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Corrida e Dermatologia

Cabelos e Exercícios: Barreiras e Soluções para Corredoras

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Esse até pode parecer um tema banal, mas eu mesma como corredora amadora, assinava revistas de corrida, assistia a programas sobre o tema e nunca via reportagens a respeito. Cheguei a pensar “será que o tema dos cabelos importa somente para mim?”. Como alguns de vocês já sabem, eu tenho bastante cabelo (que demora muito para secar!) e os meus dias de lavagens são estritamente calculados de acordo com os dias de corrida. Nos dias de treino de força em que pratico em um estúdio climatizado até consigo organizar para não lavar.

Cabelos finos, curtos e mais oleosos costumam responder bem a lavagens diárias, mas cabelos longos, com fios mais encorpados e muito densos em geral ressecam demais se lavamos todos os dias, são mais trabalhosos e tomam tempo para secar e arrumar.

Pensando nisso recorri ao PubMed (site de busca de artigos médicos científicos) com os termos cabelos e exercício físico e me surpreendi com alguns artigos sobre o tema.

O primeiro, publicado no JAMA  em 2013 afirma de largada que há enormes disparidades nos níveis de prática de exercícios entre grupos étnicos e raciais. O estudo foi desenvolvido com mulheres negras com o objetivo de determinar as práticas capilares mais comuns usadas para acomodar o exercício e fornecer recomendações para regimes ideais de cuidados com os cabelos e couro cabeludo durante e após o exercício. Os pesquisadores identificaram que 38% das mulheres acompanhadas no estudo evitavam a atividade física por questões relacionadas aos cabelos e 50% modificaram seu penteado ou corte de cabelo em função do exercício. Os sintomas mais relatados foram pruridos ou coceira no couro cabeludo, quebra dos fios e descamação. E a maioria das mulheres usa produtos de salão oucosméticos de farmáciapara tratar esses problemas. Apenas 5 de 70 mulheres tinham uma prescrição médica para tratar suas questões capilares. A maioria prefere usar cabelo natural, seguida de tranças, rabo de cavalo ou coque. Quase 70% das mulheres não percebem piora dos sintomas capilares com o exercício, mas 20% acham que se exercita menos do que gostaria para não suar ou desmontar o penteado ou por não ter tempo para arrumar os cabelos novamente para seguir o dia com suas atividades de rotina.

O segundo artigo, de 2017, da Women Health tem um título impactante: “Meu cabelo ou minha saúde: superando barreiras à atividade física em mulheres afro-americanas com foco relacionado ao penteado.” Foram avaliadas mulheres negras que praticavam atividade física e sedentárias. A maior barreira para as mulheres ativas era “falta de dinheiro” (27%) e para as sedentárias era falta de disciplina (57%). Suar a cabeça era relevante para 7% das ativas e para 29% das sedentárias. Então as conclusões foram que intervenções importantes podem ser feitas em relação a ajudar no desenvolvimento da autoeficácia no cuidado com os cabelos após a atividade física, treinamento de penteados de baixa manutenção como tranças, coques  e próteses capilares e obter recursos de manutenção do penteado como xampu a seco, sprays de fixação e mousses modeladoras que possam facilitar a arrumação.

Percebemos que os cuidados estéticos com os cabelos são mesmo relevantes no dia a dia de quem usa cabelos longos. Porém, algumas questões sobre a saúde dos fios e do couro cabeludo são também importantes. A primeira delas é o dano solar aos fios. O uso de filtro solar capilar é importante pois protege os fios do dano que leva ao envelhecimento capilar, piora a oxidação de tinturas (com desbotamento da cor ou mudança de tonalidade) e a quebra dos fios especialmente nos cabelos tratados com  produtos químicos para alisamento. Uso de filtro solar em sprays ou loções no couro cabeludo calvo ou com rarefação de cabelos e de bonés para cobertura é fundamental na prevenção do câncer de pele dessa área. Os penteados muito puxados na escova e com elásticos demasiadamente apertados podem causar alopecia de tração, que é a perda de fios na área próxima da região frontal. A vermelhidão e descamação do couro cabeludo pode ser piorada por excesso de produtos utilizados próximo da raiz dos fios, mas tem diversas causas como dermatite seborreica e psoríase. Todas essas questões merecem uma consulta ao médico dermatologista que irá diagnosticar e indicar o tratamento específico para cada uma delas.

Os cabelos não precisam impedir a corrida ou qualquer exercício! Organizar as lavagens, aproveitar o tempo de exercício para usar máscaras hidratantes e utilizar penteados nos dias em que não são lavados podem trazer comodidade à rotina e ainda muito estilo. Cuidados com filtro solar e proteção transcendem a questão estética e precisam ser implementados por todos, inclusive pessoas que usam os cabelos curtos.

Por: Gabriela Maldonado

Corrida e Dermatologia

Saúde do homem começa pela pele

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Novembro é o mês de falar sobre saúde do homem e a conversa vai muito além do câncer de próstata.

Entre os corredores e atletas, é comum cuidar da performance, do peso e do coração, mas esquecer daquilo que fala primeiro quando algo não vai bem: a pele.

A pele, que cobre e protege todo o corpo, é o espelho silencioso da saúde interna. Ela reflete hábitos, hormônios, alimentação, sono, estresse e até doenças sistêmicas que ainda não deram outros sinais.

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A pele como mapa da saúde do corpo

A dermatologia moderna entende a pele como um órgão de comunicação entre o corpo e o ambiente.

Mudanças na coloração, textura, queda de cabelo, coceiras ou manchas não são apenas estéticas, muitas vezes, são os primeiros sintomas de doenças internas.

O que a pele pode revelar:

  • Manchas ou feridas que não cicatrizam: podem indicar diabetes ou má circulação.
  • Ressecamento intenso e descamação: podem estar ligados a disfunções da tireoide.
  • Alterações nas unhas: podem refletir anemia, psoríase ou infecções fúngicas crônicas.
  • Lesões pigmentadas ou pintas novas: podem sinalizar melanoma ou outros tipos de câncer de pele.

O dermatologista: o clínico geral da pele

Ao contrário do que muitos homens imaginam, o dermatologista não cuida apenas de acne, cabelo ou estética. Ele é, cada vez mais, o profissional que identifica desequilíbrios metabólicos e hormonais precoces.

Durante uma consulta dermatológica, é possível detectar sinais de:

  • Diabetes tipo 2, pela presença de manchas escurecidas (acantose nigricans).
  • Hipertensão, por alterações em extremidades e vasos capilares.
  • Distúrbios hormonais masculinos, por queda capilar e acne de início tardio.

São alguns dos vários sinais que podem estar presentes. (RODRIGUES, R. F. et al. Manifestações cutâneas associadas a doenças sistêmicas. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 96, n. 6, p. 745–760, 2021. DOI: 10.1016/j.abd.2021.08.006.)

Autocuidado não é vaidade, é prevenção

Os homens ainda são os que menos procuram o dermatologista. O resultado? A maioria chega já com doenças em estágio avançado; e, por vezes mais graves, em decorrência de um diagnóstico mais tardio.

Mas esse cenário está mudando. A nova geração de corredores, triatletas e entusiastas do bem-estar começa a entender que autocuidado é uma forma de performance: quem dorme bem, hidrata e protege a pele, recupera melhor e tem mais energia para treinar.

Check-up dermatológico masculino ideal:

  • 1x por ano, incluindo avaliação de pintas, couro cabeludo e unhas.
  • Exame de corpo inteiro com dermatoscopia.
  • Avaliação de manchas solares e lesões de atrito (como nos  mamilos e virilha).
  • Revisão de hábitos de fotoproteção e produtos usados pós-treino.

Sem tabu: estética também é saúde

O cuidado com a aparência não é vaidade, é bem-estar.

Procedimentos simples, como limpeza de pele, hidratação facial e tratamento da queda capilar, aumentam a confiança e a motivação, fatores diretamente ligados à saúde mental e ao desempenho esportivo. A dermatologia masculina evoluiu: há fórmulas e tratamentos adaptados à pele mais espessa e oleosa dos homens, sem complicações nem excesso de produtos.

Conclusão
A saúde do homem começa pela pele porque é nela que o corpo dá seus primeiros sinais.

O autocuidado não precisa ser complicado, nem excessivo.

Basta atenção, prevenção e a decisão de olhar para si com o mesmo compromisso que se dedica aos treinos.

Neste Novembro Azul, o convite é simples:

Faça seu check-up. Use protetor solar. Cuide da pele. Afinal, a melhor linha de chegada é a de uma vida longa e saudável.

Por: Dra Sabrina Cabral Bezerra – Dermatologista CRM 153146 RQE 51002

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Corrida e Dermatologia

Maquiagem Esportiva: Vaidade ou Vilã da Performance

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Correr de rosto limpo ou maquiada? Essa dúvida divide opiniões entre corredoras, algumas não abrem mão da base e do rímel mesmo na largada, enquanto outras preferem a pele livre para suar sem preocupação.

A verdade é que a maquiagem esportiva não precisa ser vilã, desde que seja usada com consciência.

O segredo está em entender como os cosméticos interagem com o suor, o calor e o atrito da corrida, e escolher produtos formulados para acompanhar o ritmo do corpo e não para competir com ele.

Quando a maquiagem vira problema

Durante o exercício a combinação de suor, calor e produtos inadequados (especialmente bases pesadas, primers e corretivos densos) podem formar uma camada oclusiva levando a obstrução de poros, acne, irritação e até dermatites.

A maquiagem convencional não foi desenvolvida para a realidade do exercício intenso.

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Make esportiva existe e pode ser aliada

A indústria cosmética evoluiu e hoje há maquiagens pensadas para quem pratica esportes.

Esses produtos são oil free, não comedogênicos e resistentes ao suor, permitindo boa fixação sem sufocar a pele.

Procure no rótulo:

  • Dermatologicamente testado
  • Resistente à água e ao suor
  • Não comedogênico
  • FPS (fator de proteção solar)

Itens-chave para quem quer usar make com segurança:

  • Protetor solar com cor: une proteção e leve cobertura.
  • Máscara de cílios à prova d’água: evita escorrimento nos olhos.
  • Bálsamo labial com FPS: hidrata e protege contra rachaduras
  • Pó translúcido matificante, mineral: controla brilho sem obstruir poros.
  • Batom e blush: escolha fórmulas em bastão ou stains (manchas) que fixam bem e não escorrem.

Pós-treino : o momento mais importante

O erro mais comum não é usar a maquiagem, é não removê-la corretamente depois.

Após o treino, o ideal é lavar o rosto com sabonete suave e água fria seguido de hidratante leve.

Evite demaquilantes com álcool e fragrância intensa. Prefira água micelar ou demaquilantes bifásicos suaves, que limpam sem agredir.

Pele real, performance real

Cuidar da aparência não é só vaidade, é uma forma de se sentir bem. Mas a pele é um órgão ativo e durante o exercício ela precisa funcionar livremente para regular temperatura.

O equilíbrio é simples: leveza, proteção e limpeza.

Com esses três pilares, é possível cruzar a linha de chegada com pele saudável e autoestima intacta.

Lembre-se: a melhor maquiagem para uma corredora é o brilho natural da conquista pessoal, complementado por produtos que respeitem sua pele e sua paixão pelo esporte.

Corra, suave e brilhe com saúde e estilo!

Por: Dra Sabrina Cabral Bezerra

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Corrida e Dermatologia

Skincare minimalista para quem vive correndo

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Quem corre vive na correria e o skincare não precisa ser mais uma maratona diária. Entre treinos, trabalho e provas, o tempo é precioso, mas a pele continua merecendo atenção. A boa notícia é que cuidar da pele pode ser simples, rápido e eficaz, mesmo com uma rotina intensa. O segredo está em adotar uma rotina minimalista e inteligente, que valoriza o essencial, reduz o desperdício e protege a pele dos efeitos do sol, do suor e da poluição.

Passo 1 – Limpar sem agredir

Depois do treino, o primeiro passo é sempre a limpeza, mas sem exageros. Evite sabonetes muito adstringentes, eles removem a oleosidade natural e enfraquecem a barreira cutânea. Prefira fórmulas suaves, com pH fisiológico, e, se possível, em versões biodegradáveis, que agridem menos o meio ambiente.

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Passo 2 – Hidratar com propósito

O suor, o sol e o vento ressecam a pele e favorecem microfissuras. Hidratar é essencial mas não é preciso dezenas de produtos. Basta um hidratante multifuncional, que combine ativos calmantes e reparadores (como pantenol, niacinamida e ceramidas). Prefira texturas leves, que não obstruem os poros e secam rápido. Produtos em bisnaga rendem mais, ocupam menos espaço e evitam desperdício.

Passo 3 – Proteger sempre

Nenhum skincare está completo sem fotoproteção. O filtro solar é o “tênis” da pele: sem ele, não dá para correr com segurança. Escolha protetores resistentes ao suor e com acabamento seco. Versões com cor protegem também contra a luz visível, ideal para quem corre ao sol das manhãs ou tardes. Procure por opções veganas, sem fragrância e com embalagens recicláveis, para unir cuidado e consciência ambiental.

Minimalismo também é sustentabilidade

Reduzir o número de produtos é bom para a pele e para o planeta. Menos fórmulas significa menos resíduos, menos embalagens e menos impacto ambiental. Prefira marcas que tenham refis recicláveis e transparência nos ingredientes. Evite fragrâncias e corantes desnecessários e compre com consciência, produtos vencidos também são desperdício.

Menos é mais: o poder da consistência

Na dermatologia, o que transforma não é o número de produtos, mas o uso contínuo e correto. Uma rotina minimalista funciona porque é sustentável no tempo, cabe no dia, na mala e na vida. Três passos, poucos minutos, grandes resultados: limpar, hidratar, proteger. Simples assim.

Sabrina Cabral Bezerra – Dermatologista CRM 153146/RQE 51002

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