O "X" da questão
A experiência envolvente do Annual Meeting do ACSM nos EUA

Publicados
2 anos atrásem
De
Darlan Souza
Participar do Annual Meeting do ACSM é uma experiência singular que combina a tradição de um dos maiores (se não o maior e mais importante congresso do mundo) e todo profissional do treinamento e da saúde deveria vir pelo menos uma vez para experienciar esta situação, pois é ali onde vemos in loco, as inovações em pesquisas científicas com aplicações práticas, a apresentação atualizada na presença de renomados pesquisadores do mundo todo.
Pesquisadores e cientistas, que por muitas vezes trabalham nos bastidores da performance como o Phd Andrew Jones da Universidade de Exeter no Reino Unido (que participou diretamente do projeto INEOS 1:59 com Eliud Kipchoge), Asker Jeukendrup, Stuart Phillips (proteínas e treinamento), Louise Burke (cafeína) e Panteleimom Ekkekakis (saúde mental), Trent Stellingwerff, Erick Rawson, Alannah McKay (pesquisas sobre o ferro na nutrição), além dos poucos brasileiros dos grupos de pesquisa da USP (que apresentaram suas pesquisas sobre o BCAA e Beta-Alanina), da UFRGS, da UFPR, da CBSurf (que mostrou sobre seu trabalho com os “Brazilian Storm”) e de outros lugares do Brasil, todos estes são referências mundiais em pesquisas do treinamento e da nutrição.
Este congresso é um ponto de encontro anual nos EUA para profissionais e acadêmicos comprometidos com o avanço da ciência do exercício com impacto na performance e na saúde. Neste contexto, vou compartilhar minha experiência pessoal ao participar pela 10ª vez deste grande evento e destacar a importância que ele possui para a saúde e a performance humana.
O Annual Meeting do ACSM é conhecido por ser itinerante nos EUA e pela sua longa tradição e reputação como um dos maiores congressos na área no mundo.
Com décadas de existência (desde 1954), o congresso tem sido um espaço privilegiado para o compartilhamento de conhecimentos e a divulgação de pesquisas acadêmicas inovadoras. Participar desse evento é uma oportunidade única para se atualizar sobre as últimas descobertas científicas, as tendências e interagir com os principais especialistas da área, a mais alta reputação da ciência mundial apresenta suas pesquisas na revista do ACSM e por aqui neste evento anualmente.
Durante o congresso, são abordados temas diversos relacionados à saúde e à performance, como fisiologia do exercício, nutrição esportiva, reabilitação, biomecânica, medicina do esporte, pois a programação é repleta de palestras, simpósios, painéis, workshops e apresentações de pôsteres, oferecendo uma ampla gama de conteúdo para os congressistas. Essa diversidade permite explorar diferentes áreas de interesse e expandir nosso conhecimento com pesquisadores do mundo todo, inclusive do Brasil.
Além disso, existe a feira de inovações e equipamentos e a famosa corrida de 5km apoiada pela Gatorade (Gisolfi Run), é até difícil de conseguir conciliar a agenda neste 4 dias de tantas opções
Uma das características marcantes do Annual Meeting do ACSM é a presença de renomados pesquisadores e profissionais de destaque na área. Essas personalidades influentes trazem consigo uma bagagem rica de experiências e contribuições para a ciência do exercício, enriquecendo o ambiente de aprendizado e incentivando o diálogo entre os participantes. Além disso, é uma oportunidade para conhecer e interagir com colegas de todo o mundo, estabelecendo contatos profissionais valiosos que dificilmente teria esta abertura em outro local. Consegui mais uma vez ampliar minha visão do conhecimento, entendendo que temos muita coisa a explorar neste mundo, principalmente quando se trata de saúde na performance, não somente da elite e sim dos amantes do treinamento amador.
A importância do congresso transcende o ambiente acadêmico e científico. As pesquisas apresentadas no Annual Meeting do ACSM têm um impacto direto na saúde e na performance de atletas de elite, mas também em nós, entusiastas do exercício e da população em geral. Esses estudos fornecem embasamento científico para aprimorar os programas de treinamento, aconselhamento nutricional, prevenção de lesões e intervenções terapêuticas na prática diária. Todas as recomendações sobre como treinar, porque treinar, como se nutrir, suplementar e descansar saiu daqui, deste corpo científico.
Dessa forma, a participação nesse congresso contribui e muito para o avanço da ciência e para a melhoria da qualidade de vida de muitos indivíduos que convivemos, pois aqui não tem achismo e sim práticas baseadas em um corpo de evidências, e esse é o X da Questão!
Minha experiência no Annual Meeting do ACSM foi enriquecedora mais uma vez em diversos aspectos principalmente no fator da aplicação prática em nosso trabalho diário. A combinação entre a tradição do congresso, as inovações em pesquisas e a presença de grandes pesquisadores proporcionou uma oportunidade única de aprendizado e networking e de colocar o pé no chão, entendendo que nada sei, e estamos sempre em um continuado processo de aprendizado. Além disso, ficou evidente que as pesquisas antes dominadas pelos EUA, está migrando para a Ásia, onde os investimentos estão chegando com força total nas pesquisas e consequentemente ampliando ainda mais a expansão do conhecimento científico mundial.
Extras: A cidade do congresso deste ano foi Denver/Colorado famosa por suas colinas e altura ( o centro da cidade fica a 1.600 metros do nível do mar), é bem alta. Aproveitei a passagem por aqui e corri uma boa maratona na cidade, a Revel Marathon que saiu do alto da Echo Mountain a 3.200m de altura e estava tão frio na largada (havia gelo na percurso na estrada).
Ciência + prática = Sucesso e esse é o X da Questão. Vamos mais?
Por: Darlan Souza

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O "X" da questão
Daniel do Nascimento: trajetória olímpica, recordes e a punição por doping

Publicados
2 semanas atrásem
09/05/2025De
Darlan Souza
Daniel do Nascimento virou sensação do atletismo brasileiro nos últimos anos ao conquistar resultados históricos. Em abril de 2022 ele “estabeleceu um novo recorde sul-americano ao correr os 42km da Maratona de Seul” em 2h04min50s, superando a antiga marca da lenda Ronaldo da Costa e se tornando o melhor corredor não-africano do mundo na distância. Ainda aos 23 anos, Daniel já era famoso por suas ousadias em grandes provas: representou o Brasil na maratona de Tóquio 2021 e chegou a liderar a corrida ao lado do então bicampeão olímpico Eliud Kipchoge, mas acabou abandonando precocemente perto dos 30km. Na ocasião, mesmo em sofrimento, ele protagonizou um momento inesquecível: cumprimentou Kipchoge com um “soquinho” amigável na largada.
Em novembro de 2022, Daniel viveu outro grande momento: liderou a Maratona de Nova York nos EUA até o km 32. Nesta imagem de New York ele estava em destaque na ponta do pelotão. Infelizmente, sentiu-se mal antes do fim da prova, frustrando o que seria a maior vitória de sua carreira. A pergunta que todos faziam era: Será que eu excesso de vontade e elevada empolgação estava atrapalhando sua performance nos momentos decisivos de uma grande maratona?
Em poucos anos, Daniel havia percorrido a trajetória típica de um fenômeno: da primeira maratona, em 2021, até o pódio em Seul (3º lugar com recorde) e posto garantido nas maiores maratonas do mundo. Para a comunidade da corrida de rua, ele era a aposta de que um brasileiro de novo dominaria a distância: “Daniel do Nascimento, Danielzinho… é uma das estrelas do atletismo brasileiro”
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Apoio de todos os lados
Daniel conquistou não apenas medalhas, mas também muitos admiradores. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), presidida por Wlamir Motta, sempre o enxergou como um talento promissor e investiu em sua preparação para os Jogos Olímpicos. Patrocinadores e marcas esportivas internacionais apostaram em seu potencial. Ídolos como Ronaldo da Costa o receberam como herdeiro de sua tradição — foi para Nova York de olho justamente em igualar a façanha de Ronaldo em Berlim (1998) e de Marilson Gomes (NY 2006/08). A comunidade de corredores brasileiros o reverenciava como exemplo a seguir: nas redes sociais, grupos e eventos ele colecionava elogios. Até internacionalmente, Eliud Kipchoge o saudou como colega de pelotão, celebrando o gesto de fair play no Japão. Na maratona olímpica, Daniel trocou palavras e sorriso com Kipchoge, que mais tarde elogiou o jovem em entrevistas. Todo esse apoio reforçava a imagem de Daniel como um campeão em construção. Os portais noticiam: “Daniel do Nascimento estabeleceu […] um novo recorde sul-americano ao correr os 42 km da Maratona de Seul, na Coreia do Sul, em 2h04min50s. O brasileiro terminou a prova na terceira posição e superou a marca estabelecida por Ronaldo da Costa (2h06min05s), em 1998”
A sombra da suspeita
As primeiras suspeitas vieram de fora. Em junho de 2024 estourou um escândalo no Quênia: a maratonista Graziele Zarri (que já foi capa da nossa revista na edição 35 em março de 2024), esposa e treinadora parceira de Daniel, foi surpreendida por um resultado adverso em exame antidoping no país africano. Conforme matéria na imprensa, Graziele foi “suspensa provisoriamente após testar positivo para um esteroide anabolizante e para testosterona” enquanto treinava no Quênia. A notícia soou como um alerta: Daniel e Graziele treinavam juntos em Iten (Quênia) e dividiam rotina, acendendo o sinal de alerta na comunidade atlética.
Pouco depois, em julho, o próprio Daniel teve resultados similares. O maratonista brasileiro foi comunicado de que, em exame surpresa fora de competição realizado em 4 de julho de 2024, apareceram três esteroides anabolizantes em sua urina. Conforme a ABCD (autoridade brasileira de dopagem), foram detectados drostanolona, metenolona e nandrolona. Na lista oficial de suspensos publicada dias depois, Daniel do Nascimento e Zarri figuravam juntos – o primeiro caso de doping confirmado no atletismo brasileiro às vésperas de Paris.
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O caso oficial: documentos e acusações
Os detalhes oficiais vieram a público em maio de 2025, com a decisão da AIU (Unidade de Integridade do Atletismo).
“The AIU has banned Daniel Do Nascimento (Brazil) for 5 years from 15 July 2024 for Presence/Use of Prohibited Substances (Drostanolone, Metenolone, Nandrolone). DQ results from 4 July 2024” Link: https://www.athleticsintegrity.org/downloads/pdfs/disciplinary-process/en/AIU-24-177-DO-NASCIMENTO-Decision.pdf
O documento relata que Daniel entregou duas amostras de urina (dias 4 e 7 de julho de 2024) em treinamentos no Rio de Janeiro, Brasil. Ambas acusaram uso de anabolizantes: no teste de 4 de julho havia “Drostanolone, Metenolone e Nandrolone” no organismo do atleta, e o de 7 de julho confirmou novamente drostanolona e metenolona. A partir disso, a ABCD notificou Daniel em 15 de julho de suspensão provisória. Nos dias seguintes, segundo o processo, seu representante pediu mais tempo para apresentar defesa alegando que Daniel sofria problemas de saúde mental. O documento anexado, porém, era ilegível, e a AIU iniciou procedimentos formais. Por fim, reconheceu-se que houve “evidências claras do uso de múltiplas substâncias proibidas” pelo atleta. A sanção acabou acima do limite convencional: cinco anos de suspensão, retroativos a 15/07/2024, conforme a AIU.
Esse é o X da Questão: Daniel só poderá voltar a competir em julho de 2029.
Em linha com as regras, todos os seus resultados obtidos a partir de 4 de julho de 2024 foram anulados – mas curiosamente ele mantém o mais importante: o recorde sul-americano (a prova de Seul de 2022) porque aquela data foi anterior ao primeiro teste positivo. Assim destacamos que, a pena é quatro anos (mínimo para essas substâncias) mais um ano extra por “circunstâncias agravantes”, reduzido em um ano por ele ter admitido a culpa. “A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) anunciou nesta quarta-feira a punição para Daniel Nascimento. Pelo uso de drostanolona, metenolona e nandrolona, três hormônios anabolizantes, ele foi suspenso por cinco anos, com início do gancho retroativo a 15 de julho de 2024”.
O silêncio de Daniel
Durante meses, Daniel permaneceu em silêncio. Internamente, quem era mais próximo até poderia saber de sua rotina, mas comentavam pouco, apenas lia-se relatos em redes sociais que Daniel “é um menino, tem 24 anos, as redes sociais, quando houve a exposição pública da situação (acusação de doping), não perdoaram ele”. Publicamente, ele não deu entrevistas nem emitia explicações. Em nosso podcast realizado em 31 de julho de 2024, Wlamir Motta o presidente da Cbat lamentava os fatos, contou detalhes do apoio da Cbat ao atleta, as decisões do mesmo e estava esperançoso quanto ao seu julgamento. No entanto, só agora em 23 de abril de 2025 Daniel compareceu a uma audiência da AIU, na qual não contestou as acusações. Com isso, acelerou-se a decisão final – e ele ficou sem outra opção senão aceitar a punição esportiva.
Repercussão na comunidade
O caso chocou entidades, fãs e atletas. A torcida mostrou-se dividida entre descrença, indignação e tristeza. Muitos lamentaram perder o “Danielzinho” e cobraram transparência das autoridades. Por outro lado, houve quem lembrasse o histórico impecável do corredor. Entre os corredores recreacionais, internautas das redes sociais e grupos de corrida, prevaleceu uma sensação de decepção – mas também de solidariedade à juventude do atleta. Vários treinadores e corredores veteranos manifestaram apoio público, pedindo calma e paciência a todos. Como exemplo de superação, divulgaram histórias como a do maratonista Paulo Roberto de Paula: quase 46 anos, ele ainda correu 2h13min07s em Sevilha 2025, mantendo-se competitivo mesmo sem muito apoio e patrocínio. O americano Meb Keflezighi também é citado: com 38 anos ele venceu a Maratona de Boston em 2014 com 2h08min37s. Essas referências reforçam a esperança de que Daniel, se maduro e determinada, possa retornar forte após a sua condenação esportiva.
E o futuro? Esperança e reconstrução
Não há como ignorar que a suspensão de cinco anos é pesada em termos atléticos de alta performance. Mas um olhar objetivo mostra que Daniel voltaria às pistas com cerca de 30 anos de idade – idade ainda competitiva em maratona, onde veteranos batem recordes. Se optar por continuar, ele terá tempo para recuperar-se mentalmente e reconstruir sua reputação. A história já nos mostrou que atletas só voltam melhores se refletirem após uma pausa, um intervalo. Com preparação sólida, séria e mais madura, Daniel poderia voltar em 2030 condicionado às rígidas regras e ganhando muito mais experiência emocional. Acreditamos que tanto ele quanto a CBAt, desejam um caminho a ele, de aprendizado e retorno ético.
Em meio à polêmica, fica a lição: Daniel do Nascimento foi idolatrado por seu talento e determinação; agora é acompanhado na torcida para que amadureça, aproveite este tempinho fora das competições a seu favor e, no futuro, retorne não só como uma grande fundista, mas como exemplo de superação e volta por cima.
Pra nós aqui só resta esperar, estamos a disposição caso ele queira se pronunciar sobre os fatos do passado, sobre seu presente e seu futuro. Neste sentido, fica claro que apesar deste turbilhão de informações e polêmicas, queremos o melhor para ele neste momento delicado da sua vida, da sua carreira. Assim, vamos torcer muito por melhoras em todos os sentidos, pode contar com a gente, esperamos um retorno ainda mais fenomenal do nosso maior fundista da atualidade.
Bons treinos a todos, camaradas!
Por: Darlan Souza

O "X" da questão
Faça um mergulho profundo, mas antes analise muito bem a água

Publicados
3 meses atrásem
16/02/2025De
Darlan Souza
Faça um mergulho profundo, mas antes analise muito bem a água
Quem são suas referências, quem são seus mestres?
Ouço corriqueiramente os mais antigos da nossa área de atuação (profissionais de educação física) ou de outras áreas correlatadas reclamarem muito ou mesmo relatarem que “os jovens de hoje em dia, não tem interesse em nada e são fugazes e velozes demais”. Citam que falta interesse, falta disposição e conhecimento. Confesso que me fiquei pensativo sobre isso, pois eu mesmo, quando iniciei nesta jornada, não sabia sobre nada e sobre ninguém de minha área e fui investigando como todo bom curioso.
Ouvi um outro colega dizer “que se assusta” em ver os jovens quererem fazer vídeos com dicas de treinos, saúde e performance nas redes sociais e não saberem quem foram as grades referências na nossa área como: Matveev, Verkhoshansky, Platonov, Fleck, Åstrand, Bompa, McDardle, Netter, Guyton, Lehninger. Eu iria além, poderia citar os nomes de grandes atletas, ou mesmo de grandes mestres como; Antônio Carlos Gomes, Waldemar Guimarães, Wanderlei Oliveira, Bayardo e entre outros das nossas universidades brasileiras. Ou mesmo as atuais referências acadêmicas mundiais como Andrew Jones, Asker Jeukendrup, Stuart Phillips, Louise Burke e Panteleimom Ekkekakis, Trent Stellingwerff, Erick Rawson entre outros. Poderia citar livros clássicos da nossa literatura em português e inglês, enfim teria muita coisa a se referir.
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Eu já presenciei algumas coisas como pessoas que praticavam corrida de rua há alguns anos, dizendo que não sabiam quem era Ronaldo da Costa, pessoas que faziam jiu-jitsu há mais de três meses dizerem que não sabiam quem era Hélio Gracie e outra academia que fui certa vez entregar um material, o professor me disse que não sabia quem era Waldemar Guimarães.
Agora antes de criticar, devemos ajudar, já vi muito colega dizer que vai ajudar, que vai se empenhar, que está disposto a colaborar com todos os novatos, mas na hora que “convocamos” para esta colaboração, o que ouvimos é: “estou na correria” quem sabe vejamos isso ano que vem. Aí não dá né! Concordo que tem muita gente que acredita saber tudo, quer ser validado “goela abaixo” e acredita que dar um “carteiraço” ou uma “diplomada” vai resolver e vai ser reconhecido como “o cara” da nossa área. Para ser uma verdadeira referência é preciso ser grande, ser gigante em muitos aspectos, é muito mais ter seguidores ou patrocinadores, ou ter um bando de idiotas ignorantes (por falta de conhecimento) que o idolatram.

É muito mais que isso, é preciso viver, estar mergulhado na área e acima de tudo ter a humildade de estar sempre ajudando, aprendendo, participando de eventos e congressos dos mais comerciais ao mais acadêmicos e científicos, sempre com aquela “chama interna” da vontade de ir além que jamais se apaga. Debruçando todo tempo possível, debruçando com muito amor e dedicação na atividade e na interação dos assuntos, algo que poucos tem. Digo mais, já vi muitos colegas formados se intitulando “cientistas” o que é um erro, pois não fazemos ciência, ciência é o todo. O máximo que alguém pode fazer na nossa área é a pesquisa que é parte da ciência, uma fração, é por exemplo saber procurar bons artigos nas bases de dados como como o PubMed, SciELO entre outros, ler os bons artigos, interpretar e escrever mais alguns artigos e publicar em revistas de alto impacto, então este sujeito será um pesquisador, cabe lembrar que os excelentes artigos são escritos em inglês, então esperamos que este sujeito tenha pleno domínio da língua estrangeira, certo?
Indo além, em que nível de pesquisador, quantos artigos de elevado nível e alto impacto escreveu com seu grupo de pesquisa? Pois o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) possuem sistemas de classificação para pesquisadores e instituições. Por exemplo: 1A (mais alto),1B,1C,1D e Pesquisador Nível 2 – Para pesquisadores em estágio inicial de consolidação na carreira. E tudo isso depende da produção científica, liderança em pesquisa, orientação de alunos e impacto da pesquisa. A Capes classifica os programas de pós-graduação em sistemas de avaliação em uma escala de 1 a 7, e a classificação do programa pode impactar a percepção da qualidade dos pesquisadores vinculados a ele (A EEFE da USP teve nota máxima 7 no último quadriênio). Veja que é mais profundo que se imagina, então se intitular um “cientista” me parece um pouco mais do que o sujeito realmente é, pelo menos no mundo acadêmico científico.
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Outro ponto a destacar, me parece que (infelizmente) a grande maioria dos treinadores no Brasil, prescreve os treinos na base da experiência prática (que muitas das vezes é de poucos anos), ou do empirismo, por exemplo confundindo algo crucial no mundo do treinamento, que é fazer a prescrição baseada em atletas profissionais, sendo que o seu cliente/aluno/paciente é um sujeito comum ou mesmo um atleta recreacional). É o mesmo que ler todos os manuais da F1, fazer um curso na Ferrari e depois ir atender as pessoas normais, com seus carros populares, tentando encontrar solução de consertar um Fiat Uno 2008 no Brasil do seu João.
Prescrever treinos sem estar pautado em ciência ou mesmo se preocupar verdadeiramente em personalizar ao máximo o treino para aquele indivíduo, sem ser algo “enlatado”, um treino “pronto de gaveta” é o melhor caminho para o fracasso. Dificilmente um profissional conseguirá manter alguém ativo (com aderência a atividade), atuar com excelência, se sustentar na prática com resultados satisfatórios (na saúde, na performance) se não tiver embasado, ancorado em bases teóricas sólidas o suficiente para que sustentem suas escolhas, suas condutas e suas práticas na atuação diária, seja com um sujeito que poderia chamar de cliente, um aluno ou um atleta. Escolher entre viver no mundo acadêmico e no mundo prático fora dos laboratórios de pesquisa muita organização, disposição e tempo de sobra.
Neste sentido, o que temos que fazer é ter paciência com os jovens e lembrar: Nem todos, quando começam tem boas referências, tem um histórico familiar na área ou algum nível de vivência ou experiência na área. Nossa missão agora é ajudar os mais jovens justamente para que eles tenham acesso a este conhecimento, compreendam o poder de saber onde está pisando, conhecer a história, estudar o presente e ver o futuro com cautela. É mergulhar, porém com respeito ao “oceano de informações e histórias”
Eu mesmo, se analisar friamente, ninguém da minha família havia se quer pisado em uma universidade, imagina ter um contato próximo com algum pessoal que atuava com educação física. Logo, neste sentido tive que “abrir picada” e desbravar toda área sozinho e com o ímpeto de começar do zero, mas atingir o objetivo maior, que é buscar pelo conhecimento, entender mais sobre a área e atuar com preparação física, saúde e com pessoas.
Para quem está começando em alguma área de atuação e não quer passar vergonha:
Indico começar a conhecer pelos locais que mais rápido e fácil terás acesso, por exemplo: quem são as maiores referências locais (do bairro) ou da cidade. Quem são estes profissionais ou praticantes, que todos reconhecem como pessoas que são do mitiê e estão intimamente ligados a esta atividade. Use seu tempo e toda potencialidade da internet, assim, procure listar os maiores nomes da área, pessoas que fizeram história e principalmente ler livros e artigos de jornais, revistas e cadernos voltados ao tema. Isso fará uma grande diferença desde cedo. Ler é poder. Depois conheça mais e estude sobre as referências da região, cidades do entorno.
Analise com calma, faça anotações, depois vá “mergulhando” vagarosamente na área, ganhando seu espaço e mostrando seu interesse (praticando ou ouvindo quem pratica), mostre todo seu valor e o quanto estás disposto a entender mais sobre o assunto para poder atuar nesta área. Mostre entusiasmo e paixão pela atividade que estás perguntando. Ouça pessoas e histórias.
Notadamente já estarás mais habituado a reconhecer todos os nuances da área e terá tido algum tipo de aprendizado. Depois avance e busque estudar sobre as referências a nível estadual, quem são estes profissionais que todos no estado reconhecem e participam de eventos, são chamados para palestras na área, congressos e workshops, tem uma carreira mais sólida e mais anos de vivência. Depois disso, pode avançar mais e com cuidado conhecer os reconhecidos profissionais a nível nacional, pessoas que todos têm como referência, tem alto grau de conhecimento e estão há décadas neste ramo de atuação.
Veja que foi tudo gradual e com o tempo, justamente para ir absorvendo melhor todo este mapa mental e ir mergulhando paulatinamente na área e dentro do contexto que é possível de acordo com sua agenda, estilo de vida e capacidade de absorver este conhecimento, gerando mais maturidade e entendimento.
Recado importante: Jamais devemos esquecer que vivemos na era da informática, das redes sociais, onde a atenção as telas e o tal engajamento gera muito mais lucro do que possamos imaginar (Youtube paga 5.000 dólares para quem atingir um milhão de visualizações), assim os jovens criam conteúdos para os próprios jovens pois ambos tem tempo de sobra para ficar nas telas. As plataformas pagam bem por cada visualização, e quanto mais visualizações tiver para esta “geração upload” melhor financeiramente. Então quanto mais absurdo for o conteúdo e mais polêmico for o vídeo, e por mais que tudo isso possa parecer uma loucura, tem muita gente ganhando dinheiro com a ignorância alheia, criando um verdadeiro circo digital. Eu já escrevi sobre os GURUS da Internet: https://runnersbrasil.com/cuidado-com-o-guru-das-redes-sociais/
Mergulhar no conhecimento é como explorar um oceano infinito: quanto mais nos aventuramos em suas profundezas, mais descobrimos a vastidão do que ainda desconhecemos. Essa imersão não se trata apenas de acumular informações, mas de cultivar curiosidade, questionar o óbvio, estudar os fenômenos e conectar saberes para além da superfície. Ao nos dedicarmos a aprender com humildade — reconhecendo que cada “gota” de saber é parte de um mar maior —, transformamos nossa visão de mundo e contribuímos para a teia coletiva do conhecimento humano. Como lembra a metáfora newtoniana, mesmo sobre os ombros de gigantes, é preciso nadar contra as correntes da acomodação, pois só assim expandimos os limites do que é possível saber. A verdadeira sabedoria não está em dominar o oceano, mas em nunca deixar de mergulhar.
Pode ser que tudo que escrevi por aqui nesta longa reflexão seja para muitos, totalmente irrelevante (tudo bem!). Aproveito e alerto a todos os leitores para continuem estudando muito, lendo muito e que façam escolhas certas na hora da contratação de um profissional para cuidar da própria sua saúde, dos seus treinos e independente se você está buscando alguma performance ou uma vida mais ativa através do esporte, não treine por conta própria.
Cerque-se de profissionais capacitados e habilitados, sua saúde não tem preço. Finalizo o texto com as frases:
“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes.”
“O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano”
“Só sei que nada sei” – Sócrates.
Bons treinos camaradas.
Por: Darlan Souza


Olá camaradas, citei em outro artigo em 2022 que atletas recreacionais de corrida deveriam ter um volume de qualidade e acima de tudo, atingir pelo menos uns 80km para correr bem uma maratona e não sofrer uma maratona, pois bem. Agora em fim de 2024 saiu um novo estudo que avaliou 119 mil corredores nas 16 semanas que antecediam uma maratona de o gráfico ficou evidente: Mais volume, melhor tempo na prova! E tudo parece fica melhor apartir do volume semanal de 60 a 80km.

Ou seja: só tem uma maneira de correr bem: Treinando com muito volume e reduzindo o seu peso gradualmente. Assim, se eu pudesse te dar um conselho sobre como correr bem em duas palavras eu diria apenas peso e volume, se me pedisse mais duas eu diria nutricionista e psicólogo. O que temos visto é muitas pessoas correndo com um volume insuficiente para completar um grande desafio como uma maratona ou mesmo uma meia maratona. Sim, volume é fundamental, mas não é tudo, ele apenas é a soma semanal dos seus treinos, sejam eles intervalados, contínuos ou regenerativos. Quem se arrisca a se inscrever em uma maratona ou meia, precisa ter tempo hábil para adquirir volume suficiente para ir bem sem sofrer ou se lesionar na prova ou na preparação e aqui que entra a questão do peso, ou melhor da redução do peso. Quando estamos mais magros, fica mais fácil correr, afinal estamos levando menos peso e sobrecarregando menos nossas estruturas.

Veja que é um sistema a nosso favor, a redução de peso melhora a corrida, que faz com que possamos treinar mais e com mais qualidade e em consequência disso finalizamos uma boa prova de maneira íntegra e com condições de engatar outra logo alí na frente. E por isso reforço a importância de contratar um profissional de nutrição para te auxiliar no processo de emagrecimento sustentável e saudável para ficar magro e forte e não magro e fraco a ponto de não conseguir correr. O nutricionista também vai montar seus pratos de acordo com seus gostos, e a ponto de tornar seu processo de recuperação pós treinos mais satisfatórios e reduzindo a chance de lesão depois daqueles treinos extenuantes e desafiadores que irão ocorrer em sua preparação. E o mais importante, se você faz parte da turma que passou dos 30 anos, é primordial ter em mente que uma boa nutrição vai te auxiliar no processo de recomposição da massa óssea e da massa muscular, contribuindo para um envelhecimento mais saudável e com autonomia plena de suas atividades hoje e no futuro próximo em sua aposentadoria.

E o psicólogo? Este vai te ajudar a não sabotar os treinos e definir bem com você suas metas e expectativas na corrida de rua, além de te ajudar a manter o foco na dieta para reduzir o peso e manter o volume de treinos adequados.
Só para você ter uma ideia um maratonista recreativo que pretende correr bem uma maratona tem que correr entre 80 a 120km semanais, veja mais neste recente artigo de 2024: “Training Intensity Distribution of Marathon Runners Across Performance Levels. Sports Med. 2024” https://doi.org/10.1007/s40279-024-02137-7
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Os profissionais como o Eliud Kipchoge (que todo mundo gostar de ter o tênis igual o dele, mas não o treino igual o dele), mas ele chega a fazer 220km semanais…correndo como a maioria faz, sem a preparação ideal, com um volume que não chega em a 50km semanais, aumenta-se o risco de lesões e a possibilidade de abandonar as provas de longa distância por acreditar que isso não é para você. Eu acredito que muitas pessoas podem chegar até a meia maratona ou a maratona, mas isso é uma construção de carreira na corrida de rua recreativa e é preciso estar ciente que sem volume e sem estar com peso baixo, a experiência não será das melhores do mundo. Ah, e antes que eu esqueça, não resolve fazer um treino longo (longão) de 30km ou mais umas semanas antes que vai resolver, é preciso ter o volume adequado e estar bem solidificado em todos os sentidos, tanto fisicamente, quanto mental e por fim nutricionalmente falando. A fórmula é ter treinos de qualidade, acima de tudo, ter um volume de treinos de qualidade.
Números são ótimos para contadores, matemáticos e se você quer saber mais sobre esta relação na história do Sapiens, a humanidade começou a usar números mais efetivamente, foi recentemente por volta de ~3.000 a.C. Logo, para nós das ciências humanas e biológicas, devemos utilizar ainda mais a nossa percepção subjetiva de esforço, resgatar nossa essência mais primitiva, e neste sentido a PSE continua mais atual do que nunca, basta usar nos treinos e ver.
Aumente o volume gradualmente, solidifique tudo isso e tenha resultados!
Bons treinos!
Por: Darlan Souza


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