculos que envolvem o pé e tornozelo e a bandagem rígida, calcanheiras e palmilhas customizadas ou pré-fabricadas em curto prazo, podem ser uma boa alternativa para os casos agudos. Nos casos mais severos onde o conservador falha após 6 meses, pode-se usar um splint noturno. Solturas e relaxamento da panturrilha e pontos gatilhos também aparecem nos guidelines de tratamento.
A eletroterapia pode auxiliar no controle da dor com o uso do laser ou a phonoforese, que seria utilização do ultrassom associado a medicação antinfamatória trazendo bom alivio a esses pacientes. Treino sensório-motor, gestos esportivos e exposição gradativa do atleta à corrida precedem o retorno ao esporte. A educação da carga e diminuição do peso corporal são de suma importância e em relação ao tênis, temos evidência, porém baixas que os tênis maximalistas ou Rocker Shoes, podem diminuir a carga sobre a fáscia e serem assim benéficos, e que rodizio de tênis também podem trazer benefícios. Quando todas as opções falharem, o tratamento com a terapia de ondas de choque e colocação de órteses pré-fabricadas pode ser uma ultima alternativa antes da cirurgia.
Vou ficando por aqui, espero ter sido objetivo e que ajude vocês a entenderem um pouco mais dessa lesão.
Procure sempre um profissional gabaritado para te atender.
Se você quer saber mais, não percam as próximas colunas.
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